A destruição dos recifes de coral de águas frias, produzida pela pesca com arrastão, poderia ser evitada graças à tecnologia de rastreamento por satélite, disse nesta segunda-feira o biólogo marinho britânico Jason Hall-Spencer.

Hall-Spencer, da Universidade de Plymouth (Inglaterra), fez as declarações no Festival da Ciência da Associação Britânica no Trinity College de Dublin (Irlanda), após mostrar imagens dos fundos marítimos registradas durante uma recente expedição internacional. Na ocasião, foram analisados os corais do litoral ocidental da Irlanda.

O material revelou os danos causados aos corais de água fria, assim como imagens de espécies até agora desconhecidas. “Os arrastões buscam peixes em águas cada vez mais profundas e destroem pedaços inteiros de coral, quase do tamanho de automóveis”, disse Hall-Spencer.

Cerca de 40% do coral analisado durante a expedição estava destruído. “É fundamental darmos os passos necessários para proteger os recifes de coral antes que seja muito tarde”, acrescentou.

Essas iniciativas poderiam compreender a utilização de tecnologia por satélite instalada a bordo dos grandes pesqueiros para permitir rastrear os fundos marítimos. O sistema emitiria um sinal de alarme quando o barco se aproximasse das zonas nas quais fica o coral, onde não poderia trabalhar.

Para Hall-Spencer, esse seria um sistema “mais eficaz e barato” de vigiar as áreas conservadas.

Em março de 2004, estabeleceu-se a primeira zona de conservação de coral da Europa, situada no litoral escocês e que tinha sido descoberta em 1998.

Informações da Folha de S. Paulo