Por Eduardo Geraque, da Agência FAPESP

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, precisou de apenas quatro dias para decidir o nome do novo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O cargo será ocupado pelo pesquisador Gilberto Câmara, que atua na instituição desde 1980.

O nome do novo diretor surgiu a partir de uma lista tríplice, elaborada por um comitê de busca composto exclusivamente para a função. O grupo de personalidades ligadas ao setor espacial trabalhava desde maio na triagem dos candidatos. A entrega da lista ocorreu na noite da última quinta-feira (17/11), em Brasília, durante reunião acompanhada pela Agência FAPESP.

"Todos os candidatos finais são de alta competência. O comitê fez um trabalho de alto nível", disse o ministro. Após a publicação do edital público no início do ano, 11 candidatos se inscreveram. O INPE estava sendo dirigido de forma interina por Leonel Fernando Perondi.

Formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em engenharia eletrônica, Câmara fez mestrado e doutorado em computação no INPE. Atualmente como coordenador geral de observação da Terra o pesquisador está envolvido, por exemplo, com os programas usados para deteccção e monitoramento do desmatamento da Amazônia.

Na direção da instituição – a data da posse está prevista para dezembro – Câmara deverá continuar defendendo a posição de liberar os dados gerados pelo Inpe ao público em geral. Essa política implementada por ele resultou na distribuição de 120 mil imagens do satélite sino-brasileiro CBERS, entre maio de 2004 e julho de 2005.

Na semana passada, em Brasília, durante a 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, Câmara voltou a defender a posição. "O tempo máximo de retorno para um pedido de imagem do CBERS é de 10 minutos. Por que não se faz isso com todos os outros dados? Os dados do IBGE, da Segurança Pública dos Estados ou do Incra devem ser bens públicos", disse. Para ele, muitos trechos do Brasil continuam totalmente desconhecidos.

Gilberto Câmara