Você lembra na escola, quando pintava, contornava e desenhava mapas? O trabalho era bem simples, bastava copiar os desenhos dos livros e Atlas escolares. Mas, para que aqueles livros facilitassem tanto suas tarefas, alguém teve que pesquisar dados, analisar terrenos e produzir cartas para que as lições aprendidas em sala de aula fossem corretas e fiéis em relação à realidade. E transferir a extensão territorial de uma determinada área e suas informações para o papel (cada vez mais substituído pelo computador) é a função do engenheiro cartógrafo.

A profissão é pouco conhecida e, de 1982 até 2005, apenas 459 profissionais se formaram na Unesp (Universidade Estadual Paulista). "Todo o território nacional necessita de cartografia e há uma deficiência no número de engenheiros cartógrafos para ajudar no desenvolvimento do Brasil", acredita o coordenador do curso de Engenharia Cartográfica da Unesp, João Carlos Chaves. Ele diz ainda que com base em uma cartografia bem elaborada e confeccionada, há condições de auxiliar nas decisões tomadas pelos administradores do país.

No campo de trabalho, as funções de um cartógrafo são, principalmente, planejamento e coleta de dados, tais como levantamentos geodésicos (formas e dimensões da Terra), topográficos (características naturais e físicas do planeta), fotogramétricos (elaboração de cartas através de fotografias aéreas) e sensoriamento remoto (análises por satélites ou imagens aéreas). Após esse processo, ele realiza, através de cálculos matemáticos, o processamento e a interpretação dos dados. Então, é feita a representação e reprodução cartográfica, de formas usuais ou digitais e, finalmente, a análise das informações.

Mercado de trabalho
Para ingressar no mercado de trabalho, é importante que o recém-formado tenha experiência em estágio, facilidade para trabalhar em grupo e grande capacidade de aprender. Fernando Dias, consultor da Career Center, aposta em engenheiros com esse perfil e acredita que o sucesso profissional começa a ser trilhado logo após a universidade . "O início de carreira é um grande período de aprendizagem. O profissional vai trabalhar e gerar resultados e, para isso, tem que ter o conhecimento da faculdade. É um período no qual vai sedimentar sua carreira", finaliza.

Para os graduados na profissão, as opções de trabalho variam. "Uma parte continua a vida acadêmica e outra vai para o mercado de trabalho. O sistema público de registro de terras, por exemplo, tem proporcionado boas oportunidades para cartógrafos e alunos recém-formados", conta Chaves. Um levantamento feito pela Unesp em 2003 apontou que 47,7% dos profissionais atuam em órgãos públicos, 40,4% no setor privado e os demais como autônomos.

Existem, no Brasil, apenas seis cursos de Engenharia Cartográfica, todos em universidades públicas. Por isso, a preparação pré-universitária é muito importante. "Quem está no Ensino Médio e pretende fazer a escolha pelo curso tem que ter mais facilidade, obviamente, na área de exatas (matemática, física e cálculo geral), além de ter uma boa formação básica", explica o coordenador.

Conhecimentos de informática – para saber utilizar os programas e recursos de representação gráfica – , inglês e desenho também são fundamentais para um engenheiro cartógrafo. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), por ano há uma média de 666 matrículas para 64 concluintes. Já o coordenador da Unesp diz que o índice de evasão na universidade varia entre 4,5% e 5,5%.

Fonte: Portal Universia