Projeto foi desenvolvido através de parceria entre setores público e privado

A descoberta de novas jazidas minerais na região do Quadrilátero Ferrífero (QF), principalmente de ouro, torna-se mais viável com a recente finalização do estudo “Geologia do Quadrilátero Ferrífero – Integração e Correção Cartográfica”, que já está disponível para mineradoras, geólogos e empresários.

Em escala 1:25.000, a cartografia da região – feita com base em GIS – é uma das mais avançadas do Brasil, que passou a contar nos últimos meses com mapas na escala um para um milhão.

A coordenação do projeto, fruto de uma parceria dos setores público e privado, coube ao Instituto de Geociências/Departamento de Geologia da UFMG, e a execução técnica foi desenvolvida pela GeoGeraes Inteligência Geográfica.

A Superintendência Regional do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) coordenou a integração geológica, com apoio das empresas GeoGeraes e Roots Rock.

A Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), em sociedade com algumas empresas de mineração que atuam no Quadrilátero Ferrífero, financiaram a execução e divulgação da pesquisa.

Distorções
O produto final é um DVD do mapa geológico integrado do QF, apresentado em uma versão GIS que pode ser manipulada por técnicos do setor.

O projeto atualiza informações georreferenciadas sobre uma área total de 7.200km² na porção central de Minas Gerais.

A geóloga Adriana Borrelli Achtschin, diretora do Geogeraes, confirma que o estudo favorece a descoberta de novas jazidas de ouro na região.

Ela explica que o foco do trabalho é majoritariamente cartográfico e que novos investimentos serão necessários para se fazer uma atualização geológica da região.

A especialista diz que a atualização corrigiu distorções entre o que constava nos mapas e as dimensões reais verificadas em campo. Essa distorção impedia a realização de pesquisas acadêmicas e gerava insegurança para os empresários que planejam investir na atividade mineradora.

A integração e correção cartográficas atualizam cerca de 50 mapas, elaborados por dois estudos anteriores.

O primeiro, realizado na década de 60, foi um convênio entre o United States Geological Survey (USGS) e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que mapeou as áreas das jazidas de minério de ferro.

O segundo, denominado Projeto Rio das Velhas, foi feito no início da década de 90, por meio da parceria entre o DNPM e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e teve como objetivo identificar as rochas auríferas.

As empresas mineradoras Companhia Vale do Rio Doce, Anglo Gold Ashanti, Minerações Brasileiras Reunidas, Eldorado/Mineradora São Bento, Iamgold Brasil financiaram 90 mil reais e, junto com o CPRM, forneceram os arquivos digitais de mapas geológicos, relativos aos supergrupos Minas e Rio das Velhas, além de apoio logístico para os trabalhos em campo.


Imagem do estudo

Importância
O Quadrilátero Ferrífero abrange os municípios de Ouro Preto, Santa Bárbara, Itabira, Mariana e Belo Horizonte e é responsável por cerca de 60% da extração de minério de ferro e por 40% da produção brasileira de ouro.

A região é considerada fundamental para o desempenho da balança comercial brasileira. De acordo com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Minas Gerais é o estado que teve o maior aumento de exportações nos sete primeiros meses de 2005 em comparação ao mesmo período no ano passado.

As vendas externas do estado cresceram 40,4%. O minério de ferro responde por 40% dessa pauta. Minas Gerais abriga uma reserva de 29 bilhões de toneladas de minério de ferro e, no Quadrilátero, atuam mineradoras de relevância nacional e internacional.

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