Subsidiária integral da Petrobras, a Transpetro opera por meio dos segmentos de dutos, terminais e transporte marítimo. Foi criada em 12 de junho de 1998, de acordo com a legislação que reestruturou o setor de petróleo no Brasil. Sua expertise garante-lhe os títulos de maior armadora da América Latina e principal empresa de logística e transportes do país, atuando como elemento estratégico para impulsionar o desenvolvimento econômico e social.

A atividade da Transpetro une as áreas de produção, refino e distribuição do Sistema Petrobras e se estende à importação e exportação de petróleo e derivados, gás e etanol. Além da Petrobras, seu principal cliente, a Transpetro presta serviços a diversas distribuidoras e à indústria petroquímica.

O segmento de negócio oleodutos presta serviços de transporte dutoviário, armazenamento, recebimento, entrega de petróleo e seus derivados, produtos petroquímicos e renováveis, por meio de ampla rede de dutos e terminais terrestres.

Essa rede de dutos interliga as diversas regiões produtoras de petróleo, refinarias, terminais e bases de distribuição. É supervisionada e controlada pelo Centro Nacional de Controle Operacional localizado no centro do Rio de Janeiro, na sede da empresa.

A área está dividida em quatro gerências regionais: Sul (SUL), São Paulo (SP), Centro-Oeste (Osbra) e Norte/Nordeste/Sudeste (NNESE), responsável pela operação de 7.000 km de oleodutos, nove estações de bombeio e 20 terminais terrestres no território nacional. A regional Sul é responsável por 900 km de oleodutos.
Em 2001, a Petrobras deu início ao Padrão de Integridade de Dutos, acarretando na elaboração e implantação do sistema GIS em todos os seus oleodutos. Assim, a regional Sul passou a se valer de uma ferramenta que, por suas características, se enquadra perfeitamente à atividade de oleodutos.

Uma vantagem imediata do GIS é a facilidade da forma como os dados armazenados podem ser consultados e disponibilizados aos usuários. Além dos dados básicos dos oleodutos, características particulares das faixas e dutos podem ser visualizadas rapidamente. Como exemplo, podemos citar os pontos de reparos ao longo do oleoduto, a localização de pontos de risco geológico, instrumentos como inclinômetros, pontos de teste, retificadores, etc.. Todos esses instrumentos e informações estão dispersos ao longo dos oleodutos. Outra característica importantíssima é a disponibilização dos dados via intranet, o que permite que especialistas na sede da Transpetro tenham as mesmas informações que os técnicos da regional.

O Setor de Inspeção da Transpetro da Regional/SUL está baseado no Terminal de São Francisco do Sul (TEFRAN), em Santa Catarina. Entre as várias utilidades que o GIS Transpetro oferece, citamos a geração de croquis para localização de defeitos nos oleodutos.

A elaboração dos croquis é simples, desde que se tenha à mão os seguintes dados:

• Desenhos de planta e perfil (CAD) gerados a partir do mapeamento georreferenciado da faixa de dutos e de todas as instalações e/ou instrumentos nela existentes, principalmente os marcos limitadores de faixa. Esse documento fica cadastrado no GIS;
• Relatório com o resultado da passagem do “pig”, instrumento inercial e magnético, que indica defeitos nos dutos e sua localização em coordenadas.

Os seis passos para a elaboração do croqui são:

1. Definir quais os pontos que serão reparados através do resultado do pig inercial;
2. Localizar no relatório a coordenada da solda anterior ao defeito para referenciamento;
3. No GIS, utilizar a ferramenta “Localizador de Coordenada”, e inserir a posição do defeito mencionado anteriormente;
4. Nesse momento, é possível a visualização aerofotogramétrica do local próximo a ser reparado pelo desenho de planta e perfil (ver figura 1);

Visualização aerofotogramétrico do local de implantação dos marcos
-> Figura 1: Visualização aerofotogramétrico do local de implantação dos marcos

5. De posse do desenho de planta e perfil em formato CAD, no sistema de coordenadas UTM (SAD 69), podemos localizar o ponto a ser reparado com precisão;
6. Com o defeito localizado em planta,  referenciam-se os marcos delimitadores de faixa implantados em toda a extensão da faixa (ver figura 2).

Localização em planta dos marcos delimitadores de faixa e os marcos delimitadores de faixa de dutos
-> Figura 2: Localização em planta dos marcos delimitadores de
faixa e os marcos delimitadores de faixa de dutos

Detalhe do marco delimitador Detalhe do marco delimitador
-> Detalhe do marco delimitador

De posse da imagem aerofotogramétrica e do respectivo croqui, as equipes de campo podem localizar com precisão o defeito. Desta forma, a dificuldade de localização de defeitos nos oleodutos foi reduzida aproximadamente pela metade, agilizando o processo de reparo e reduzindo os custos de mobilização e escavação das equipes de reparo.

O processo acima descrito é uma das aplicações da ferramenta GIS, mas acreditamos que outras utilizações serão adotadas em um futuro próximo.

André Reyes
Administrador do GIS Transpetro da Regional Sul
andre.reyes.agf@petrobras.com.br

Luiz Eduardo de Moura Braga
Engº de terminais e dutos pleno
lemob@petrobras.com.br

Sérgio José Trevisan
Engº cartógrafo
sergio.acv_tecline@petrobras.com.br