Imagens de satélites registradas por mais de três décadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) têm sido decisivas para avaliar o processo histórico de ocupação na Amazônia. O Brasil possui um dos acervos de imagens de satélites mais antigos do mundo, pois recebe os dados do Landsat desde 1973 através da estação do Inpe em Cuiabá.

O satélite americano foi lançado em 1972 e foi o primeiro equipamento orbital de sensoriamento remoto de recursos terrestres, sendo o Brasil o terceiro país a receber este tipo de imagem, depois apenas dos Estados Unidos e Canadá. A partir de 1999, com o lançamento do primeiro satélite da série Cbers, o país passou a contar também com os dados do sensor sino-brasileiro, que possui características semelhantes ao Landsat.

O Projeto Panamazônia II, do Inpe, está mapeando mais de 7 milhões de quilômetros quadrados com imagens orbitais. A legenda dos mapas do Projeto Panamazônia II mostra, além do desflorestamento, as áreas de rebrota, de queimadas e, principalmente, as culturas agrícolas que estão avançando sobre as áreas desmatadas.

Este processo de mapeamento utiliza imagens Modis, calibradas geometricamente pelos mosaicos Geocover, produtos disponibilizados pela Nasa, a agência espacial americana.

O método tem como suporte a ferramenta Spring, desenvolvida pelo Inpe, na qual o procedimento de edição matricial permite a fotointerpretação no contexto digital, renovando a interatividade da inteligência com as imagens.

Este método, denominado de “panamazônico”, está sendo levado para todo o domínio da floresta tropical sul-americana com o apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores e da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). A orientação técnica para agentes das instituições de pesquisas dos demais países amazônicos é feita por uma equipe de 12 pesquisadores da Divisão de Sensoriamento Remoto do Inpe.

XIII SBSR

No XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, que acontece de 21 a 26 de abril em Florianópolis, o trabalho “Monitoramento do desflorestamento em escala global: uma proposta baseada nos projetos Prodes e Deter”, que demonstra a metodologia desenvolvida para o Panamazônia, será apresentado em sessão técnica por Valdete Duarte, da Divisão de Sensoriamento Remoto do Inpe.

Com informações do Inpe