Com o tema “O Planeta Terra em Nossas Mãos”, o 44º Congresso Brasileiro de Geologia reuniu estudantes, professores e profissionais para debater o passado e o futuro do globo. O evento aconteceu de 26 a 31 de outubro em Curitiba (PR) e contou com mesas redondas, mini-cursos, simpósios, seminários e excursões, além de reuniões anuais de sociedades científicas e associações.

Uma das principais preocupações mundiais no momento, a mudança climática foi o assunto que permeou todo o evento. A geologia tem um papel fundamental no estudo do passado do clima na Terra, mas também na previsão dos efeitos do aquecimento global no futuro do planeta.

Segundo os pesquisadores do clima, há uma relação direta entre a quantidade de gás carbônico na atmosfera e a temperatura da Terra. Porém, ainda não é possível afirmar com segurança que é o aumento do CO2 que aquece a Terra ou vice-versa. Cientistas de todo o mundo estão trabalhando na fronteira do conhecimento em geologia para descobrir como se dá essa relação.

Para o presidente da comissão organizadora do evento, Eduardo Salamuni, o encontro de mais de dois mil profissionais e estudantes da área foi de fundamental importância, visto que é preciso debater formas das geociências ajudarem as gerações futuras a enfrentar desafios ambientais.

Cerimônia de abertura (foto: Robson Sampaio)

Eventos paralelos

As mostras paralelas Isto é Mineração e Isto é Geologia são exposições itinerantes realizadas com a proposta de aproximar o público leigo dos recursos minerais e das atividades do geólogo. Apresentadas durante o Congresso, as exposições tiveram como público-alvo a população da cidade de Curitiba, com ênfase em alunos do ensino fundamental e médio.

O mini-curso Sensoriamento Remoto e SIG em Exploração Mineral foi realizado com foco na experiência em temas como prospecção mineral, cartografia geológica e geologia costeira. O curso apresentou um resumo das principais novidades e técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento em aplicações de mapeamento geológico, exploração mineral e petrolífera, incluindo exemplos de sucesso no Brasil. Entre as informações estavam os novos recursos computacionais desenvolvidos para análise espacial de dados através de sistemas especialistas e cognitivos, redes neurais, fuzzy, bayesianos, autômatos celulares e data mining, entre outros.

Destacar a importância das informações geológicas para o sucesso técnico dos empreendimentos de engenharia e, por meio da discussão de casos práticos, defender que a ferramenta básica de trabalho da geologia de engenharia é o raciocínio geológico. Esta foi a proposta do simpósio O papel da Geologia nas Obras de Engenharia. Por outro lado, o mini-curso Aerogeofísica Aplicada ao Mapeamento Geológico e à Exploração Mineral teve como objetivo principal capacitar geólogos na manipulação e interpretação de produtos provenientes de dados aerogeofísicos, bem como suas correlações com dados geológicos.

Apesar do momento de incertezas quanto ao futuro da economia, o setor de geologia e de mineração mostrou força tanto na qualidade do Congresso como na exposição técnica de empresas na feira ExpoGeo. Mineradoras, empresas da área ambiental e de geoprocessamento estiveram presentes com estandes e apresentaram suas novidades, demonstrando confiança no futuro do setor no curto prazo e do planeta ao longo dos próximos anos

Por Eduardo Freitas de Oliveira