Os cientistas têm agora acesso a uma fonte de novos dados que irão ajudar a determinar com exatidão de que forma os gelos terrestres estão a mudar. Esta informação obtida a partir da misssão CryoSat, da ESA, tem todas as condições para representar uma mudança na compreensão das complexas relações entre o gelo e o clima.

Tendo em conta a perda do satélite original, durante o lançamento do primeiro CryoSat em 2005, os cientistas de todo o mundo aguardam há muito tempo por informação acerca da espessura do gelo – o que realça a importância destes dados agora disponíveis.

Os satélites já revelaram que a extensão dos gelos no Ártico está  diminuindo, mas o CryoSat irá completar a imagem fornecendo informação detalhada acerca da forma como a espessura de gelo, quer em terra quer sob o mar nos oceanos polares, está mudando ao longo do tempo. A informação acerca da extensão e da espessura irá dar uma perspectiva exata em relação a forma como o volume de gelo está mudando.

O CryoSat transporta um sofisticado altímetro de radar que é capaz de medir a espessura de gelo com a precisão na ordem do centímetro e detectar alterações nos lençóis de gelo, particularmente nas fronteiras entre os icebergs e os lençóis de gelo que cobrem a Groenlândia e a Antártida.

Um passo essencial para o mapeamento da espessura dos gelos é a possibilidade de diferenciar os sinais de radar recebidos dos diferentes tipos que existem. A imagem no topo, obtida a partir de dados do CryoSat sobrepostos em imagens de radar do Envisat, da ESA, mostra claramente que existem fendas no gelo oceânico.

Resultados anteriores da missão mostraram também de que forma é que os dados do CryoSat podem ser usados para um maior entendimento acerca da forma como a circulação no Oceano Ártico pode ser alterada com a diminuição dos gelos.

Graças ao fato de o satélite atingir latitude próximas dos 88º, podem agora ser preenchidas falhas nos mapas de ‘topografia dinâmica dos oceanos’, o que é a altura da água relativamente ao geóide – a forma de um oceano global imaginário, na ausência de vento, marés ou correntes.

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