Mercado de trabalho é favorável para o agrimensor. Perspectivas positivas sobre o assunto animam profissionais da área

Por Viviane Prestes

Que é uma das profissões mais antigas, e imprescindíveis na atualidade, não há dúvida. Os profissionais da agrimensura, sejam eles engenheiros ou técnicos, ganharam espaço cada vez mais amplo no cenário brasileiro, pela possibilidade de atuar em vários setores. Apesar dos baixos investimentos governamentais em infraestrutura, a demanda por uma reestruturação em áreas como habitação, energia e transporte exigirá que, cada vez mais, os agrimensores participem desses campos de trabalho.

Engenheiro e Técnico

Esse campo vasto para a atuação do agrimensor tem animado os profissionais da área. Reinaldo José Sabadotto, presidente da Federação Nacional dos Engenheiros Agrimensores (Fenea), afirma que “entendemos que o engenheiro agrimensor está inserido em quase todas as áreas do plano de desenvolvimento estipulado pelo Governo. Desde a infraestrutura até a reforma agrária, passando pelo setor agrícola, onde neste momento se discute uma Reforma no Código Florestal. Se falarmos em obras de saneamento, habitação, rodovias, pavimentação e redes de energia, por exemplo, certamente poderemos ter ali um profissional de nossa área atuando”.

Para ele, ainda, o profissional está preparado para atender essa demanda, e o salário está entre os melhores do país. “O profissional atende sim às exigências do mercado. Claro que sua formação não pode ser estanque. Há a necessidade de atualizações nos currículos, e o próprio profissional buscar constantes atualizações no conhecimento”. Sabadotto complementa que “infelizmente nem todos os contratos são cumpridos com este dispositivo legal. Mas, de um modo geral, a remuneração está entre as mais reconhecidas”.

Por outro lado, a presença marcante do engenheiro agrimensor no mercado de trabalho tem divido espaço com o profissional técnico. Segundo o professor Érico Francisco Innocente, da Escola Técnica Estadual Vasco Antonio Venchiarutti (Etevav), a diferença crucial entre o técnico e o engenheiro em agrimensura é que “o profissional técnico tem que ter destreza ao manusear os instrumentos. Ele está mais preparado para a coleta de dados em campo. Enquanto que aquele que tem nível superior está apto a desenvolver habilidades em pesquisas, projetos, gestão e cuidados com a área financeira desses planejamentos”.

Para Sabadotto, principalmente no que se refere ao uso do solo, “na regularização fundiária estabelecida pela Lei 10.267/01 (para o georreferenciamento de imóveis rurais) e também de áreas de reserva legal, o engenheiro agrimensor é o profissional formado com a especificidade que tais atividades exigem”, diz.

Bolsas de Estudo

A expansão do ensino técnico no país ganhou sua primeira concretização através do recém-lançado Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), no qual serão distribuídas bolsas de estudo e possibilidades de financiamento estudantil (Fies) para aqueles que pretendem entrar para essa modalidade de ensino (Fonte: Último Segundo)

Independência da categoria

Um dos problemas que tem atingido os profissionais de agrimensura é a constante vinculação com a engenharia cartográfica. Para o professor Érico, isso infelizmente não tem agradado os agrimensores, o que faz a categoria buscar mais independência com relação aos cartógrafos. “Atrelar essas profissões não tem trazido bons resultados para os agrimensores, a meu ver, pois a área de atuação da engenharia cartográfica é mais restrita”, comenta. Uma das soluções apontadas pelo professor é que se crie Conselhos diferentes para profissões que hoje estão representadas por apenas um órgão, como é o caso dos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura (Crea).

Onde Estudar?

Conheça algumas das instituições de ensino superior e técnico da área de agrimensura:

Engenharia de Agrimensura

• Escola de Engenharia Eletro-Mecânica da Bahia (EEEMBA)
• Faculdade de Engenharia de Agrimensura de Pirassununga (Feap)
• Faculdade de Engenharia de Minas Gerais (Feamig)
• Faculdades Logatti
• Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc)
• Universidade Federal de Alagoas (Ufal)
• Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
• Universidade Federal de Viçosa (UFV)
• Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp)

Curso técnico

• Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (CEFET-SC)

Geomensura

• Escola Técnica Estadual Vasco Antonio Venchiarutti (Etevav)
• Escola Técnica Paulista Agrimensura
• Senai

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