O tema “tendências” é recorrente nas revistas do MundoGEO, pois estamos buscando sempre o que há de mais avançado no setor para apresentar aos assinantes. Foi assim na edição 60 da revista InfoGEO, por exemplo, quando falamos sobre a “invasão” dos Veículos Aéreos Não Tripulados (Vant) que, na época, ainda eram uma tendência e hoje estão em todo lugar. O mesmo aconteceu na edição 33 da InfoGNSS, na qual falou-se muito de tecnologias para mapeamento móvel, que já está acessível aos profissionais de geotecnologia.

Nesta edição da revista MundoGEO, voltamos ao tema para falar do estado-da-arte no setor de geomática e soluções geoespaciais. Navegação e posicionamento indoor, GIS em tempo real, veículos com inteligência artificial, análise geográfica na cloud e bases de dados 5D são algumas das tecnologias que estão na fronteira do conhecimento em geo e estarão nas mãos dos profissionais nos próximos anos.

Outras questões de destaque, quando se fala do avanço da tecnologia, são o poder das mídias sociais, a popularização de sensores de baixo custo, a importância das Infraestruturas de Dados Espaciais (IDE), o crescimento dos softwares livres, o aumento da quantidade de satélites GNSS.

Um fórum sobre as tendências no setor de geo-
tecnologia foi destaque no primeiro dia do MundoGEO#Connect LatinAmerica 2012, que aconteceu de 29 a 31 de maio em São Paulo (SP), no qual 18 especialistas falaram sobre o que há de mais avançado, hoje, em geomática e soluções geoespaciais.

Começando pelas IDEs, passando pelo GIS, GNSS e sensoriamento remoto, o dia foi de falar não só do que há de mais avançado, hoje, mas também fazer previsões do que será popular em breve. As IDEs, por exemplo, tentem ser tão – ou mais – importantes que a energia, o saneamento ou as telecomunicações. Com o crescimento do mapeamento colaborativo, a popularização de equipamentos inteligentes, das bases de dados 3D e da internet de banda larga, torna-se possível usar a cloud para análises geográficas complexas, o que eleva o GIS a um novo patamar. No setor de GNSS, a previsão é que seja possível rastrear mais de 50 satélites a partir de 2015, com novos sinais, o que aumentará a acurácia e disponibilidade da navegação, permitindo até mesmo o seu uso dentro de ambientes fechados. Na área de sensoriamento remoto, os Vants passam a contar com inteligência artificial, e começam a surgir soluções para transformar a grande quantidade de dados coletados (Big Data) em informações para a tomada de decisão (Big Information).

Outras questões que envolvem o futuro das geotecnologias dizem respeito à privacidade, à educação e ao papel dos governos, que passarão a ser cada vez mais organizadores do setor do que produtores de dados. O futuro é agora!

 

Eduardo Freitas
Engenheiro cartógrafo, técnico em edificações e mestrando em C&SIG
Editor da revista InfoGEO
eduardo@mundogeo.com