Autoridades ressaltaram que o momento é de reorganização e valorização das Forças Armadas

O auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados recebeu nesta terça-feira, 27 de novembro, a cerimônia de abertura do seminário Estratégias de Defesa Nacional, organizado pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A deputada federal Perpétua Almeida, que preside a comissão, abriu a solenidade, ressaltando o apoio do Instituto, “que tem sido vital para o trabalho da comissão”. Participaram do evento o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), Wellington Moreira Franco, o ministro da Defesa, Celso Amorim, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, José Carlos de Nardi, e os comandantes da Marinha, Julio Soares de Moura Neto; do Exército, Enzo Martins Peri; e da Força Aérea, Juniti Saito.

“Governo federal, academia, indústria e sociedade precisam estar envolvidos nesse debate, pois na medida em que avança a democracia, o tema da defesa nacional deixa de ser exclusividade das Forças Armadas e passa a ser interesse de toda a sociedade”, afirmou a deputada. Segundo a parlamentar, é clara a compreensão dos brasileiros de que a ascensão econômica e política do país só poderá se sustentar com ascensão da Defesa Nacional. “Existe um descompasso entre o crescimento do país e os incentivos aportados à indústria de defesa. Precisamos andar a passos largos para reaparelhar nossas Forças Armadas, para evitar ameaças à soberania, às riquezas e à segurança da nossa nação. Precisamos ainda sinalizar às indústrias a importância da inovação para as estratégias de defesa”, declarou.

Perpétua informou que um grupo de trabalho na Câmara já foi constituído, com a participação de setores do parlamento, academia, governo e sociedade, para propor saídas amplamente discutidas, com vistas a conseguir o financiamento dos grandes projetos estratégicos das Forças Armadas. No primeiro semestre de 2013, será encaminhado ao Poder Executivo um documento com as resoluções desse grupo.

Recursos

Moreira Franco ressaltou os grandes desafios que as Forças Armadas enfrentam para tornar realidade a Estratégia de Defesa Nacional. O desafio, além de intelectual, é material. “É preciso que a sociedade entenda que deve haver dotação no orçamento, para que seu futuro, existência e crescimento sejam mantidos e assegurados. As condições não são favoráveis, mas não por falta de entusiasmo, comprometimento, trabalho e estudo daqueles que compõem as Forças Armadas”, argumentou.

Além do montante de recursos, o mais importante, segundo o ministro, é a regularidade das liberações financeiras, pois, sem contrapartidas adequadas e dignas, as pessoas não mantêm o trabalho nas Forças Armadas, por necessidade de investir em outras ocupações.

Sociedade

“A defesa de nosso país é um problema da sociedade como um todo. Saber o quanto vamos dispender para isso é de importância geral”, afirmou Celso Amorim. “O contato estreito que tenho mantido com as casas parlamentares é consequência do espaço que o assunto vem tomando no Legislativo, e o interesse manifestado por vários setores industriais são a prova do crescimento do interesse social de participação na defesa do país”, completou.

Para o ministro, democracia e defesa se reforçam mutuamente, fato que vem se demonstrando após a redemocratização do país. “Interesse constante nas questões militares não se confundem com militarismo de qualquer natureza”, disse. O protagonismo que as Forças Armadas vêm tomando nas últimas décadas em lideranças civis são a prova disso, de acordo com ele.

Amorim ressaltou também a importância de que as forças de defesa do país se adequem às necessidades e riscos do século XXI e de que as estratégias nacionais estejam alinhadas com a nova configuração de liderança mundial, da qual o Brasil é protagonista.

Geointeligência

A temática da defesa é essencial para a soberania dos países. Cada vez mais o tema está atrelado à inteligência e tecnologia e, portanto, o uso de soluções e dados geoespaciais se torna uma necessidade como apoio à tomada de decisão e ao monitoramento, promovendo a segurança das fronteiras, combate ao tráfico e à evasão de divisas e contrabando, alerta de desastres naturais, além dos planos de contingência no caso de acidentes.

No MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013, Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, que irá acontecer de 18 a 20 de junho em São Paulo (SP), o tema tema será destaque. O Seminário Geointeligência para Defesa e Segurança irá debater como a inteligência geográfica pode garantir maior eficiência e reduzir custos na Gestão de Segurança e Defesa de um país, estado ou cidade. Conheça a programação do MundoGEO#Connect 2013.

Com informações do Ipea