A Universidade de Brasília (UnB), na próxima terça-feira (19), vai inaugurar a primeira estação fora da Rússia do sistema russo de monitoramento e correção diferenciada, que integra o Sistema de Navegação Global por satélites do país, o Glonass. O Programa de Cooperação no Campo da Utilização e Desenvolvimento do Sistema Russo de Navegação Global por Satélite é fruto de uma parceria entre a Agência Espacial Russa (Roscosmos), a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Universidade de Brasília.

Brasil recebe 1ª estação fora da Rússia do sistema GlonassSemelhante ao Sistema de Posicionamento Global (GPS), a rede serve para localizar posições na superfície terrestre utilizando 24 satélites espalhados pela órbita da Terra. Além de ser um importante componente para redução do erro de posicionamento do sistema Glonass na América do Sul, a instalação da estação beneficiará pesquisas na área aeroespacial desenvolvidas nos laboratórios de Automação e Robótica (LARA) e de Biomédica (LAB) da UnB. Será importante também para as aplicações satelitais e para estudos geodésicos da universidade.

Os objetivos desta implantação são: contribuir para operacionalização do sistema Glonass na América do Sul e prover serviços confiáveis de posicionamento e de navegação para essa região do globo; contribuir para os acordos assinados entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Roscosmos, que estabelecem cooperação técnica entre o Brasil e a Rússia no contexto do Glonass; prover suporte para estudos de pesquisa em sistemas de navegação por satélite conduzidas pelos pesquisadores envolvidos no projeto; e contribuir na formação de pessoal com expertise técnica em Glonass.

“Essa iniciativa registra uma consideração ao Brasil como país preferencial para parcerias estratégicas de mútuo interesse na área espacial”, ressalta o presidente da Agência Espacial Brasileira, José Raimundo Coelho.

Para Ícaro dos Santos, coordenador do LAB, quando o projeto estiver concluído, em 2020, a precisão dos cálculos de posicionamento no planeta será melhorada em até 10 vezes. “Teremos acesso aos dados brutos fornecidos pela estação. Assim, serão beneficiadas todas as nossas pesquisas sobre navegação de robôs, foguetes e veículos aéreos não tripulados, por exemplo”, disse Ícaro.

Estação

Três especialistas russos vieram a Brasília instalar a estação no telhado do novo prédio do Centro de Processamento de Dados (CPD). O equipamento trazido da Rússia conta com uma antena e dois racks com processadores, um para receber o sinal e outro para transmitir informações para sede do projeto na Rússia. Até 2020, a Roscosmos espera ter 56 estações semelhantes a esta que está sendo montada na UnB. Outras 22 estações iguais às da UnB já funcionam em território russo, uma delas na Antártida.

Ivan Revnivykh, líder de engenharia da JSC Russian Space Systems, garante que o projeto facilitará qualquer engenharia de precisão como atracamento de navios e a construção de estradas e prédios, todos voltados para fins civis. “Até o momento, temos excelente cobertura nos polos norte e sul. As novas estações fora da Rússia precisam ser em regiões relativamente próximas à Linha do Equador, como aqui em Brasília”, explica.

Evento

A inauguração da Estação de Referência para o Sistema de Correção Diferencial e Monitoramento do Glonass acontece no dia 19 de fevereiro, a partir das 11h, no Centro de Processamento de Dados da Universidade de Brasília (CPD/UnB).

Estarão presentes o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho; a vice-reitora da Universidade de Brasília, Sônia Báo; o vice-chefe da Agência Espacial Russa (Roscosmos), Sergey Saveliev; o diretor geral da JSC (Sistemas Espaciais da Rússia), Andrey Chimiris; e os coordenadores do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (ENE/FT/UnB), Geovany Araújo e Ícaro dos Santos.

Fonte: Agência Espacial Brasileira (AEB)


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