Programa Open Source de avião-robô bancado pela AGX e desenvolvido pela USP São Carlos estará disponível na Internet

Dois meses de desenvolvimento foram suficientes para que o Brasil tivesse à disposição dos interessados o primeiro programa aberto de um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT). Trata-se do modelo Ararinha, desenvolvido com apoio da AGX Tecnologia pelo Departamento de Sistemas de Computação do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC) da USP São Carlos.

Modelo Ararinha_programa aberto de VANTs
Modelo Ararinha será o primeiro VANT de tecnologia aberta. Crédito: Divulgação

O trabalho, coordenado pelo professor Onofre Trindade Júnior, foi concluído em janeiro. Ele prevê que até o início de março o projeto esteja disponibilizado via Internet. Será o primeiro programa Open Source do gênero no País.

A AGX, empresa do setor de VANTs sediada no Pólo Aeronáutico de São Carlos (SP), financiou com recursos próprios o projeto do Ararinha. “A iniciativa é ousada, mas a abertura do projeto vai auxiliar no treinamento de pilotos para operações com aviões-robôs. Além disso, defendo a tese do ‘faça você mesmo’ com as devidas responsabilidades”, defende Adriano Kancelkis, diretor-presidente da AGX.

O professor Trindade Júnior explica que o modelo Ararinha é uma iniciativa acadêmica, aberta e de baixo custo para o desenvolvimento de sistemas aéreos não tripulados, compreendendo quatro aspectos básicos: aeronave, controle de voo, comunicação e carga paga (missões). “Ele é a primeira iniciativa do Grupo de Interesse em SisVANTs e Aplicações, o GISA. No site do grupo estará em breve o projeto deste VANT”, revela o coordenador do VANT Livre, nome genérico do projeto, cujo original é Plataforma Aérea Versátil para Entusiastas em Sistemas Aéreos não Tripulados.

O Ararinha é voltado para entusiastas em Sistemas Aéreos Não Tripulados e suas Aplicações. “Nesse sentido, ele é classificado e pode ser operado dentro das restrições que Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) impõe para os aeromodelos. Tecnicamente, o Ararinha pode realizar as mesmas tarefas que muitas aeronaves não tripuladas voltadas para uso profissional. Será disponibilizada, inclusive, a documentação básica para solicitação junto à ANAC, de uso do modelo nesta classe de aplicações”, complementa Kancelkis, da AGX.

O empresário adianta que a empresa deve comercializar as peças e componentes do VANT Livre na forma individual ou em kits. “Também devemos produzir para venda aeronaves 100% montadas e completas, além de uma versão mais robusta como opção para aplicação nas áreas agrícola e ambiental, com preço de entrada de 15 mil reais. Esse valor pode variar pra cima dependendo do tipo de payload embarcado. Num primeiro momento temos condições de produzir até 100 aviões-robôs como esse por ano”, estima o presidente da AGX.

O professor Trindade Júnior destaca que o Ararinha é uma aeronave versátil, com quatro tipos diferentes de sistema de propulsão (glow, etanol, gasolina e elétrico) e sistemas de pouso/decolagem. “O projeto está aberto para iniciativas de novas soluções aerodinâmicas, propulsão, controle, comunicação e missão. Inicialmente, o sistema de controle está baseado em outra iniciativa aberta, o Ardupilot. Outras opções de controle estão em desenvolvimento no GISA”, detalha o coordenador do projeto.

VANTs são destaque em revista e evento

Os Veículos Aéreos Não Tripulados foram destaque na MundoGEO 70, edição mais recente da revista de geomática e soluções geoespaciais. Acesse a versão online da revista e veja informações exclusivas a respeito dos veículos, regulação do setor, além de entrevista com o professor Onofre Trindade Júnior.

Os VANTS também farão parte da programação do MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013, maior evento de geotecnologia da América Latina. No seminário exclusivo sobre o tema, serão discutidas as características de cada veículo, sensor e solução de pilotagem, o seminário vai mostrar resultados concretos de utilização. Saiba mais na página do seminário de VANTs do MundoGEO#Connect 2013.