Por: Alexandre Scussel
Fotos: Daniel Franco

Evento reuniu 3.540 profissionais em São Paulo, de 18 a 20 de junho. Feira teve recorde de expositores, com 70 marcas globais. Edição 2014 já está marcada para 7 a 9 de maio e terá espaço ampliado para jovens talentos e empreendedores

Entre os dias 18 e 20 de junho de 2013 o mercado geoespacial da América Latina demonstrou toda sua força. A terceira edição do MundoGEO#Connect LatinAmerica, Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, aconteceu em São Paulo (SP) e reuniu 3.540 participantes de mais de 25 países nas 20 atividades do evento, além de 150 palestrantes e 70 empresas expositoras em uma feira de 4.600 metros quadrados. Com uma programação variada, o maior evento geoespacial da América Latina contou com sete seminários, cinco cursos, dois eventos especiais, quatro workshops e dois espaços de encontros.

Os números de uma pesquisa feita com os participantes do evento mostraram que 94% avaliou positivamente e 92% indicaria o evento a um colega. Além disso, 89% dos participantes aprovou a infraestrutura do local, 93% opinou que a feira apresentou novidades, 89% gostou dos conteúdos apresentados nos seminários, fóruns e cursos.
“Estas avaliações confirmam nossas expectativas e nos desafiam a sempre buscar melhorar ainda mais a relação custo/benefício para os participantes, apoiadores e patrocinadores do evento”, avalia Emerson Granemann, diretor da MundoGEO. “Apesar do evento ter acontecido no auge das manifestações populares nas ruas, ele atraiu mais de 3.500 participantes. Até na hora do jogo do Brasil e México a feira estava lotada, com vários expositores mostrando a partida em seus estandes. Mesmo antes, durante e depois do jogo, a troca de informações não cessou”, comemora. Atraindo um grande número participantes, a conferência ofereceu, no dia 18, cinco cursos que abordaram as principais demandas dos profissionais do setor geoespacial, tais como Georreferenciamento de Imóveis Rurais, Geoprocessamento na Gestão de Municípios, Geomarketing, Cadastro Ambiental Rural e Infraestruturas de Dados Espaciais (IDE).

Conferência internacional

Um dos principais destaques da Conferência, o Seminário MegaTendências era muito aguardado por fornecedores, gestores e usuários de informação geoespacial. Realizado no dia 18, logo após a abertura oficial do evento, com palestras ministradas por especialistas do Brasil, Venezuela, Argentina, Canadá e Estados Unidos – e tradução simultânea para português, espanhol e inglês -, o Seminário demonstrou o que será realidade nos próximos anos, e trouxe temas atuais para discussão junto ao público – presencial e online -, tal como o Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Para apresentar sobre o novo instrumento de regularização ambiental rural do Brasil, a conferência trouxe Paulo Guilherme Cabral, do Ministério do Meio Ambiente. “Este é um evento muito importante, pois podemos dialogar e conhecer tecnologias, empresas e profissionais que estão na ponta do processo de fornecimento de serviços e recursos tecnológicos que permitem identificar e imagear os imóveis e territórios rurais do Brasil”, afirmou Paulo Guilherme, Secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente.

O Seminário MegaTendências teve ainda a participação de dirigentes ligados ao setor geoespacial internacional, tais como Rede Geoespacial da América Latina e Caribe (GeoSUR); Open Geospatial Consortium (OGC), Comitê Permanente para a Infraestrutura de Dados Geoespaciais das Américas (CP-IDEA); Lincoln Institute of Land Policy; e Global Spatial Data Infrastructure (GSDI). O MundoGEO#Connect contou também com a presença de uma delegação da Alemanha, representada por Olaf Freier e Hagen Graeff, do Intergeo, maior evento de geoinformação do planeta, que é realizado anualmente no país.

“Gosto muito do evento e das publicações da MundoGEO, principalmente pelo trabalho realizado em conectar a comunidade latinoamericana e global”, afirmou Peter Grognard, fundador e CEO da Septentrio, fabricante europeia de receptores profissionais para GNSS, palestrante no seminário MegaTendências. “Nós temos sorte de poder trabalhar com parceiros brasileiros, o que nos permite desenvolver soluções para atividades atmosféricas intensas. Nós já fazemos isso há alguns anos, em parceria com a Universidade de São Paulo. Estar aqui, para mim, significa fortalecer minha rede e começar novos contatos e relações de negócios”, conclui.


“Eventos da natureza como a do MundoGEO#Connect oferecem ao setor privado a possibilidade de mostrar suas inovações e entender melhor aquilo que se adequa às nossas necessidades. Para nós é importante para tornar público o quanto estamos avançando no conhecimento e na disponibilzação de informações que têm muita tecnologia embarcada. Além do ‘network’, o evento promove a troca do conhecer e aprender”

Rovena Negreiros
Diretora de planejamento da Emplasa


VANTs, negócios e soluções

A terceira edição do MundoGEO#Connect teve a presença, em sua feira de produtos e serviços geoespaciais, de 70 grandes companhias. As empresas e representantes de grandes companhias aproveitaram a feira do MundoGEO#Connect 2013 para lançar e demonstrar alguns de seus produtos e soluções em geotecnologias. Entre elas estão algumas companhias que, pela primeira vez, participaram de uma feira na América Latina, tais como DMC, Carlson, Pitney Bowes, Phenix, Sinoprime,  Stonex e Vexcel.  O espaço da feira esteve muito movimentado nos três dias do evento, com negócios e parcerias nacionais e internacionais realizadas em seus corredores, salas de reuniões e estandes.

“É a primeira vez que a SulSoft participa do MundoGEO#Connect e eu, como diretor da empresa, estou muito contente. Como já visitei as feiras anteriores, vimos que o interesse cresceu e que o público com certeza se interessa por nossos produtos”, afirmou Michael  Steinmayer, diretor-executivo da SulSoft.

A feira de produtos e serviços, além de contar com muitas novidades em softwares e soluções, neste ano teve diversos modelos de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs ou Drones) em exposição. Tecnologia que avança rápido no Brasil, os VANTs foram uma grande atração para usuários e também entusiastas deste mercado, que puderam conferir de perto mais de 10 modelos em exposição. Para apresentar ao público as características de cada veículo, sensor e solução de pilotagem, o evento apresentou o Seminário VANTs, trazendo especialistas para mostrar resultados concretos de utilização desta tecnologia.

“O tempo das aeronaves não tripuladas simplesmente como aviões que voam sozinhos já passou. É preciso, hoje, dar um uso viável para essas aeronaves, sob o aspecto de segurança e econômico”, afirmou Onofre Trindade Junior, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP). “Na palestra no MundoGEO#Connect, nós apresentamos uma iniciativa livre que vem sendo desenvolvida na USP para disseminar a cultura das aeronaves não tripuladas e fazer com que o processamento das imagens seja feito na aeronave, para gerar o mapeamento temático a bordo e transmiti-lo antes da aeronave pousar”, informou.

No último dia do evento foi realizado o Fórum Geointeligência para Defesa e Segurança, mostrando como a segurança, o combate ao tráfico de drogas e o monitoramento de multidões podem ser melhorados com a ajuda das ferramentas de inteligência geográfica e, dentre elas, os VANTs. “De uma maneira geral, o VANT tem as mesmas capacidades de geração de produtos cartográficos e de imagens quanto as aeronaves tripuladas. No futuro, todas as aeronaves deverão ser VANTs, com exceção daquelas que carregam passageiros, e as aplicações civis certamente serão as mais importantes e diversas. As aplicações militares também são importantes, mas elas já existem e têm volume reduzido, a não ser em nações que têm algum conflito”, completou o pesquisador da USP.

“Uma tecnologia que a Santiago & Cintra está dando muita ênfase neste ano são as aeronaves não tripuladas. Nós aumentamos nosso portfólio, e hoje nós temos VANTs de curto alcance, equipados com uma câmera RGB ou de infravermelho próximo, e temos VANTs com até cinco horas de autonomia de voo. Com o VANT Arara é possível colocar qualquer sensor, dependendo do tipo de informação que será coletada”, comentou Gustavo Streiff, Diretor Comercial da Santiago & Cintra Geo-Tecnologias.


“Viemos para ver as novidades e o que tem de tecnologias novas, principalmente relacionado com os VANTs, que são uma ferramenta interessante, e também para ver as palestras relacionadas ao CAR, pois trabalhamos com isso”

Aldenir Paes
Diretor admInistrativo do Grupo Arruda Paes


CAR em destaque

Em vista da atualidade do tema e da demanda da comunidade geoespacial por um debate mais profundo acerca do CAR, a Conferência do MundoGEO#Connect apresentou o tema em três oportunidades: dentro da programação do Seminário MegaTendências; através de um curso com seis horas de duração; e também em um workshop gratuito, promovido pela empresa Santiago & Cintra Consultoria. Todas as atividades contaram com ampla presença e participação do público, que pôde conhecer as características sobre este novo instrumento de regularização ambiental rural do Brasil.

Instituído pela Lei nº 12.651/2012, o CAR reúne todas as informações ambientais das propriedades e posses rurais, com acesso público pela internet, formando uma base de dados. O cadastro é o primeiro passo para a obtenção de qualquer licença ambiental para uso ou exploração dos recursos naturais da propriedade. Com o comprovante de inserção no CAR, o produtor pode reconhecer seu passivo ambiental e assumir o compromisso para recuperá-lo.

Durante o Seminário MegaTendências, o CAR foi apresentado por Paulo Guilherme Cabral, que detalhou as ferramentas utilizadas pelo Ministério do Meio Ambiente para implantação do Cadastro.

Já no Curso “Regularização Ambiental e o Cadastro Ambiental Rural”, sob a instrução de Valmir Gabriel Ortega, consultor em projetos associados à gestão ambiental e áreas protegidas, foram apresentados histórico da regularização ambiental rural; a nova Legislação Florestal Brasileira (novo código florestal); conceito e possibilidades; e as oportunidades associadas ao CAR. Segundo o instrutor, o Cadastro apresenta vantagens para gestão ambiental do Brasil, tais como o controle e monitoramento do desmatamento, com integração das bases de dados do órgão federal e dos órgãos ambientais; maior transparência pública, com ampliação do controle social; a regularização ambiental do empreendimento rural com segurança jurídica; dentre outras. No curso ainda foram mostrados desafios à implementação e experiências prévias.


Paulo Guilherme Cabral - Ministério do Meio Ambiente

“Produtores, empresas, organizações e governos estaduais estão organizados com o governo federal para acelerar e facilitar todo o processo de cadastramento”, explicou. “As parcerias com as entidades e associações de produtores, além de garantir a regularidade ambiental aos seus associados, serão de grande importância para dar amplitude ao CAR e adequar o mercado a essa nova exigência ambiental”. A tecnologia como aliada do produtor também foi destacada por Cabral como o outro caminho para implantação do Cadastro. Com o auxílio de imagens de satélite de alta resolução, será possível demarcar o perímetro dos imóveis rurais de todo o país e fazer o cadastro do imóvel via internet. “No final do ano passado, o MMA adquiriu imagens de satélite em alta resolução de todo o território brasileiro, no valor de 28,9 milhões de reais, com aproximação de cinco metros, que serão utilizadas como base para o CAR”.


Geo para gestão pública

Parte da programação do MundoGEO#Connect 2013, o Seminário Gestores Públicos da Geoinformação contou com a presença de importantes instituições – tais como IBGE, Incra, Ibama, Ministério do Meio ambiente, entre outras – que estiveram presentes para tirar as principais dúvidas de técnicos e gestores do governo com relação ao uso efetivo dos dados geoespaciais na administração pública, a nível nacional, estadual e municipal.

Kilder Barbosa, representante do Incra, destacou o novo Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) durante o painel sobre a importância estratégica da geoinformação no Governo Federal. Segundo o palestrante, o novo sistema inclui a automatização do processo de certificação eletrônica, com a dispensa de documentos em papel. Kilder detalhou também a terceira versão da Norma Técnica de georreferenciamento, com as novas datas para certificação. Segundo ele, a Nova norma será sucinta, acompanhada de dois manuais de procedimentos, um para o levantamento dos limites e outro para o posicionamento.

Dênis de Moura Soares, do Ministério do Planejamento

Também esteve presente Dênis de Moura Soares, Coordenador de Estudos de Planejamento do Ministério do Planejamento, que destacou a espacialização das ações do Plano Plurianual e a complexidade das Políticas Públicas, tais como as ações de articulação com as Secretarias Estaduais de Planejamento. Apresentou, ainda, o Plano Nacional de Geoinformação e a Segunda Jornada INDE-Academia, que será realizada no segundo semestre de 2013.

Em um dos painéis do seminário sobre Gestão Pública da Geoinformação, o tema central foi o CAR, apresentado por Aline Menke, Analista Ambiental no Ministério do Meio Ambiente, que detalhou como foi o processo de compra de imagens de satélite RapidEye para 98% do território nacional, que estarão disponíveis aos estados e municípios, bem como instituições privadas e ONGs que trabalham com o Cadastro, através de uma forma inovadora de cessões e licenças negociada com a fornecedora dos dados geoespaciais.

Em outro momento do seminário, Luiz Motta,  Coordenador de Tecnologia de Informação Geoespacial da Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama, falou sobre as dificuldades no monitoramento dos biomas e da dificuldade de interpretação das imagens e complexidade dos ambientes. O coordenador ressaltou a importância do desenvolvimento de novas ferramentas de software livre e de plataformas para o acesso aos dados existentes.


“Nós do Ibama temos tentado ser referência na área de informações espaciais para o meio ambiente. Há 20 anos o Ibama trabalha com monitoramento, especialmente para os biomas. Em 2013, a construção dessa informação vem sendo feita em plataformas livres”, declarou. “Ao gerar um dado espacial para tomada de decisão, a informação é sumarizada, quantificada e é feita a geração de gráficos para subsidiar políticas a nível do Ministério do Meio Ambiente. O dado espacial, o vetor propriamente dito, é disponibilizado no final desse processo. Nós trabalhamos com imagens de dois anos, para poder ter esse balanço sobre a mudança da paisagem e da pressão sobre os biomas brasileiros”, completou.

Carlos Cardona – Esri

Em um dos paineis do Fórum, foram mostrados casos de planejamento e monitoramento de grandes eventos em grandes cidades brasileiras, pelos especialistas em segurança pública Raquel Pereira Fonseca Crispiniano e Tenente Coronel Marcus Ferreira. Na ocasião, Ferreira demonstrou como foi executada a análise de risco para locais de hospedagem de peregrinos na Jornada Mundial da Juventude 2013, realizada no Rio de Janeiro. De acordo com o especialista, com a disponibilização dos endereços de hospedagem dos peregrinos, a base de dados geoprocessada possibilitou a construção de informações relativas a áreas de maior densidade, o que foi utilizado pelos órgãos de segurança pública para a otimização do planejamento, com uma estrutura de segurança melhor focada, possibilitando que outros órgãos concentrassem seus recursos nas áreas em que efetivamente haveria maior número de peregrinos.

Na última rodada de palestras do Fórum, a utilização de VANTs no apoio a projetos de segurança foi abordada. “Em minha apresentação sobre como se pode plotar os dados provenientes de VANTs dentro de uma plataforma geográfica, foi demonstrado sobre a análise de mudanças multi-temporais, uma das operações mais comuns e utilizadas na indústria de defesa, inteligência e segurança”, afirmou Carlos Cardona, Arquiteto de Soluções para América Latina da Esri.


Geointeligência para defesa e segurança

General Pedro Ronalt – DSG

Segurança de fronteiras, combate ao tráfico de drogas e armas, prevenção e resposta ao crime, monitoramento de grandes multidões. Com o auxílio de ferramentas de Geointeligência é possível realizar pesquisa, desenvolvimento, aplicação e manutenção em processos e projetos de apoio à tomada de decisão em situações críticas. Com foco nos grandes eventos que o Brasil irá sediar, o Fórum Geointeligência para Defesa e Segurança apresentou como os dados geoespaciais vêm sendo usados de forma estratégica. Abrindo o Seminário, um painel discutiu sobre o mapeamento da Amazônia, encarado de forma estratégica para o país, em uma apresentação feita pelo General Pedro Ronalt Vieira, do Exército Brasileiro.

“Um sistema de informação geográfica permite não só acompanhar todo o processo da segurança nacional, mas também fornecer o conhecimento preditivo e a consciência situacional, comum com as várias áreas que se ocupam da segurança de um país”, afirmou João Canais, Gerente de Negócios da Esri, palestrante no painel sobre Vigilância Territorial e Operações em Defesa e Segurança.


Inteligência geográfica nos negócios

Joe Francica – Directions Mag.

Em 2013, a programação do MundoGEO#Connect contou com a conferência internacional Location Intelligence Brazil, promovida em parceria com o portal norte-americano Directions Magazine, que realiza o evento Location Intelligence nos Estados Unidos anualmente, mostrando as principais aplicações da tecnologia geoespacial no mundo dos negócios.

“Foi uma grande oportunidade para oferecer um fórum educativo, que abordou as aplicações da tecnologia de localização na computação empresarial e inteligência de negócios”, disse Joe Francica, editor-chefe da Directions Magazine. Com tradução simultânea para espanhol e inglês, a LI Brazil contou com o patrocínio da HERE – uma unidade da Nokia -, da Geofusion e da MapLink.


“O evento MundoGEO#Connect cada vez mais tem a cara do mercado. É neste tipo de evento que a Hexagon tem sempre que estar presente, pois desejamos ficar em contato permanente com as demandas da comunidade”

Claudio Simão
Presidente da Hexagon para a América do Sul e Ásia


Associações, universidades e profissionais

Durante o MundoGEO#Connect 2013, mais de vinte universidades e diversas associações de profissionais do setor organizaram encontros para debates sobre formação, união de esforços e integração com empresas, visando o desenvolvimento da inovação.  Assim, fez parte da conferência o 10º Encontro Nacional de Cartógrafos e 1º Encontro Nacional de Engenheiros Agrimensores e Cartógrafos, que debateu as atribuições destes profissionais. “O 10º Enecart e 1º Encontro Nacional de Engenheiros Agrimensores e Cartógrafos, organizado pelo MundoGEO#Connect, foi um evento importantíssimo e histórico, pois conseguiu reunir engenheiros cartógrafos e agrimensores para discutir a unificação das atribuições profissionais e a atuação das associações, afirmou o engenheiro cartógrafo Edmilson Volpi, Presidente da Abec-SP. “Pela manhã, estavam reunidos vários cursos para discutir como a unificação poderá ser feita. As graduações que ainda não fizeram, mas que com certeza irão fazer, puderam debater sobre como será feita esta mudança, e como isso vai impactar nos alunos, instituições de ensino e na sociedade em si”, afirmou.

O Presidente fez ainda uma análise sobre o encontro das associações profissionais de engenheiros cartógrafos e de agrimensores. “Durante o período da tarde, foi discutida a unificação das ações – uma tendência que, com os cursos de dupla atribuição, impactará nas associações. Foi muito importante, pois se determinou uma ação conjunta entre as duas associações. As associações de engenheiros cartógrafos – regionais de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná – e as associações de engenheiros agrimensores – Apeaesp e Fenea – saíram de lá com uma determinação de trabalhar conjuntamente, seja na organização de eventos, em ações profissionais, e em trabalhos de representação no sistema Confea/Crea. Foi com certeza um evento muito proveitoso para as associações profissionais, que finalmente conseguiram uma união há tanto tempo almejada, e também para as instituições de ensino que vão caminhar junto nessa unificação, que é um processo irreversível”, comemora.

Em 2013, o MundoGEO#Connect vivenciou um momento muito importante, caracterizado pela aproximação entre o evento e a academia. Com expressiva participação de professores e estudantes, várias instituições estavam representadas na feira com estandes, no “Espaço Universidades”. Instituto Militar de Engenharia, Unisinos, Universidade Estadual do Rio De Janeiro e as Universidades Federais da Bahia, de Alagoas, de Pernambuco, de Viçosa,  do Pampa e do Paraná utilizaram o espaço da feira para demonstrar e debater as atividades de pesquisa e desenvolvimento no setor de geotecnologia. Um evento paralelo ofereceu uma oportunidade única para que diferentes entidades, atuantes no cenário geoespacial nacional, demonstrassem programas, projetos, casos de sucesso, propostas e parcerias que fomentem o setor de geotecnologias no país: o Encontro de Integração Governo, Universidade e Empresas.

Outro exemplo desta aproximação pôde ser observado nos workshops – eventos com participação livre -, que trouxeram especialistas e acadêmicos para debater tecnologias em informação geográfica. A primeira reunião da rede ICA-OSGeo Labs no Brasil reuniu universidades, instituições de pesquisa e demais organizações com o objetivo de desenvolver uma plataforma mundial de aprendizagem e criar infraestrutura de ensino e pesquisa nos tópicos de dados e padrões abertos e software livre na área geoespacial. Também foi realizado o workshop da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo  (RBMC), reunindo especialistas de várias  instituições de ensino e de pesquisa, e um encontro que apresentou à comunidade o Projeto Temático GNSS-SP. Em seu terceiro encontro oficial, o Projeto envolve os pesquisadores que atuam na geodésia, objetivando desenvolver algoritmos e metodologias para várias aplicações, entre elas aquelas factíveis de serem aplicadas na agricultura de precisão, cartografia e cadastro, meteorologia e monitoramento do nível médio dos mares, debatendo a implementação de uma rede de estações GNSS.


Eleição define Diretoria do IBG

Durante o MundoGEO#Connect foi realizada a Assembleia Geral Ordinária do Instituto Brasileiro de Empresas de Geomática e Soluções Geoespaciais (IBG), contando com a presença de 24 empresas que elegeram a diretoria para os próximos três anos. Durante o encontro também foi realizada a eleição do Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal, Conselho de Ética e Diretoria Executiva. Além disso, foram definidos a contribuição mensal e o plano de ações do Instituto, a serem implementados nos próximos três anos.

As empresas associadas ao IBG atualmente são: AMS Kepler, Furtado & Schmidt, Embratop, Engemap, Geocenter, Geo
fusion, Geopixel, Imagem, Unidesk, Alezi Teodolini, Geoambiente, MundoGEO, Métrica, Leica Geosystems, Inovação, Geoconsult, Santiago & Cintra Geo-Tecnologias, Santiago & Cintra Consultoria, Satmap, Sensormap, Sisgraph, Somenge, Tecnomapas e Topocart.

Conselho Deliberativo

• Presidente: Luiz Leonardi – Imagem Geosistemas
• Vice-presidente: Eduardo Martins Oliveira – Santiago & Cintra
• Secretário: Mauricio Braga Meira – Geoconsult
• Conselheiros: Izabel Cecarelli – Geoambiente, Patrick Pires – Leica Geosystems, Cesar Antônio Francisco – Engemap, Marcos Guandalini – Alezi Teodolini, Emerson Cauduro Velho – Embratop, Daniel Alexandre Janini – Metrica
• Suplentes: Weber Pires de Sá Jr. – Satmap, Marco Antonio de Almeida Fidos Júnior – Inovação, Renato Zachariatas – Unidesk

Diretoria Executiva

• Presidente: Emerson Zanon Granemann – MundoGEO
• Vice-presidente: Iara Musse Félix – Santiago & Cintra Consultoria
• Diretor Financeiro: Fernando Schmiegelow – Sisgraph
• Diretor Administrativo: Kleber de São José – Furtado & Schmidt

Para mais informações, acesse www.ibgeo.org ou entre em contato com Bruno Born, Gerente Executivo do IBG, pelo email contato@ibgeo.org


Data marcada para 2014!

Em 2014 o evento acontecerá de 7 a 9 de maio no mesmo local, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP). Já está prevista uma expansão para 7.500 metros quadrados no espaço total do evento, correspondente ao quarto andar do Centro de Convenções.

“Para 2014, o evento pretende ampliar sua oferta de cursos e espaços de debates, envolvendo as comunidades dos demais países da América Latina. Além do quinto andar utilizado este ano, está prevista a utilização do quarto andar para um evento novo, destinado ao público jovem e à comunidade universitária. As atividades serão alinhadas com este público, e irão abranger desafios, espaços para novos empreendedores, start-ups e desenvolvedores”, explica Emerson Granemann.

Para conferir os materiais disponíveis dos fóruns, seminários, cursos e workshops, acesse a grade do MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013 em http://goo.gl/KeeYgh. Mais informações sobre a edição 2014 do MundoGEO#Connect estarão disponíveis em breve no Portal MundoGEO e no site www.mundogeoconnect.com.