A nuvem de pontos em arquivo

A nuvem de pontos, após o seu registro, é composta muitas vezes por alguns milhões de pontos, variando a quantidade em função do detalhamento necessário, assim como da extensão do trabalho. Mas como os arquivos de nuvem de pontos são vetoriais (pontos em X,Y,Z), o tamanho do arquivo em Bytes depende exclusivamente da quantidade de pontos e de suas informações adicionais. Uma nuvem com 1 milhão de pontos numa obra de terraplenagem com 2 hectares terá praticamente o mesmo tamanho em Bytes que uma nuvem com 1 milhão de pontos num equipamento industrial de 4 metros quadrados.

Como sabemos, quanto maior o tamanho dos arquivos, maior será a exigência de hardware e soft-ware para o seu processamento, tratamento, importação, exportação e armazenamento. Por este motivo, os fabricantes de equipamentos e também os desenvolvedores de softwares de Laser Scanner vêm desenvolvendo formatos próprios de arquivos com compactação para ocupar menos memória RAM e também menos memória em disco, para melhorar a trabalhabilidade da nuvem de pontos.

Tomando o exemplo de uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) e de um tanque de líquidos, ambos realizados pela Vector Geo4D, podemos verificar as seguintes estatísticas:

Pudemos observar que os tamanhos dos arquivos são gigantes, se comparados com outras aplicações de engenharia, o que nos exige hardware e software específicos para trabalhar com estes dados.

A nuvem de pontos pode ser exportada em vários formatos de arquivo, entre eles o mais comum é no formato de texto sem formatação (TXT). Este arquivo pode possuir várias combinações de dados associados a cada um dos pontos medidos, onde a mais comum é: Y, X, Z, intensidade e cor RGB. A cor RGB (nível de vermelho, verde e azul) é a cor real obtida por câmera fotográfica. A seguir um exemplo de um arquivo TXT contendo este formato:

7096679.0014 746661.0028 3.5198 -198 170 181 175

7096679.0011 746661.0028 3.3915 -268 32 33 27

7096679.0864 746660.2043 3.5545 -234 88 87 67

A nuvem de pontos pode ser também exportada para um formato bastante comum na engenharia, que é o Drawing Exchange Format (DXF), formato este que virou padrão para exportação e importação em softwares CAD. Porém, nele você não terá as facilidades de escolher entre intensidade ou cor RGB, pois o tipo de cor escolhida na exportação será aplicado como cor dos pontos para o DXF. Inclusive, desta forma, cada ponto da nuvem vira um “point” em DXF, tornando o arquivo no CAD impossível de ser trabalhado por limitações de hardware e software. Na tabela comparativa, podemos ver o tamanho dos arquivos em DXF, onde o tamanho do arquivo em DXF da ETE foi impossível exportar, tendo o seu tamanho estimado em função de outros trabalhos similares.

Para trabalhar com a nuvem de pontos, são necessários soft-wares próprios para esta finalidade, que permitam a mudança de ângulos de visão e zoom rapidamente para facilitar a extração de dados da Nuvem de pontos ou mesmo para simples consulta de dimensões.

Rovane Marcos de França

Professor de geodésia e georreferenciamento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC) e consultor da Vector Geo4D. Engenheiro civil, técnico em geomensura e Estradas. Experiência em levantamentos com laser scanner há três anos em várias aplicações, usando diversos softwares de processamento e modelagem de nuvem de pontos

rovane@vector.agr.br