Objetivo é alertar sobre possíveis situações de risco, explica pesquisador. Estimativa é que sistema seja implantado na cidade em até um ano e meio.

Microcóptero utilizado pela USP para pesquisa em São Carlos (Foto: Fernanda Vilela/Divulgação USP)

Uma pesquisa realizada no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos (SP), testa microcópteros para monitorar o trânsito e também enchentes. O objetivo é alertar sobre possíveis situações de risco. O responsável pela pesquisa, Jó Ueyama, acredita que o equipamento pode ainda auxiliar a polícia em ações de segurança. A previsão é que o sistema esteja disponível na cidade em até um ano e meio.

Segundo Ueyama, a próxima geração de veículos já prevê itens opcionais como sistemas de comunicação sem fio wi-fi e tecnologia 3G ou 4G, utilizadas em redes de telefonia móvel. Aliadas a uma tecnologia mais sofisticada empregada na pesquisa, essas ferramentas permitirão a troca de dados entre microcópteros e automóveis.

“Ele consegue captar, por exemplo, um ponto de alagamento ou enchente e enviar a imagem, informar que determinada via está congestionada e criar rotas alternativas. O microcóptero, neste caso, serviria como uma ‘mula de dados’, ou como uma ponte de comunicação entre os veículos”, explicou o professor da USP.

Para Ueyama, os microcópteros podem ser considerados ‘computadores voadores’. O projeto é uma continuidade do sistema e-NOE, que detecta enchentes e níveis de poluição em rios e córregos por meio de uma rede de sensores sem fio, instalados em três pontos da cidade. O software é capaz de prever quando uma forte chuva poderá ocasionar o transbordamento dos córregos onde os sensores estão instalados.

Características do VANT

O veículo aéreo não tripulado (VANT ou Drone) utilizado na pesquisa é alemão e foi comprado nos Estados Unidos. O equipamento, que custou cerca de 20 mil reais, foi equipado com GPS, sensores e câmera de alta resolução, que filma em full HD e fotografa.

O microcóptero possui oito hélices, o que permite continuar a navegação caso uma delas apresente falhas. A pequena aeronave pesa 2,2 quilos e tem autonomia de aproximadamente 40 minutos de voo. Funciona com duas baterias e pode ser operada por controle remoto ou por meio de uma rota pré-estabelecida no computador. O vant pode atingir uma altura de 400 metros mesmo em dias de chuva fraca.

A ideia é disponibilizar o equipamento para uso na cidade em até um ano e meio. “Temos que consolidar parte do software, corrigir erros e estudar o novo modelo de vant que passamos a usar com oito hélices”, explicou o professor.

Segundo ele, o projeto iniciou em 2011 e os primeiros testes foram realizados na pulverização de lavouras com um modelo de equipamento de quatro hélices. Devido à falta de estabilidade do aparelho, os pesquisadores adquiriram um de seis hélices, até optarem pelo modelo atual.

Fonte: G1