O Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) tem utilizado as imagens de satélites analisadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para planejar ações e monitorar a cheia no Rio Madeira. O Inpe obtém as imagens por meio do International Charter “Space and Major Disasters”, um consórcio de instituições e agências espaciais que fornece dados orbitais para gestão de desastres naturais em todo o mundo.

“Além de possibilitar um acompanhamento do desastre, já identificamos oportunidade de utilizar as imagens do Charter também nas fases de planejamento da resposta, e de dimensionamento das ações humanitárias, uma vez que essas imagens atualizadas nos permitem identificar com mais clareza a real extensão do desastre e estimar melhor a população atingida”, informa Rafael Pereira Machado, especialista em Geoprocessamento do Cenad.

A aquisição e liberação gratuita de dados espaciais a países autorizados pelo Charter acontece em situações de emergências. Para atuar no Brasil, o International Charter deve ser acionado a pedido do Ministério da Defesa ou do próprio Cenad, que são os usuários autorizados no País. O consórcio foi ativado pelo Cenad no dia 21 de março para prover imagens das regiões inundadas em Rondônia. Como membro do Internacional Charter, o Inpe passou a receber e selecionar imagens de satélites que, após análise e processamento, geram dados e informações úteis à Defesa Civil.

Redução

Imagens de satélites já permitem observar a diminuição das áreas inundadas na Bacia do Mamoré, na Bolívia, afluente do Rio Madeira, no Brasil. O nível da água também baixou nos rios Madre de Dios, Beni e Guaporé, conforme mostram os dados analisados pela Divisão de Sensoriamento Remoto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Pela primeira vez este ano foi possível obter imagens dos satélites norte-americanos Landsat-7 e Landsat-8 sem cobertura de nuvens de toda a região. As imagens de satélite permitem identificar com mais clareza a extensão do desastre e dimensionar a população atingida. Por isso, podem ser utilizadas como ferramenta pela Defesa Civil para planejamento de suas ações.

Abaixo, mosaico formado por nove imagens registradas nos dias 6,7 e 8 de abril. Os dados são dos satélites Landsat 7 e 8, do Serviço Geológico Americano (USGS), com composição colorida de 3 bandas espectrais reproduzindo a cor natural. O mosaico revela a Bacia do Rio Beni já esvaziada e a Bacia do Rio Mamoré com menor área inundada. O recuo da enchente pode ser comprovado na comparação do mosaico abaixo com as imagens divulgadas pelo Inpe em março.

Na imagem, bacia do Rio Beni já aparece esvaziada e a Bacia do Rio Mamoré com menor área inundada

Com informações do Inpe

Mercado e tendências das imagens orbitais e aéreas

A cada ano surgem novos sensores e softwares de processamento e representação das informações obtidas por aviões e satélites. Com a chegada da tecnologia de aeronaves não tripuladas – os Drones –  o modelo de negócios e os processos deste setor vem passando por profundas alterações.

Esta temática será debatida durante a próxima edição do MundoGEO#Connect LatinAmerica, Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, será realizada de 7 a 9 de maio de 2014, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP). Serão quase 30 cursos, seminários, eventos especiais e encontros de profissionais, que acontecerão ao longo de três dias.

Com mediação de Wilson Holler, da Embrapa Gestão Territorial, o Seminário Imagens de Satélites e Aéreas irá reunir vários especialistas para debater o mercado de sensoriamento remoto orbital e aerofotogrametria. Representantes de empresas e instituições estarão presentes para compartilhar experiências, projetos realizados, novas tecnologias, tendências e aplicações.

Para mais informações e inscrições, acesse a página do Seminário Imagens de Satélites e Aéreas. As vagas são limitadas!