Os trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) decidiram iniciar uma paralisação por tempo indeterminado em São Paulo e em mais nove estados a partir desta segunda-feira. Além da questão salarial, os profissionais criticam o que chamam de “sucateamento do IBGE”.

“Estamos lutando por dois eixos. Um é a questão da destruição do IBGE. Precisamos de concurso público para substituir os trabalhadores temporários. A diretoria do instituto passou a intensificar a contratação de trabalhadores temporários e somos contrários a isso, afinal é temeroso deixarmos a coleta de dados importantes, estratégicos, nas mãos de pessoas que vão sair em pouco tempo do órgão e não terão tempo hábil para um treinamento adequado”, explica Suzana Lage Drummond, diretora do Assibge (Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatísticas).

“Além disso, são cerca de 5,7 mil funcionários efetivos, dos quais 50% já estão no IBGE a mais de 30 anos, ou seja, estão prestes a se aposentar e precisamos repor estas vagas também. Atualmente nós já temos falta de profissionais”, continua.

Segundo Suzana, “os concursos realizados até agora foram muito poucos”. “Se não bastasse as restrições do governo, nossa própria diretoria não luta para mudar este quadro. Hoje estagiários estão sendo colocados na área administrativa para exercer funções de profissionais, por isso queremos a saída da presidente da instituição (Wasmália Bivar) e queremos reverter os cortes orçamentários”, afirma.

O outro ponto central na discussão é o salário. Os funcionários pedem equiparação com as carreiras de instituições como o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o Banco Central, órgãos, que segundo o sindicato, utilizam os dados do IBGE. “Hoje muitas pessoas passam nos concursos do IBGE e rapidamente saem do órgão em busca de salários mais elevados. É um grito de socorro pela instituição a nossa paralisação e esperamos uma grande adesão porque a insatisfação tem atingido muitos trabalhadores”, concluiu.

Além dos funcionários de São Paulo, também devem parar o IBGE de Alagoas, Distrito Federal, Amazonas, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Amapá e Rio.

Fonte: Diário de São Paulo