A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Banco Central (Bacen) estão unindo esforços para aperfeiçoar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).

Tiago Costa, do TCU, apresenta sugestões para aperfeiçoamento técnico do zoneamento

Instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura, o Zarc mapeia os diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares dos municípios brasileiros, orientando o produtor rural sobre a melhor época de plantio das culturas, visando reduzir perdas agrícolas.

Para discutir melhorias técnicas na metodologia e uma divulgação mais eficiente da ferramenta, a Embrapa Informática Agropecuária realizou, em 27 e 28 de novembro, em Campinas (SP), um workshop com representantes dessas instituições.

“O propósito foi discutir prioridades e definir ações de curto, médio e longo prazo para melhorar o zoneamento. Ele influencia diretamente as alocações do crédito e seguro rural, sendo necessário tratar do desenvolvimento científico e técnico em conjunto com a melhoria do ambiente institucional”, disse o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Aryeverton de Oliveira, que coordenou o evento.

Uma dessas ações de curto prazo é o estabelecimento de uma cooperação técnica com o Mapa e o MDA para o desenvolvimento de produtos relacionados ao cultivo de grãos, silvicultura, forrageiras e fruteiras, entre outras culturas, e a sistemas de produção integrada, como o plantio direto e práticas conservacionistas. Também serão efetuados estudos de climatologia e solo, com aplicação de sistemas de informação e ferramentas de monitoramento por satélites.

A ideia foi trazer os atores que regulam o sistema de zoneamento, crédito e seguro rural, para apoiar a implantação conjunta de atividades, inclusive com a captação de recursos. Como resultado do workshop, ainda será apresentada uma proposta para o macroprograma 1, para a execução das ações de médio e longo prazo, a partir do segundo semestre de 2015.

Coordenado pelo Mapa e validado pela Embrapa, o zoneamento contempla atualmente 58 culturas. “A proposta do Mapa em patrocinar esse evento com a Embrapa é justamente incentivar o desenvolvimento e o aperfeiçoamento dessa metodologia”, afirmou Ricardo Gomes dos Santos, diretor do Departamento de Gestão de Risco Rural do Ministério da Agricultura.

O TCU, representado pelo diretor de Agricultura e Organização Agrária da Secretária de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente, Tiago Modesto Costa, propôs sugestões para aperfeiçoamento técnico do instrumento. “Esse workshop é fundamental para que todas as decisões do Tribunal sejam cumpridas e, a partir daí, a gente tenha um ganho para toda sociedade”, afirmou.

De acordo com José Carlos Zukowski, coordenador-geral de Gestão de Riscos e Seguro Rural da Secretaria de Agricultura Familiar do MDA, “é importante agora se trabalhar novos conceitos, novos horizontes, para se iniciar uma nova fase do zoneamento agrícola.” O órgão é responsável, com o Mapa, por elaborar e definir os produtos do zoneamento.

Com a atribuição de regular a aplicação do crédito rural no País, que movimenta em torno de 170 bilhões de reais ao ano, o Banco Central também usa o Zarc como ferramenta para tomada de decisão. “A gente espera, efetivamente, ter em breve um resultado de médio, curto e longo prazo”, contou o chefe do Departamento de Crédito Rural do Bacen, Deoclécio Pereira de Souza.

A integração entre os representantes das instituições é o principal diferencial dessa etapa de revisão do zoneamento. “É essencial que a pesquisa esteja integrada às demandas para a revisão da metodologia desse importante instrumento que subsidia a política agrícola brasileira”, destacou Silvia Massruhá, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Informática Agropecuária.

Fonte: Embrapa