A importância da Gestão de Dados Geoespaciais como chave para o uso adequado da imensidão de informações geradas num mundo cada vez mais conectado

Por Daniele Benatti 

Posts em redes sociais, dados de navegação, transações comerciais em tempo recorde, fotos digitais e vídeos somam cerca de 2,5 bilhões de gigabytes gerados diariamente. Mais do que uma quantidade incalculável de dados, são informações que ditam os movimentos a serem decididos pelas organizações público e privadas nas próximas décadas, como planos estratégicos e visões futuras de benefício. Diante deste fato, como gerenciar essa imensidão de dados? Se considerarmos que todas essas informações têm um elemento espacial, um caminho é a Gestão de Dados Geoespaciais.

Isso porque vivemos um momento em que pessoas têm se manifestado sobre tudo e qualquer coisa, da insatisfação com o governo a aceitação de um produto no mercado e, gerenciar todas essas informações é, sem dúvida, o caminho para o sucesso das organizações.

Em meio a esse contexto, a Lei de Acesso à Informação e a Abertura de Dados (Open Data) vieram com o intuito de dar transparência às informações e promover eficiência nos serviços eletrônicos relativos à comunicação à sociedade. E tem funcionado!

Os órgãos federais, estaduais e municipais estão estabelecendo interação com a sociedade em geral, mas é preciso dizer que a interoperabilidade entre sistemas ainda é um gargalo, uma vez que criar consciência de uma Arquitetura Corporativa exige antes, ter uma visão abrangente de uma organização como, “quem faz? ”, “onde estão? ” e “por que as coisas são feitas?”.

Tamanha é a variedade e o volume de dados que são produzidos a uma velocidade astronômica e registrados numa cloud infinita (ou quase infinita?). Isso é BIG DATA! Dados conectados e atualizados em tempo real. E, para além do acesso, essas informações precisam ser confiáveis, únicas e atualizadas. Garantir essas atribuições exige que pensemos em Governança de Dados.

Atuar com planejamento, qualidade dos dados, segurança da informação e melhores práticas são alguns dos pilares da Governança de Dados que deve ser aplicada do nível operacional ao estratégico, o que nos dias de hoje ainda é um desafio.

Quando não havia políticas de compartilhamento e a busca por informações era dificultada, alimentar toda a cadeia hierárquica de uma organização, mantendo o valor da informação era praticamente inviável. Hoje, esses níveis hierárquicos estão cada vez mais conectados e mais colaborativos através de um maior acesso às informações.
Alguns números de uma enquete realizada pela revista Valor Econômico com executivos brasileiros nos dão uma percepção sobre a evolução da importância da qualidade dos dados para as organizações: 82% enxergam os dados como uma fonte significativa de valor, 89% atribuem aos dados uma importante estratégia da empresa e 90% pensam que dados confiáveis são indispensáveis para atrair e reter clientes. Ou seja, compreender os benefícios de uma gestão eficiente de dados por todos é um passo à frente para ampliar a produtividade corporativa.

Mais do que gerenciar, ingerir e digerir os dados é fundamental, pois se conteúdo é a base de tudo, pouco volume não representa, grande quantidade precisa ser organizada, pouca qualidade não serve, não criticar é um risco, não utilizar gera resultados irreais e sem conhecer a fonte não é confiável.

Não seria pretensioso dizer que a localização está envolvida em 100% das decisões a serem tomadas e que se esta não for a causa, provavelmente estará envolvida na consequência, pois saber onde ocorre um fenômeno, permite entender além das relações sociais, a distribuição espacial dos fenômenos, a busca de padrões e a capacidade de prever cenários para antecipar tomadas de decisões mais precisas. Essa compreensão espacial de “onde”, “como” e “em que tempo” agir é a chamada Inteligência Geográfica, conceito declarado pela empresa Imagem.

Silvina Quinteros, Coordenadora da Área de Cartografia e Análise Territorial da Direção Geral de Planejamento do Ministério da Educação da Cidade Autônoma de Buenos Aires cita que “O mapa se pensa, antes de tudo, como um artefato simbólico de inegável utilidade prática, uma ferramenta para organizar as informações obtidas, tanto para orientar a experiência cotidiana como para apoiar intervenções institucionais, um valor estratégico”.

Em síntese, pequenas decisões e grandes impactos são resultados da associação entre Inteligência Geográfica, BIG DATA e Governança de Dados.

* Daniele Benatti – Engenheira Florestal pela Universidade Federal de São Carlos e especialista em Conteúdo Geográfico. Atualmente, é responsável pelo Marketing Técnico de Serviços Geográficos da Imagem – Soluções em Inteligência Geográfica.