Autores: Francisco Alberto Dias Aguiar, Gislaine Silveira Aparecida, Lucas Arruda Silva, Stephanie Lucas Dos Santos e Patrick Bonizioli Bromatti

Com a finalidade de discutir as possibilidades metodológicas, suas vantagens e deficiências, na transformação de coordenadas UTM para topográficas utilizando software comercial são de suma importância facilita o seu emprego e ao aperfeiçoamento da normalização dessas transformações, de modo que, a precisão seja compatível com as especificações estabelecidas. O objetivo geral deste estudo é fazer uma análise sobre a transformação de coordenadas UTM para topográficas utilizando software comercial. A metodologia aqui utilizada foi a de revisão de literatura. Conclui-se que, ao se optar por transformar as coordenadas UTM para topográficas é possível utilizar das fórmulas descriminadas na norma NBR-13133, e com o avanço tecnológico este procedimento passou a ser possível dentro de softwares comercias dedicados à área de engenharia de agrimensura e cartografia. Com o foco em softwares comerciais será utilizado uma comparação de acurácia entre os dados transformados por eles.

Palavras-chave: coordenadas UTM; coordenadas topográficas; qualidade.

 

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de apresentar a metodologia de transformação de coordenadas UTM para topográficas utilizando de dois softwares comerciais bem conhecido no mercado, sistema TopoGRAPH 98SE e o sistema Posição, Ambos os softwares foram elaborados com o foco na área da engenharia de agrimensura e cartografia, cujo os seus objetivos estão atrelados em processamento de dados topográficos coletados em campo, calculo de volume, terraplenagem projetos viários dentre outros.

Trabalhos geodésicos para a implementação de projetos em engenharia e cadastros, com o uso do Sistema de Coordenadas Terrestres Local, tradicionalmente definido no Plano Topográfico Local (PTL), indiscutivelmente é o que permite operacionalizar com maior precisão a implantação de obras e de plantas cadastrais. (ANDRADE ,1998).

O uso frequente da Geodésia espacial facilitou a obtenção de coordenadas geodésicas de pontos, o que favoreceu a sua apresentação em sistemas de projeções cartográficas, como é o caso das aplicações das projeções com predominância da UTM. Essa última opção conduz a distorções incompatíveis com a exatidão requerida em muitos trabalhos de engenharia. (JAKELI,2006)

Com a finalidade de mostrar a acurácia deste método de transformação de coordenadas UTM em coordenadas Topográficas utilizando os softwares comerciais, serão apresentados os resultados dessa transformação realizada em ambos os softwares abordados neste trabalho, assim sendo possível concretizarmos a possibilidade de utiliza-los em um mesmo projeto sem comprometer a qualidade do mesmo.

1.1 Objetivos

 1.1.1 Objetivo geral

Fazer uma análise sobre a transformação de coordenadas UTM para topográficas utilizando software comercial.

 1.1.2 Objetivos específicos

 -Transformar coordenadas UTM para topográficas utilizando os softwares TopoGRAPH 98SE e Posição.

  •  O software TopoGRAPH 98 SE trata-se de um sistema desenvolvido para a área da Agrimensura e Cartografia.
  •  O software Posição trata-se de um sistema desenvolvido para área da Agrimensura e Cartografia.

 – Analisar os pontos transformados de Coordenadas UTM para Topográfico;

1.2 Justificativa

Este estudo se justifica pela necessidade do homem de descrever e referenciar a posição de objetos na superfície terrestre, para tal fato pode contar com auxilio da Geodésia, ciência que se ocupa com determinação da forma e dimensões terrestre.

1.3 Problemática

Como transformar as Coordenadas UTM para Topográficas utilizando software comercial?

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Coordenadas planas UTM

Segundo INCRA (2013), as Coordenadas Planas UTM tem como características:

  • – A superfície de projeção é um cilindro cujo eixo é perpendicular ao eixo polar terrestre. É uma projeção conforme, portanto mantém os ângulos e a forma das pequenas áreas.

  • – O Cilindro de projeção é secante ao elipsóide de revolução, segundo dois meridianos, ao longo dos quais não ocorrem deformações de projeção (K=1). As áreas entre os meridianos de secância sofrem reduções de escala (k<1), enquanto as áreas fora dos meridianos de secância apresentam escalas ampliadas (k>1). Desta forma permite-se que as distorções de escala sejam distribuídas ao longo do fuso de 6º

  • – O elipsoide terrestre é dividido em 60 fusos parciais com 6º de amplitude cada um. O coeficiente de redução máxima ocorre ao longo do meridiano central do fuso(MC) e possui valor constante em K00 = 0.9996 (1m para cada 2500m) (ver Figura 1).

  • – A origem do sistema é o Equador, que é uma linha reta horizontal e o Meridiano Central é uma linha reta vertical, os paralelos são curvas de concavidade voltada para os polos e os meridianos são curvas de concavidade voltadas para o MC (Ver Figura 2).

  • – A origem do sistema cartesiano de coordenadas é formada pelo meridiano central do fuso( Eixo Y) cujo o valor é E: 500.000,00 metros, e pelo Equador (Eixo X) que tem o valor de N: 0,00 metros, para coordenadas no hemisfério norte e N: 10.000.000,00 metros, para coordenadas do hemisfério sul. As coordenadas são designadas pelas letras E e N, acrescidas do Fuso e Hemisfério (ver Figura 3).

  • – As constantes de E: 500.000m e N: 10.000.000m chamadas, respectivamente, de Falso Este e Falso Norte visam evitar coordenadas negativas.

  • – O coeficiente de deformação de escala (K) em um ponto qualquer é dado por K=K00 (1+y²/2R²) onde y é o afastamento do ponto ao MC e R o raio médio da Terra no ponto de considerado.

Figura 1: Coordenadas. Fonte: INCRA (2013).
Figura 1: Coordenadas. Fonte: INCRA (2013).
Figura 2: Coordenadas. Fonte: INCRA (2013).
Figura 2: Coordenadas. Fonte: INCRA (2013).

 

Figura 3: Coordenadas. Fonte: INCRA (2013).
Figura 3: Coordenadas. Fonte: INCRA (2013).

O sistema de projeção de coordenadas UTM – Universal Transversa de Mercator trata-se de um sistema de coordenadas cujo sua base de referencia ao plano cartesiano (x.y), esta por sua vez utiliza como sua unidade de medida o metro.

O sistema UTM é empregado em diferentes escalas dentro do mesmo fuso de representação. Não proporciona continuidade de representação entre os diferentes fusos, os erros aumentam na medida em que os dados se afastam do meridiano central e da latitude de origem. (MONICO, 1988)

Para evitar coordenadas negativas, são acrescidas constantes à origem do sistema de coordenadas, 10.000.000 m para a linha do Equador, referente ao eixo das ordenadas do hemisfério sul, com valores decrescentes nesta direção; 0 m para a linha do Equador, referente ao eixo das ordenadas do hemisfério norte, com valores crescentes nesta direção; e 500.000 m para o meridiano central, com valores crescentes do eixo das abscissas em direção ao leste. (MONICO,1988)

Como convenção atribui-se a letra N para coordenadas norte-sul (ordenadas) e, a letra E, para as coordenadas leste-oeste (abscissas). Um par de coordenadas no sistema UTM é definido, assim, pelas coordenadas (E, N). Cada fuso, na linha do equador, apresenta, aproximadamente, 670 km de extensão leste-oeste, já que a circunferência da Terra é próxima a 40.000 km. Como o meridiano central possui valor de 500.000 m, o limite leste e oeste de cada fuso corresponde, na linha do Equador, respectivamente, valores próximos a 160.000 m e 830.000 m. (CRUZ; PINA, 2002)

As linhas de secância do cilindro estão situadas entre o meridiano central e o limite inferior e superior de cada fuso, o que infere, assim, duas linhas onde a distorção é nula, ou seja, o fator escala igual a 1. Elas estão situadas a cerca de 180 km a leste e a oeste do meridiano central, correspondendo, respectivamente, a coordenada 320.000 m e 680.000 m. Entre os círculos de secância, fica estabelecida a zona de redução e, externa a eles, a zona de ampliação. No meridiano central, o coeficiente de redução de escala corresponde a 0,9996, enquanto, nos limites do fuso, o coeficiente de ampliação é igual a 1,0010. (BORGES, 2004)

O quadriculado UTM esta associado ao sistema de coordenadas plano retangulares, de modo que o eixo Y coincide com a projeção do meridiano central (eixo N), e o eixo X, com a projeção do equador (eixo E). Exemplo do Brasil, que esta localizado entre os meridianos de longitude 30ºW a 75ºW, correspondentes aos meridianos centrais 33ºW, 39ºW, 45ºW, 51ºW,57ºW,63ºW,69ºw e 75ºW, e respectivos fusos 18,19,20,21,22,23,24 e25.(Saraiva e Tuler,2006)

Devemos salientar que devido às características citadas do sistema UTM trata-se de um sistema mais usual em projetos e empreendimentos da engenharia em geral. No entanto não podemos deixar de ressaltar quanto à distorção na distância entre os pontos do projeto, pois se trata de uma projeção conforme.

O mesmo sendo considerada como um dos melhores sistemas de projeção para a cartografia de médias e de grandes escalas, a projeção UTM apresenta algumas limitações para a representação do globo terrestre, pois mantém precisão dos ângulos, mas possui imprecisões nas medições de áreas e distâncias. (CRUZ; PINA, 2002)

2.2 Normatização NBR13133

Documento este produzido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), órgão responsável pela normatização no Brasil, com o objetivo de estabelecer regras diretrizes ou características para determinadas áreas, trabalhos de topografia utilizamos da NBR 13133 (EXECUÇÃO DE LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS,1994) cujo seus objetivos são:

 1.1 Esta norma fixa as condições exigíveis para a execução de levantamento topográfico destinado a obter:

  1.  Conhecimento geral do terreno: relevo, limites, confrontantes, área, localização, amarração e posicionamento;
  2. Informações sobre o terreno destinadas a estudos preliminares de projeto;
  3. Informações sobre o terreno destinadas a anteprojetos ou projetos básicos;
  4. Informações sobre o terreno destinadas a projetos executivos.

1.1.1 As condições exigíveis para a execução de um levantamento devem compatibilizar medidas angulares, medidas lineares de desníveis topográficos e as respectivas tolerâncias em função dos erros, selecionando métodos, processos e instrumentos para obtenção de resultados compatíveis com a destinação do levantamento, assegurando que a propagação de erros não exceda os limites de segurança inerentes a esta destinação.

Segundo a NBR 13133 (EXECUÇÃO DE LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS,1994) existe alguns cuidados para realizar o levantamento topográfico dentre eles:

Sistema de projeção utilizado nos levantamentos topográficos pelo método direto clássico para representação das posições relativas dos acidentes levantados através de medições angulares e lineares, horizontais e verticais, cujas características são:

  1. as projetantes são ortogonais à superfície de projeção, significando estar o centro de projeção localizado no infinito.

  1. a superfície de projeção é um plano normal à vertical do lugar no ponto da superfície terrestre considerado como origem do levantamento, sendo seu referencial altímetro referido ao datum vertical brasileiro;

  1. as deformações máximas inerentes à desconsideração da curvatura terrestre e à refração atmosférica têm as seguintes expressões aproximadas:

∆l (mm) = – 0,004 l3 (km)

∆h (mm) = + 78,5 l2 (km)

∆h’ (mm) = + 67 l2 (km)

Onde:

∆l = deformação planimétrica devida à curvatura da Terra, em mm

∆h = deformação altimétrica devida à curvatura da Terra, em mm

∆h’= deformação altimétrica devida ao efeito conjunto da curvatura da Terra e da refração atmosférica, em mm

l = distância considerada no terreno, em km

  1. O plano de projeção tem sua dimensão máxima limitada a 80Km, a partir da origem, de maneira que o erro relativo, decorrente da desconsideração da curvatura terrestre, não ultrapasse 1/35000 nesta dimensão e 1/15000 nas imediações da extremidade de desta dimensão

  1. a localização planimétrica dos pontos, medidos no terreno e projetados no plano de projeção, se dá por intermédio de um sistema de coordenadas cartesianas, cuja origem coincide com a do levantamento topográfico;

  1. o eixo das ordenadas é a referência azimutal, que, dependendo das peculiaridades do levantamento, pode estar orientado para o norte geográfico, para o norte magnético ou para uma direção notável do terreno, julgada importante.

     

2.3 Coordenadas Cartesianas Geocêntricas

As coordenadas cartesianas geocêntricas é um sistema de três eixos cartesianos ortogonais tridimensional. A origem do sistema é a intersecção dos dois eixos do elipsoide de revolução o eixo X, coincidente com o plano equatorial e positivo na direção da longitude 0º, e o eixo Y, também situado no plano equatorial, e positivo na direção da longitude 90º, conforme Figura 4. O eixo Z é paralelo ao eixo de rotação da terra e é positivo na direção do norte. Se a origem do sistema está localizada no centro de massas da Terra, suas coordenadas são denominadas de geocêntricas.(JERONYMO FILHO,2010)

Figura 4: Coordenadas cartesianas geocêntricas tridimensionais. Fonte: Melo R (2012).
Figura 4: Coordenadas cartesianas geocêntricas tridimensionais. Fonte: Melo R (2012).

2.4 Coordenadas Geográficas

Cada ponto da superfície terrestre esta situada no ponto de intercessão entre um meridiano e um paralelo. A localização de cada ponto é dada em termos de sua latitude e de sua longitude. Este sistema esta baseado em duas linhas: O equador e o Meridiano Principal. As medidas são feitas em linhas curvas, isto é, nos paralelos meridianos, portanto, o sistema de medida utilizado é o grau. (INS. CEUB DE PESQ. E DESENVOLVIMENTO)

Latitude é a distancia em graus, minutos e segundo de um arco Norte ou Sul do equador, medidos ao longo do meridiano do ponto; vai de 0 a 90º, ou ainda, “latitude é o ângulo entre o fio de prumo e o plano do equador celeste, ou o ângulo entre o plano do horizonte e o eixo de rotação da terra”.(INS. CEUB DE PESQ.E DESENVOLVIMENTO)

Longitude é a distancia em graus, minutos e segundos de arco leste ou oeste do Meridiano de Greenwich, medidos ao longo do paralelo do ponto, vai de 0 a 180º, ou Longitude é o ângulo entre o plano do meridiano celeste e o plano do meridiano de origem, escolhido arbitrariamente.(INS. CEUB DE PESQ.E DESENVOLVIMENTO)

Segundo Tuler, 1998 “[…] A altura é definida pela distância entre o elipsoide e o terreno, esta é avaliada de forma indireta […]”

2.4 Sistema de coordenadas topográficas

A topografia define que uma pequena porção da superfície da Terra pode ser considerada plana. Tal consideração se faz em razão da relação entre o raio da terra e a substituição de uma distancia esférica (no caso, para a terra esférica) ou de uma distância geodésica (no caso, para a Terra elipsoidal) por sua correspondente distancia horizontal. Enquanto a diferença entre essa distancia for aceitável (erro de esfericidade), pratica-se a topografia (TULLER;SARAIVA,2014)

Segundo a NBR 13133 (EXECUÇÃO DE LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS,1994), o plano de projeção tem a sua dimensão máxima limitada a 80km, a partir da origem, de maneira que o erro relativo decorrente da desconsideração as curvatura terrestre, não ultrapasse 1/35000 nesta dimensão e 1/5000 nas imediações da extremidade desta dimensão;

Em topografia as coordenadas são referidas ao plano horizontal, ou seja, ao plano topográfico. Este é definido como um sistema plano retangular XY, sendo que o eixo das ordenadas Y está orientado segundo a direção norte-sul (magnética ou verdadeira) e o eixo das abcissas X positivo forma 90º na direção leste. A terceira coordenada, esta relacionada à cota ou altitude. (TULER,1998)

Geralmente este sistema é arbitrário, ou seja, é sugerido coordenadas para o primeiro vértice da poligonal (X,Y e cota), de forma que as demais tenham esta como referencia para o levantamento. Deve evitar valores no qual ocorram coordenadas negativas para os vértices e irradiações. (TULER,1998)

A posição planimétrica dos pontos medidos no terreno será projetada neste plano horizontal, constituído um sistema de coordenadas cartesianas local. A origem desse sistema costuma coincidir com o primeiro ponto de uma poligonal implantada, geralmente arbitrando-se coordenadas para este ponto. A altura de origem deste plano pode ser arbitraria. (TULLER;SARAIVA,2016)

Segundo Augusto P, 2005; “[…] (permite tratar a superfície matemática da terra, dada pelo elipsoide de revolução, onde o raio da Terra é dado pelo raio médio do elipsoide de referência[…]”conforme figura 5

 Figura 5: Sistema Topográfico Local.                                                Fonte: Augusto P (2005).
Figura 5: Sistema Topográfico Local. Fonte: Augusto P (2005).

2.5 Características que envolvem o sistema UTM

Em 1935 a UIGG (União Internacional de Geodesia e Geofísica) Propôs a escolha de um sistema universal. Em 1951 a UIGG recomendou, num sentido mais amplo, para o mundo inteiro, o sistema UTM.

O sistema UTM segue as características de uma projeção conforme, cilíndrica, transversa e secante. É em essência, uma modificação da projeção cilíndrica Transversa do Mercator, que é tangente no meridiano central. A projeção UTM, sendo conforme não deforma os ângulos, porem, as distancias serão deformadas. (SARAIVA E TULLER, 2016)

A metodologia que possibilita realizar transformação das coordenadas UTM em coordenadas topográficas tem como objetivo a exatidão na distância entre os pontos na superfície da terrestre.

Este sistema tem sido muito empregado em todos os centros urbanos e grandes projetos rurais, por se tratar de um sistema global e não regional. Sua principal utilização vem do fato da crescente automação digital dos cadastros e mapeamentos urbanos e rurais, onde a manipulação destas informações se torna simplificada com as coordenadas UTM. (TULER,1998)

2.6 Software TopoGRAPH 98SE

Este software é composto por 3 módulos

  •  Topografia: Este é possível realizar procedimentos de descarregar Estação Total, Nível e manipular os dados até a edição final do desenho.
  • Volumes: A este foi atrelado à opção do modulo topografia, mais a as ferramentas que o possibilita realizar os cálculos de volume.
  • Projeto: Neste modulo não se torna necessário ter o modulo volume, porém o modulo topografia sim, neste caso o modula projeto pode ser configurado, entretanto serão habilitadas as ferramentas para realizar projetos viários.

2.8Software Posição

O software Posição trata-se de um software que permite a elaboração de cálculos e desenhos de levantamentos topográficos com funções que abrangem desde a transferência e/ou digitação de dados de Estação Totais e GPS até a edição final do desenho.

O software é composto por seis módulos, que podem ser adquiridas separadamente, são eles:

  • Básico: Em ambiente Windows com recursos responsáveis pelo processamento dos dados das informações coletados em campo, cálculo de poligonais, criação e apresentação dos pontos no CAD.

  • Avançado: Com ferramentas de conversão de coordenadas, desenho de curvas de nível e perfis, memoriais descritivos; este módulo permitirá desenhos melhor apresentados e facilidade de manipulação de desenhos, dentro da plataforma CAD do AutoCAD ou do BricsCAD.

  • Volume: Com ferramentas de conversão de coordenadas, desenho de curvas de nível e perfis, memoriais descritivos; este módulo permitirá desenhos melhor apresentados e facilidade de manipulação de desenhos, dentro da plataforma CAD do AutoCAD ou do BricsCAD. 

  • Georeferrenciamento: Com todos os recursos necessários para a geração de todos os desenhos e documentos necessárias para a certificação de imóveis rurais, 100% de acordo com as normas do Incra. 

  • Viário: Com os recursos necessários para o desenvolvimento de projetos de estradas com traçados horizontais e verticais

  • Car: Com os recursos necessários para auxiliar no desenho das geometrias para o Cadastro Ambiental Rural.

METODOLOGIA

Neste capítulo são descritos os softwares utilizados, bem como os procedimentosemétodosempregadosnodesenvolvimentodotrabalho.Inicialmente é detalhada a posição geográfica da área escolhida para a execução do trabalho e o melhor local para estalar a base do GPS. Em linhas gerais o trabalho desdobrou-se em:

3.1 Localização da Área do Projeto

O projeto está localizado no município de Lagoa Santa – MG, conforme figura 6, o mesmo local foi utilizado para materialização do ponto da base GPS.

Figura 6: Croqui de localização projeto Lagoa Santa- B01=19°34'15,60650"S 43°56'43,87310"W                                                     Fonte: Google Earth
Figura 6: Croqui de localização projeto Lagoa Santa- B01=19°34'15,60650"S 43°56'43,87310"W Fonte: Google Earth

3.2  Software e Equipamentos Utilizados

Esta atividade foi desenvolvida utilizando receptor GPS, marca Trimble, modelo R6, de duas frequências.

Pós-processamento dos vetores observados na rede GPS, foi realizado utilizando o seguinte softwareTopcon Tools– Fabricante Topcon -Versão7.5.1.

Para realizar a transformação de coordenadas, foi utilizado o software TopoGRAPH 98SE versão 4.03 e o software Posição – Sistema de Automação Topográfica – versão 3.7.0.26

3.3 Métodos Empregados para este Projeto

3.3.1 Obtenção das coordenadas dos vértices do projeto Lagoa Santa em Sirgas 2000

Utilizado para este projeto a metodologia de campo Posicionamento Relativo Semicinemático, esta técnica foi utilizada visando à produtividade e precisão, pois se trata de uma técnica amigável, a mesma exige de dois receptores GPS Geodésicos cujo um deste ficará fixo em um local criteriosamente escolhido, este será chamado de base e ficará ligado o tempo inteiro do projeto, o receptor conhecido como móvel será responsável de percorrer todo o perímetro de interesse para obter as coordenadas da região, para maiores informações (Posicionamento Pelo GNSS; MONICO, J.)

Com as coordenadas devidamente levantadas em campo e processadas no escritório com auxilio do software de processamento de dados GPS, o Topcon Tools, foi possível obter as coordenadas dos vértices da poligonal do projeto de Lagoa Santa conforme a Tabela 1, de posse das coordenadas corrigidas é possível realizar o processo de transformações de coordenadas UTM para coordenadas topográficas.

Tabela 1: Coordenadas UTM em Sirgas 2000
Tabela 1: Coordenadas UTM em Sirgas 2000

3.3.2 Transformação de coordenadas UTM para topográficas utilizando software TopoGRAPH 98SE

Primeiro software utilizado para transformação de coordenadas será o sistema TopoGRAPH 98 SE – versão 4.03, conforme Tabela 2

    • Vale ressaltar que o sistema TopoGRAPH 98SE nos permite realizar a transformação de coordenadas UTM para coordenadas Topográfica de forma direta, desprezando a necessidade de um ponto de referência que deve estar em coordenadas geográficas;

    • O software nos permite realizar a transformação utilizando de algumas configurações são estas: Utilizar o sistema Topográfico local (NBR 13133), escolher o ponto de partida, ponto de referência, coordenadas topográficas e cota, para este trabalho foi utilizado as seguintes configurações: o sistema Topográfico local (NBR 13133) desmarcado, ponto de partida foi o ponto de base do projeto e ponto de referencia foi o segundo ponto do levantamento, coordenadas utilizada para referencia Norte 10000,00, Este 5000,00.

Procedimentos realizados no software TopoGRAPH 98SE: 

  1. Após inserir os dados de coordenadas UTM no software TopoGRAPH 98SE e preencher as informações de configuração.

  1. Barra de Menu em cálculos UTM x Topográficas

  1. Abrira uma janela, nela será inserido nome da planilha, configurações do projeto, como: ponto de partida, ponto de chegada e azimute utilizar informações de acordo com o projeto.

Tabela 2:Transformação coordenada UTM x Topográficas, utilizando o software TopoGRAPH 98SE
Tabela 2:Transformação coordenada UTM x Topográficas, utilizando o software TopoGRAPH 98SE

3.3.3 Transformação de coordenadas UTM para topográficas utilizando software Posição

Segundo software utilizado para transformação de coordenadas será o sistema Posição – Sistema de Automação Topográfica – Versão 3.7.0.26, conforme Tabela 3

    • O software Posição possui também possibilidade de configurações, algumas opções, indispensáveis para que o software consiga realizar a transformação como: o ponto de referencia a ser utilizado, azimute e distancia, ele também possibilita a transformação direta do sistema coordenada UTM para coordenadas Topográficas.

Utilizado na configuração básica para realizar a transformação as seguintes coordenadas Norte 10000,00, Leste 5000,00 para o ponto de referencia do projeto Lagoa Santo.

Procedimentos realizados no software Posição:

  1. Após inserir os dados de coordenadas UTM no software Posição

  1. Selecione a opção de parâmetros

  1. Abrira uma janela, nela será inserido nome da planilha com os dados topográficos e as configurações do projeto, como: ponto de referencia, azimute que serão utilizados de referencia para a transformação.

Tabela 3: Transformação das coordenadas UTM x Topográficas, utilizando o software Posição.
Tabela 3: Transformação das coordenadas UTM x Topográficas, utilizando o software Posição.

4. Resultado

Diante dos resultados obtidos dos dois softwares foi realizada a comparação dos resultados das coordenadas do projeto Lagoa Santa, referente a transformados de coordenadas UTM para coordenadas topográficas no sistema TopoGRAPH 98SE e sistema Posição, conforme Tabela 4

Coordenadas TopoGRAPH

Coordenadas Posição

Diferença

Nome

Y (Norte)

X (Este)

Y (Norte)

X (Este)

Y (Norte)

X (Este)

P01

10013,2900

5039,3230

10013,5330

5039,2410

-0,243

0,082

P02

9967,9340

4997,4720

9967,9170

4997,6700

0,017

-0,198

P03

9944,7010

4976,7350

9944,5570

4977,0760

0,144

-0,341

P04

9927,9080

4963,3530

9927,6810

4963,7970

0,227

-0,444

P05

9890,2610

4928,8330

9889,8210

4929,5080

0,440

-0,675

P06

9873,2810

4912,6130

9872,7410

4913,3930

0,540

-0,780

P07

9905,5620

4904,6620

9904,9730

4905,2430

0,589

-0,581

P08

9935,0750

4915,0310

9934,5500

4915,4300

0,525

-0,399

P09

9948,2710

4911,3130

9947,7230

4911,6310

0,548

-0,318

P10

9987,1590

4920,1930

9986,6670

4920,2710

0,492

-0,078

P11

9996,5360

4934,5490

9996,1320

4934,5690

0,404

-0,020

P12

9969,0010

4884,9340

9968,2910

4885,1240

0,710

-0,190

P13

10000,7260

4960,2210

10000,4810

4960,2160

0,245

0,005

P14

10013,2020

4979,2760

10013,0750

4979,1950

0,127

0,081

P15

10052,4190

4988,3890

10052,3480

4988,0660

0,071

0,323

P16

10025,2590

5031,9140

10025,4560

5031,7590

-0,197

0,155

P17

10039,7980

5024,7490

10039,9510

5024,5040

-0,153

0,245

P18

10058,9820

5020,2800

10059,1080

5019,9160

-0,126

0,364

P19

10067,8110

5014,5510

10067,9020

5014,1330

-0,091

0,418

P20

10082,5510

5005,2860

10082,5850

5004,7750

-0,034

0,511

 Tabela 4: Planilha de resultados da transformação de coordenadas UTM para Topográficas

Projetos de engenharia de uma forma em geral estão vinculados a precisões de acordo com a sua finalidade.

A necessidade de transformação de Coordenadas UTM para Topográficas, tem como foco os seguintes procedimentos; auxiliar na implantação de pontos em campo, conhecido como locação e melhorar a precisão dos levantamentos topográficos, tendo em vista que esta transformação elimina a deformação da projeção UTM.

CONCLUSÃO

Concluímos que o avanço tecnológico na engenharia foi fundamental para o desenvolvimento de uma área tão importante para o crescimento social, com isso a ciência vem nos acrescendo de métodos de trabalho cada vez mais precisos, práticos e produtivos.

Atualmente podemos contar com equipamentos e software de alta tecnologia no mercado, visando comodidade, produtividade, precisão no levantamento topográfico, processamento e facilidade na manipulação de dados, este trabalho realizou a comparação de transformação de Coordenadas UTM para Topográficas utilizando dois softwares comerciais bem conhecidos e de fácil manipulação, o sistema TopoGRAPH 98SE e o sistema Posição.

Com os resultados obtidos em cada software pode-se perceber certa divergência entre as coordenadas encontradas no sistema topográfico dos vértices da poligonal do projeto. Diante desses resultados é aconselhável uma nova coleta de dados em campo com a utilização de outra metodologia, como por exemplo, levantamento com receptores de satélites (GPS + Glonass) trabalhando no modo estático, no qual é possível obter coordenadas com precisões milimétricas.

Para a transformação entre o sistema de projeção UTM para topográfica é indicado um estudo mais detalhado de cada software, analisando os algoritmos e formulas que cada programa utiliza para realizar tal transformação. 

REFERÊNCIAS

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