Por ser um mercado com muitas possibilidades e ainda novo, ainda existem muitas dúvidas sobre que caminho seguir no setor de drones. Afinal, como arrumar trabalho?

Por Floriano Peixoto*

Não é novidade para ninguém que os Drones vieram para ficar, que este mercado está em franco aquecimento e que, a cada dia, surgem novas aplicações.

Porém, você não consegue trabalho…

Você compra um Phantom, começa a produzir algumas imagens aéreas e logo pensa: “vou começar a vender estas imagens”.

Um amigo, que viu você voando, outro que tem um sítio para vender, um conhecido que está casando e lá vai você produzir e vender algumas imagens. Trabalho fácil e rápido… “Êba, vou ganhar um monte de dinheiro com meu Phantom!”

Mas você não é da área da fotografia, não conhece as técnicas de produção de fotos e vídeos, nem sabe tratar os vídeos e as imagens que produziu.

Logo você descobre que, mesmo cobrando “baratinho”, você não consegue entrar nesse mercado. Você e mais milhares de pessoas que pensaram a mesma coisa.

A palavra-chave é…

Para entrar em qualquer mercado, você precisa de capacitação! Precisa ter produtos de alta qualidade, e não competir com preço baixo, pois material barato, na maioria das vezes, é de má qualidade e desvalorizado.

Uma grande empresa não contrata um profissional barato. Sabe que um bom profissional investiu uma considerável quantia de dinheiro em equipamentos e capacitação, e não poderá cobrar barato, senão, não conseguirá manter sua estrutura nem repor seus equipamentos de tempos em tempos.

Então, como entrar nesse mercado?

Em primeiro lugar, é essencial procurar saber quais as aplicações possíveis para um equipamento como o seu.

A primeira aplicação em que todo mundo pensa é o que foi comentado no início deste artigo: foto filmagem aérea em geral. Eventos, marketing, acompanhamento de grandes obras, enfim. Imagens que não precisam de georreferenciamento. E é exatamente nesta área que está a maior dificuldade. Aonde os profissionais de verdade estão sofrendo com a concorrência dos amadores e perdendo serviço para eles.

Mas não estão perdendo os grandes clientes, pois eles já descobriram que os amadores não são capazes de atendê-los. Nesta área, o mercado está passando por uma acomodação. Aos poucos, os amadores estão sendo deixados de lado e os profissionais de verdade estão se firmando.

Se você optar por disputar este mercado, no qual não se exigem imagens georreferenciadas, o caminho é fazer cursos de fotografia, filmagem e edição de imagens e vídeos. E também fazer um bom curso de pilotagem, pois senão você corre o risco de perder seu Phantom de uma hora para outra.

Com isso, você terá condições de produzir imagens de qualidade e voar com segurança. E terá, ainda, descoberto que, para isso, precisou investir em capacitação e em equipamentos de qualidade. Afinal, não é qualquer computador que faz edição de vídeo com a velocidade que seu cliente precisa. E que, com os investimentos que você fez, não poderá cobrar baratinho. Mas terá condições de, aos poucos, entrar neste mercado.

Outro caminho é buscar as aplicações em que se exigem imagens georreferenciadas, o que se obtém através de técnicas de aerofotogrametria. As aplicações são imensas e o mercado gigante.

Os principais produtos gerados no processamento de imagens de aerofotogrametria são:

• MDS – Modelo Digital de Superfície – é um conjunto de pontos com coordenadas conhecidas em um determinado sistema de referência cartográfica, equidistantes ou não e com elevação conhecida. Simplificando, é uma imagem 3D do local que foi imageado, com tudo o que existe sobre ele (edificações, vegetação, etc.).

• MDT – Modelo Digital do Terreno – é um conjunto de pontos com coordenadas conhecidas, em um determinado sistema de referência cartográfica, equidistantes ou não e com elevação conhecida. Diferentemente do MDS, este modelo é usado para geração de curvas de nível e ortofotos, pois não possui informações referentes às edificações, limitando-se apenas ao terreno. Simplificando: através do software de processamento de imagens, tudo que existe sobre o terreno é excluído, e o resultado é uma imagem 3D somente do terreno.

• MDE – Modelo Digital de Elevação – é uma representação digital da variação contínua do relevo, constituído por uma matriz de pixels e um valor de intensidade do pixel, correspondente à elevação. Neste mapa, por exemplo, temos a altimetria do terreno:

• Geração de Curvas de Nível – A partir do MDT, as curvas de nível podem ser geradas.

• Ortofoto – é a imagem corrigida de todas as deformações presentes na fotografia aérea, decorrentes da projeção cônica da fotografia – é isso que dá à foto um aspecto distorcido, como se a imagem tivesse sido “arrastada” do centro para as bordas da foto – e das variações do relevo, que resultam em variação na escala dos objetos fotografados.

Fica muito fácil de entender com a sequência de imagens a seguir. Na primeira imagem, temos uma foto tirada em grande altura para cobrir uma área de interesse.

Ao darmos zoom nessa imagem, ela “estoura” e não conseguimos distinguir detalhes no solo. Não é possível medir distâncias, posições, ângulos e áreas, como num mapa qualquer.

Na imagem acima, temos uma ortofoto do mesmo local. Em uma ortofoto, todos os pontos se apresentam na mesma escala, podendo seus elementos serem medidos e vetorizados com precisão.

A partir destes produtos, gerados pelo processamentos das imagens no voo de aerofotogrametria, podemos:

• Georreferenciar qualquer ponto das imagens geradas

• Realizar medições

• Calcular volumes de pilhas de materiais, aterros, cortes de morro, etc

• Detectar falhas de plantio, plantas invasoras e doenças nas plantações

• Fazer contagem de plantas na agricultura

• Descobrir doenças, stress hídrico, falta de nutrientes e outras informações importantes a serem utilizadas na agricultura de precisão

• Mapear problemas em grandes estruturas industriais, telhados de grande porte, etc

Com isso, podemos visualizar os grandes segmentos em que as imagens georreferenciadas são ferramentas importantes de detecção e tomada de decisões: Engenharia, Agricultura de Precisão, Meio Ambiente, Saúde, Segurança Pública e Inspeção Industrial são alguns dos mais importantes segmentos que se utilizam de imagens georreferenciadas.

Porta de Entrada na Aerofotogrametria

Do mesmo modo, para atuar nesta área é preciso capacitação. E a Albatroz Brasil Drones foi pioneira ao lançar o curso presencial DJI Phantom – Porta de Entrada na Aerofotogrametria, no dia 31 de janeiro deste ano.

Hoje, já são quase quarenta profissionais dos mais diversos e distantes pontos do Brasil que fizeram o treinamento com a Albatroz. E o próximo curso já está marcado para 16 e 17 de setembro, em uma casa na praia de Camburi, litoral norte do Estado de São Paulo, município de São Sebastião. As vagas são limitadas e só restam três disponíveis para esta turma.

Rede de Profissionais

Além da capacitação, a Albatroz se preocupa com a inserção no mercado de trabalho dos profissionais que fazem o seu curso. Por conta disso, foi criada a Rede de Profissionais Albatroz Brasil Drones, através da qual são conectados profissionais de todo o Brasil para prestar serviço de levantamento aéreo com o Phantom.

A troca de informações, experiências e compartilhamento de clientes será o fator que irá fortalecer essa rede e gerar cada vez mais trabalho seus membros.

Veja como fazer parte desta rede

E, se você não puder se ausentar para fazer o curso presencial, tem ainda a opção do curso em vídeo. Não é um curso on line; são dois DVDs que são enviados pelo correio e você pode assisti-los quantas vezes quiser. E o suporte técnico e atualizações são permanentes. Não tem prazo de validade.

Saiba mais sobre o curso DJI Phantom – Porta de Entrada na Aerofotogrametria no formato em vídeo

E, por fim, para trabalhar profissionalmente você precisa ter seu Drone homologado na ANATEL, registrado na ANAC e você inscrito no DECEA.

Para voar de forma legal, toda vez que for fazer um trabalho, peça autorização ao DECEA. Desta maneira, você estará contribuindo para a segurança do voo e crescimento da operação dos Drones no território Brasileiro.

Preencha o formulário a seguir e baixe os tutoriais da ANAC, DECEA e ANATEL em formato pdf:




Na próxima notícia da Albatroz Brasil Drones, serão abordados mais detalhes dos segmentos de mercado de imagens aéreas com Drones no Brasil.

 

Floriano Peixoto* é pesquisador responsável pelo projeto de pesquisa e desenvolvimento de VANTs de baixo custo Albatroz Aerodesign – pré incubado no NINE – Núcleo de Inovação, Negócios e Empreendedorismo da Universidade Santa Cecília em Santos, projetista e construtor de aeronaves experimentais desde a década de 80. Aeromodelista e piloto de asa delta há mais de 30 anos.

Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do MundoGEO