Americanos e brasileiros testam drone híbrido para monitoramento agrícola em Goiás. Projeto desenvolvido nos EUA deve chegar ao mercado em 2018 e alia a velocidade do voo horizontal (como avião) à precisão da decolagem e pouso verticais (como helicóptero), com geração de imagens multiespectrais

A empresa SkyDrones, de Porto Alegre/RS, iniciou, em Rio Verde/GO uma série de testes um modelo de drone híbrido para monitoramento de lavouras. O aparelho, cujos ensaios devem durar até a metade de dezembro, está sendo desenvolvido pela empresa norte-americana AeroVironment. O diferencial é que ele decola verticalmente (como helicóptero), voa horizontalmente (como avião) e faz automaticamente todo o levantamento por imagens em RGB e multiespectral na área. Depois, retorna ao ponto de partida, pousando verticalmente.

Logo após o pouso, o drone já envia todas as imagens processadas para o tablet do operador, que pode conferir desde as fotos simples da propriedade até as imagens com dados multidimensionais que indicam, por exemplo, os pontos com ataque de doenças, pragas ou com algum problema nutricional, permitindo uma ação rápida e precisa do produtor para evitar perdas.

Modelo

O modelo é um Quantix, único em teste na América Latina. “São apenas cinco aparelhos no mundo e os outros quatro estão sendo avaliados nos Estados Unidos”, explica o CEO da SkyDrones, Ulf Bogdawa. O aparelho também representa o primeiro projeto de uso civil da AeroVironment, que é a maior fornecedora de drones militares do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Pesando apenas 2,5 quilos e com uma bateria de autonomia de 45 minutos de voo, o Quantix alia a velocidade de um pequeno avião (cerca de 90 km/h) à precisão de pouso de um helicóptero. “O que não requer pista e nem a estrutura de uma catapulta”, ressalta Bogdawa. O novo drone precisa apenas de um espaço de 2 x 2 metros, onde decola e aterrissa verticalmente.

“Como ele é rápido, ele também consegue voar em dias de vento um pouco mais forte. Mesmo quando assume a posição vertical para o pouso, ele se posiciona com a lateral para a corrente de ar, de modo a não ter um efeito vela que o pudesse desviar do ponto de descida”, completa.

Além disso, a bateria é facilmente substituível, para o caso de operações mais longas. E vale lembrar que o operador acompanha em tempo real a localização do aparelho pelo tablet, podendo interromper a operação a qualquer momento – condição de segurança exigida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que regulamenta o uso de drones no País.

Antes de chegar a Rio Verde, no feriado de 15 de novembro, o modelo fez um primeiro voo na terça-feira (dia 14), em uma área de testes utilizada pela SkyDrones em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ali representantes da empresa norte-americana – o diretor comercial Mark Steven Dufau e o engenheiro Eric Michael Thompson – apresentaram a tecnologia aos técnicos da empresa brasileira e o grupo realizou os primeiros ensaios.

Agora os testes em Goiás devem durar cerca de um mês, com os norte-americanos acompanhando parte do processo, mas com a operação a cargo dos técnicos da SkyDrones. O feedback em campo deve ajudar a empresa AeroVironment e fazer os últimos ajustes para a realidade brasileira antes do produto entrar no mercado internacional – o que deve ocorrer já no início de 2018.

Fonte: Dronegócios