Segundo um estudo recente da Berg Insight, o mercado global de soluções para Agricultura de Precisão chegou a 2,2 bilhões de Euros no ano passado e deverá alcançar 4,2 bilhões até 2021, com um crescimento anual em torno de 13,6%.
Um vasto conjunto de tecnologias é aplicado, hoje, em atividades de alta precisão em fazendas, com o objetivo de gerenciar variações no campo e maximizar a produtividade, bem como minimizar o uso de corretivos agrícolas.
Enquanto soluções como auto-guia e controle de máquinas já são, hoje, tecnologias populares na indústria agrícola, a telemática e a tecnologia de aplicações diferenciadas (VRT, na sigla em inglês) ainda estão em estágio inicial de adoção.
Segundo o estudo, a interoperabilidade entre hardware e software ainda é um desafio no campo, ainda que estejam em andamento iniciativas de padronização por organizações como Agricultural Industry Electronics Foundation e AgGateway.
Hoje, a maioria dos fabricantes de equipamentos para agricultura têm iniciativas relacionadas com Agricultura de Precisão. Dentre as principais, podemos citar a John Deere, seguida por Trimble, Topcon Positioning Systems, Raven Industries e Ag Leader Technology.
O grupo Hexagon tem uma forte posição na área através de sua subsidiária NovAtel, enquanto em aplicações e serviços destacam-se a Monsanto, através da Climate Corporation, a canadense Farmers Edge e a recém-criada DowDuPont. No setor de sensores, várias empresas estão emergindo no mercado, como Davis Instruments, Pessl Instruments, Semios, Hortau, AquaSpy e CropX.
Movimento Agtech
Até 2050 o mundo terá 9,6 bilhões de habitantes e para que toda essa população consiga sobreviver, a produção de alimentos terá de crescer 70% em relação ao que era gerado em 2006. É o que diz a FAO, agência da ONU para alimentação e agricultura. Esse avanço só será possível através do uso otimizado dos solos e água, com máxima economia e produtividade, e a AgTech será um elemento crítico para alcançar esta meta.
A AgTech vem emergindo como um ponto crucial de investimento, mas esse ainda é um fenômeno recente. Ainda que novas tecnologias possam deixar proprietários “com o pé atrás”, todos buscam aprimorar sua produtividade. Isso se dá pela combinação entre hardware e software, o que inclui aplicativos para coleta georreferenciada de dados sobre pragas e condições hídricas; sensores que rastreiam equipamentos e medem a condição de solo; além de terminais onde essas informações podem ser relacionadas a imagens de satélite ou de drones para tomada de decisão.
Considerando a evolução das plataformas de drones e a carência tecnológica no mercado agrícola no Brasil, a tendência para os próximos anos é o desenvolvimento de soluções completas que possibilitem a análise rápida da saúde de culturas, incrementando o ganho para os produtores.
E o uso de geo no campo recebeu um impulso por parte do setor financeiro, quando o Banco Central lançou a Resolução 4.427, em 2015, que obriga instituições bancárias a usar GIS e sensoriamento remoto para fiscalizar operações de crédito agrícola. Veja aqui uma análise da Resolução.
A agricultura encontra-se em uma encruzilhada: o mundo precisa produzir mais alimentos do que nunca com recursos limitados. Até onde chegaremos, a partir daqui, exigirá talento e cooperação de agricultores, empresas, governos, universidades e cidadãos. Com isso, poderemos chegar – sem fome – aos quase 10 bilhões de passageiros na nave-mãe Terra em 2050.