Desertificação é considerada um fenômeno de escala global que afeta os mais variados aspectos de um país

Com o intuito de difundir informações no âmbito social, econômico e ambiental da região semiárida, o Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTIC), colocará no ar ainda neste semestre, o Portal da Desertificação: Dados e indicadores do Semiárido brasileiro, que abrangerá além de notícias e eventos sobre o tema, um Sistema de Avaliação da Desertificação (SADs), que foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Caracterizado pela degradação das terras nas zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas, a desertificação é considerada um fenômeno de escala global que afeta os mais variados aspectos de um país. Frente a isso surge o desafio da implementação de uma modelagem dessa realidade diante da grande quantidade de fatores a serem considerados, para os quais nem sempre há informações confiáveis e disponíveis.

De acordo com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (UNCCD), a região semiárida, que abrange boa parte dos nove estados do Nordeste e norte de Minas Gerais, está contida no polígono brasileiro de clima semiárido e subúmido seco susceptível ao processo de desertificação.

Nesse sentindo, o Insa vem reunindo esforços para melhor entender os processos de desertificação na região e organizar um sistema de monitoramento capaz de oferecer aos gestores públicos uma ferramenta de acompanhamento e avaliação das ações de combate à desertificação e, assim, auxiliar na definição de políticas públicas de convivência com a região.

O Dr. em Recursos Naturais e Coordenador de pesquisa do Insa, Ricardo Lima, e que também é autor da tese “Sistema de Avaliação e Comparação Espacial de Processos de Desertificação no Semiárido brasileiro”, que deu origem ao projeto, ressalta que um dos objetivos do Sistema de Avaliação da Desertificação é possibilitar aos gestores públicos e organizações sociais, números para avaliar de maneira comparativa como está ocorrendo o processo de desertificação na região semiárida. “O SADes consiste em organizar um processo complexo, de múltiplas variáveis sociais, ambientais e culturais, de modo que se possa enxergar onde precisa-se agir, ou seja, onde os gestores necessitam atuar para melhorar e combater o processo de desertificação”. Afirmou ele.

Para escolha dos indicadores que medem o processo de desertificação, Lima explica que foi realizada uma pesquisa tanto no Brasil quanto no exterior: Foi escolhido um conjunto mínimo de indicadores (recomendados na literatura relacionada) para caracterizar os aspectos ambientais, sociais, econômicos e institucionais, sendo a partir daí construída uma árvore hierárquica de indicadores.

SADes: Sistema de Avaliação da Desertificação

O Sistema de Avaliação da Desertificação (SADes), vem sendo estruturado para análise e comparação espacial da desertificação destinado aos 1262 municípios do Semiárido Brasileiro (SAB), a partir de um conjunto de 27 indicadores e organizados segundo o modelo conceitual DPSIR – força motriz, pressão, estado, impacto e resposta.

Os indicadores, discretos ou espacialmente distribuídos, são calculados e ajustados à relação direta ou inversa com a desertificação, ponderados por especialistas de diferentes áreas do conhecimento e organizados em planos de informação do tipo raster.

Técnicas de análise de decisão multicritério incorporadas a um sistema de informações geográficas são utilizadas para desenvolver índices multicriteriais de desertificação, para cada categoria DPSIR, como instrumentos de avaliação das causas estruturais, causas diretas, susceptibilidade, consequências e respostas da sociedade para o problema.

Com previsão de lançamento até o fim do mês de novembro, o SADes é uma iniciativa que visa a modelagem e a disponibilização de dados e informações totalmente gratuita, buscando além de atender à academia e pesquisadores no país, dar suporte à promoção de ações governamentais e da sociedade civil para ampliar o acesso da população rural, nas áreas mais afetadas, à terra, à programas de geração ou transferência de renda, à educação básica universalizada, à assistência técnica agroecológica, entre outras iniciativas.

Mapeamento com Drones

O uso de drones para mapeamento será tema de dois cursos (básico e avançado) que vão acontecer durante o DroneShow Plus 2018, de 6 a 8 de novembro em São Paulo (SP). Confira a programação completa.

Este tema também foi destaque em várias atividades do DroneShow 2018, que aconteceu em maio passado também na capital paulista. Veja um resumo de como foi o evento: