O bolsista Vitor Kondo, do projeto ILPF da Embrapa, foi premiado com a participação em encontro da Google, o Geo for Good – summit 2019, considerando que o projeto utiliza uma de suas ferramentas, o Google Earth Engine.

Trata-se de um algoritmo para classificação de plantio direto utilizando imagens de satélite, um tipo de abordagem inédita e estratégica para agricultura tropical.

Dentre mais de 800 candidatos, cerca de 300 foram escolhidos para participar do Geo for Good – Summit 2019. Esse evento mundial da Google escolheu ideias de utilização das ferramentas geoespaciais da Google no mundo todo, e dentre elas a submissão da proposta da equipe Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) da Plataforma ABC, enviada pelo próprio bolsista.

Conforme Vitor:

“A proposta baseia-se no uso do Google Earth Engine para processamento de imagens de satélite. Nesse caso foram utilizados algoritmos de classificação de imagens desenvolvidos e aprimorados pela equipe da Embrapa coadunados com as ferramentas Google, e aplicados para identificação em larga escala de áreas de plantio direto”.

O plantio direto é um dos sistemas de maior importância para o Brasil, sendo que a Embrapa possui diversos experimentos comprovando sua eficiência no aumento de produtividade e redução de pragas, tratando-se basicamente de manter no solo os remanescentes de cultivos da cultura colhida (isto é, palha ou a chamada matéria seca) de forma a não revolver o solo antes do novo ciclo, sendo que ao revirar, tem-se o plantio convencional, que tem como consequência a perda de carbono orgânico no solo, elemento importante para a sua microbiologia e consequente aumento de nutrientes, bem como a fixação de carbono no meio ambiente, peça chave para o balanço de Gases de Efeito Estufa (GEEs).

Nesse sentido, o plantio direto é uma das 5 tecnologias previstas no Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), dentro do escopo de monitoramento da Plataforma ABC. A iniciativa é coordenada pelos pesquisadores Luiz Eduardo Vicente, da Embrapa Meio Ambiente e Daniel Victoria, da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), tendo o auxílio técnico do analista Daniel Gomes, da Embrapa Meio Ambiente, bem como a do bolsista Vitor Kondo, especialista em TI.

“No encontro pude aprender novas funcionalidades das ferramentas geoespaciais da Google com os próprios desenvolvedores das ferramentas e descobrir usos interessantes dessas ferramentas com pessoas que querem melhorar o mundo usando ferramentas de geoespaciais. O evento foi bom para aprender funcionalidades que podem ser usadas em projetos futuros da unidade”

Destaca Vitor, que bancou sua própria passagem e estadia na cidade de Sunnyvalley, Califórnia, coração do vale do silício, onde foi realizado o evento

Vicente destaca que:

“O monitoramento de plantio direto em larga escala ainda não foi resolvido, não sendo conhecida a área efetiva de cultivos que usam esse tipo de manejo do solo. Dessa forma, métodos de baixo custo que possam mapear essas áreas são estratégicos, principalmente considerando o plantio de soja e sua importância para economia brasileira. Esse tipo de mapeamento é um desafio devido a limitação dos atuais sensores satelitais em separar espectralmente áreas com remanescentes de cultivo e vegetação rasteira nativa, por exemplo”

E complementa:

“Utilizando o Google Earth Engine e suas APIs (softwares) é possível aumentar em até 10 vezes a velocidade de processamento dos dados classificando grandes áreas em bem menos tempo do que em 1/5 do tempo habitual caso usássemos quando se usam nossas soluções desktop (computadores locais) máquinas, sendo possível otimizar os testes e processos de validação por todo o Brasil, bem como reduzir custos de operação, visto que nossos computadores não teriam como realizar tais processamentos massivos. Foi a alternativa que pensamos para superar a nossa limitação em equipamentos de TI”

O processo de validação conta com a ajuda da Embrapa Soja (Londrina, PR), por meio dos pesquisadores Samuel Roggia e Júlio Franchini, os quais identificam em campo áreas de plantio direto. Nesse sentido, os resultados dessa iniciativa também fazem parte do projeto MIP_soja, coordenado por Roggia.

O algoritmo ainda está em desenvolvimento e a equipe espera que ano que vêm seja possível uma aplicação sistemática dele em um monitoramento contínuo do território.

“Mesmo com resultados preliminares, a escolha da iniciativa por parte da Google para participação no encontro mostra a relevância do método e dos objetivos propostos”

Comenta Daniel Victoria

Com informações da Embrapa Meio Ambiente

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