A MundoGEO, com o apoio da Embrapa Instrumentação, realizou nesta terça-feira (21/7) o webinar Pulverização e Controle Biológico com Drones, com mais de 800 participantes ao vivo.

Este Webinar Especial da MundoGEO trouxe um panorama no Brasil e no mundo da pulverização e do controle biológico com drones; vantagens e desvantagens do uso de drones; panorama futuro; qual o papel das instituições públicas – Embrapa e Mapa – na área de pulverização e controle biológico usando drones, dentre outros temas.

A apresentação foi de: Lucio de Castro, Pesquisador da Embrapa Instrumentação; Lucas de Souza, Eng. Agrônomo do Ministério da Agricultura; André Veiga, Fundador da ALSV Agro Drone Pulverização; Gustavo Scarpari, Fundador da SarDrones; e Wender Thomás, Fundador da SkyWorks. Moderação de Emerson Granemann, Fundador e CEO – MundoGEO.

Veja a gravação na íntegra

Temas que foram abordados:

Lucio de Castro – A produção no Brasil cresceu cerca de 400 vezes nos últimos 50 anos, tornando o país maior produtor mundial de alguns produtos como a soja, o principal produto agrícola de exportação. Entre os principais fatores que limitam a produtividade em muitas das culturas estão as plantas daninhas, os insetos e as doenças. Das diferentes técnicas para manejo dessas pragas, o controle químico com a pulverização de produtos fitossanitários é uma das principais ferramentas utilizadas. Essa pulverização é feita geralmente com pulverizador de arrasto ou autopropelido, com avião agrícola ou com pulverizador costal, este último no caso de pequenas propriedades ou áreas experimentais. O uso de aeronave remotamente pilotada (RPA – remotely piloted aircraft), também conhecida como drone ou veículos aéreos não tripulados (vants), para a pulverização de produtos em lavouras é uma nova opção que começa a ter seu uso intensificado na agricultura, sendo apontadas vantagens na sua utilização, como por exemplo, pulverização em áreas de difícil acesso, pulverização localizada em locais com falha de controle, o não amassamento da cultura e a menor exposição do aplicador aos produtos pulverizados. Mesmo assim, essa tecnologia ainda carece de resultados de pesquisa sobre as metodologias adequadas de avaliação, a qualidade técnica das pulverizações, as diferentes aplicabilidades, assim como as vantagens e desvantagens em relação as tecnologias já utilizadas. Na Embrapa tem sido feito um esforço para testar o uso de drone na pulverização de produtos fitossanitários em sistema com delineamento de pesquisa e sistema semelhante a áreas de produção comercial visando apresentar a viabilidade prática e os parâmetros técnicos para o controle eficiente de plantas daninhas, insetos e doenças nas culturas avaliando também o custo operacional quando comparado com a pulverização com outras tecnologias.

Lucas de Souza – Já é realidade no Brasil e no mundo o uso de drones na agricultura, desde o imageamento até a pulverização. Especificamente sobre pulverização, alguns países da Ásia são pioneiros, possuindo, hoje, por exemplo a China, mais de 30.000 drones pulverizando. No Brasil, ainda é recente o uso de drones para pulverizar, embora esse número esteja crescendo rapidamente. São poucos os países do mundo que possuem normativos específicos para pulverização com drones. Nesse sentido, o MAPA está regulamentando seu uso, visando o aperfeiçoamento e utilização da tecnologia, buscando sempre a segurança do operador, das pessoas próximas e do meio ambiente. Nesta Webinar apresentaremos alguns pontos importantes do regramento que está sendo construindo.

André Veiga – Pontos positivos de aplicação com drones: Elimina amassamento – aumenta produtividade; Aplica com precisão – melhoria da qualidade; Vortice aplica até o baixeiro – melhor tipo de aplicação nesse quesito; UBV – produto mais próximo do puro, menos água, menos deriva; Aplicação localizada – deslocar um trator até o meio do talhão para aplicar num pequeno foco de praga não vale a pena pelo amassamento, com drone é plenamente viável. Pontos negativos: Baixa produtividade – se mantivermos na legislação as classes de drones como atualmente estão (vou falar sobre isso logo adiante; Convencer o produtor dos pontos positivos, principalmente do UBV; Testar, testar e testar, não sair fazendo sem antes testar; Aeronaves; Bicos; Produto; Altura; Regulamentar sem complicar. Pontos que consideramos importantes para formular a legislação: Flexibilização da Classe 2 e até da classe 1 para pulverização – nível de risco baixo de acidentes; Exigir que o técnico agrícola ou agrônomo esteja PRESENTE na aplicação ou pelo menos seja um técnico do estado no qual está sendo feita a aplicação e não de um piloto sem conhecimento em AGRONOMIA; Cobrar guia de aplicação conforme decreto 4074/2002 do MAPA com assinatura do aplicador, produtor e responsável técnico pela aplicação; Testar e liberar produtos para aplicação com drones, que é bem diferente de avião; Homologação de escolas de pilotagem específicas para pilotagem para pulverização, evitando difundir conhecimento errôneo sobre aplicação.

Gustavo Scarpari – O advento do Drone vem para contribuir e muito o uso de agentes biológicos , uma vez que viabiliza tecnicamente sua liberação e traz maior qualidade a mesma. No caso do Trichogramma por exemplo, que é aplicado no estádio de ovo e na modalidade a granel, o Drone se tornou a ferramenta perfeita. Acredito que hoje mais de 90% do Trichogramma já é liberado via Drones. No caso da Cotesia, que é o controle biológico mais antigo do mundo, com mais de 40 anos de uso, o Drone é ainda mais impactante, pois além de toda vantagem técnica, ele ainda permite a retirada de pessoas do campo, de trabalhos exaustivos e perigosos para assumirem outros tipos de trabalhos. O drone para biológicos, permite aplicações em horários mais adequados, iniciando as operações muitas das vezes as 5h ( mais fresco) respeitando a biologia do agente biológico. Canaviais tombados, o ser humano não entra mais para liberar, já o drone sobrevoa e faz a aplicação com qualidade. Como se tem escassez desse tipo de mão de obra braçal hoje em dia, muitos produtores ou não liberam mais cotesia, ou liberam em áreas diminutas, e com a chegada do drone, eles podem aumentar o uso de biológicos. Vejo um enorme potencial para demais culturas que ainda nem cogitam que o drone é capaz desse tipo de trabalho.

Wender Thomás – Um dos principais pontos de resistência hoje no mercado são os problemas de deriva que ainda exigem um maior estudo e modelagem dos efeitos da interação entre o complexo escoamento dos multirotores e as gotas. Dominar este conhecimento para poder oferecer um melhor serviço é imperativo para que o mercado adote de vez a nova tecnologia e também para garantir a permanência dos prestadores de serviço no mercado. A tecnologia atual já permite o voo controlado de drones para pulverização com cargas muito maiores do que os valores apresentados hoje pela maioria dos aparelhos comercializados. A proibição ou as grandes restrições impostas para operações de pulverização com drones em diversos países já provoca movimento entre os produtores para que estes países não fiquem ainda mais para trás em relação ao restante dos principais mercados globais. O Brasil já tem uma legislação avançada sobre o uso de drones e a consulta pública do MAPA demonstra o alinhamento dos órgãos reguladores com a realidade do mercado. Porém, alguns pontos ainda podem ser melhorados para que o país possa aumentar a produtividade, manter-se na vanguarda e atrair ainda mais investimentos externos para o setor de tecnologia. Os ganhos de produtividade com o uso de drones em enxame para algumas aplicações é consideravelmente maior do que os métodos tradicionais de execução destas atividades. A operação com drones em enxame ainda não encontra aplicação real por falta de regulamentação, mas tecnologia continua avançando. O conceito de Drones-as-a-Service (DaaS) democratiza o acesso a tecnologias inovadoras já integradas em drones e operadas por especialistas. No uso para pulverização isto garante a entrega de resultados de alta qualidade para os produtores, permite que prestadores de serviço consigam reduzir seus custos, e também riscos são menores para todas ambos.

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