O lançamento do SPORT (Scintillation Prediction Observations Research Task), nanossatélite desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em parceria com a NASA, abriu novas oportunidades para o setor espacial no Brasil. Essa é a avaliação do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura.

“O espaço é um domínio aberto. E podemos compartilhar oportunidades, avançar nas ciências, compartilhar os riscos. Então essa oportunidade com a NASA abriu um novo domínio para nós, não apenas com os nanossatélites, mas com outras missões científicas e tecnológicas. Temos um bom futuro pela frente”, disse Moura em entrevista ao canal da NASA.

O SPORT foi carga de um foguete da SpaceX, lançado como parte da missão CRS-26 (26ª missão de reabastecimento da ISS), a partir do Kennedy Space Center, localizado na Flórida. O CubeSat 6U, com capacidade limite de 6 litros e até 9kg, é voltado para pesquisas científicas na ionosfera. A missão estudará as bolhas de plasma que se formam no alto da ionosfera sobre o Equador. Essas bolhas de plasma geralmente se formam nos trópicos à noite, atrapalhando sinais de rádio e GPS. 

O nanossatélite foi desenvolvido com instrumentos científicos providos pelas Universidades Estaduais de Utah, do Texas e do Alabama; e pela empresa Aerospace Co. Os testes de integração e a operação contam com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE).

Os dados captados pelo satélite serão usados pelo Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace), coordenado pelo INPE. Nos Estados Unidos, o SPORT está sob a responsabilidade do Marshall Space Center da NASA, em Huntsville, Alabama.

“Ele irá investigar fenômenos que ocorrem no Atlântico Sul, em volta do Brasil, que afetam as comunicações e sinais de GPS. Então é importante não apenas para o Brasil, mas para todos na região”, reforçou Moura.

De acordo com o presidente da AEB, o SPORT é um passo importante para o que está por vir, com o desenvolvimento de outros nanossatélites no país e a abertura do Centro Espacial de Alcântara (CEA), no Maranhão, para operações privadas. Esses aspectos, segundo ele, comprovam que o New Space está em expansão no Brasil.

Além disso, a AEB espera que a participação brasileira no Programa Artemis possa proporcionar ainda mais oportunidades para o Programa Espacial Brasileiro. “Esperamos fazer várias coisas boas relacionadas ao espaço em volta da Terra e temos uma missão de planejamento avançado para o Programa Artemis”, completou Moura.

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