Aridez é uma característica do clima que resulta do déficit hídrico gerado pela insuficiência da precipitação média e sua relação com a evapotranspiração potencial numa dada região.

A aridez de uma região é caracterizada através do índice de aridez, que é a razão entre a precipitação e a demanda de evaporação da atmosfera.

Assim, se o índice for menor do que 1, significa que a demanda atmosférica é maior do que a precipitação, o que ocorre nos climas mais secos como na Caatinga. Quando o índice é maior do que 1, a precipitação é suficiente para suprir toda a demanda de evaporação da atmosfera, o que pode ser constatado no bioma Amazônia. 

Por meio do índice de aridez é possível  identificar, localizar ou delimitar regiões com variável déficit de água disponível, condição que pode afetar severamente o uso efetivo da terra para atividades como agricultura ou pecuária, que favorece a ocorrência de queimadas, e que no longo prazo podem levar à desertificação quando associado a uso não sustentável do solo. 

Utilizando uma base de dados climatológicos recentemente publicada, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) — órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), analisaram a variação da precipitação e a evapotranspiração no período entre 1960 e 2020.

Neste tipo de estudos é importante considerar dados médios em períodos de 30 anos, pois as variações de chuva entre um ano e outro podem mascarar tendências de longo prazo. Assim, foram considerados os períodos 1960-1990, 1970-2000, 1980-2010 e 1990-2020 nas análises. 

O estudo constatou que há uma tendência de aumento da aridez em todo o país, com exceção da região sul e do litoral dos estados de Rio de Janeiro e São Paulo. Estas variações se devem principalmente ao aumento da evapotranspiração associada com aumento da temperatura, que tem sido observada em grande parte do país. Já no caso da Região sul, a diminuição está associada com o aumento da chuva. 

O estudo verificou que as áreas do semiárido do país, têm crescido a uma taxa média superior a 75 mil km2 a cada década considerada. As áreas classificadas como semiáridas se concentram na região Nordeste (exceto Maranhão) e no norte de Minas Gerais. Com relação às áreas subúmidas secas, além da Região Nordeste e Norte de Minas Gerais, foram identificadas ocorrências no Norte do Rio de Janeiro e no Mato Grosso do Sul. Finalmente, no último período considerado, 1990-2020, observou-se o aparecimento de uma área definida como árida no norte do Estado da Bahia, que nunca fora observada no país nas décadas anteriores. 

O diagnóstico produzido pelo INPE e CEMADEN subsidiará a elaboração do Plano Nacional de Combate à Desertificação. 

Índice de aridez

Com informações e imagens do Cemaden


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