O início da operação comercial com eVTOLs no Brasil ainda não tem uma data exata, pois depende de diversos fatores estruturais e regulatórios. Mas segundo o CEO da Aeroportos Paulistas e professor da Universidade Mackenzie, Dario Rais Lopes, é muito provável que ocorra na segunda metade desta década.
“Já temos uma experiência de CONOPS boa, já temos corredores definidos e os players estão se movimentando. Não vejo motivo para abrir mão da segunda metade da década. E operando de fato, mesmo, com começo, meio e fim. E isso com todos os motivos para nos orgulharmos de ter um serviço de altíssimo nível”, disse Lopes durante a live de aquecimento para o Expo eVTOL 2024, organizada pela MundoGEO, e que será realizado entre 22 e 23 de maio no Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo, em São Paulo (assista abaixo à íntegra do evento).
De todos os acordos de intenção de compra divulgados, o país terá inicialmente a operação de três modelos de veículos elétricos de decolagem e pouso vertical, fabricados pela Eve Air Mobility, Lilium e Vertical Aerospace. O primeiro está em processo de certificação na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), mas ainda não tem um protótipo para testes. Já as aeronaves da Lilium e Vertical Aerospace estão em campanhas de ensaios e com processos de certificação adiantados na Europa.
Do lado dos fabricantes, segundo o professor da Universidade Mackenzie, o desafio é a questão das baterias, já que precisam de uma energia específica muito grande para que o eVTOL vença a inércia para voar. Além disso, será preciso contar com uma estrutura de carregamento adequada, pois a vida útil dessas baterias pode diminuir com carregamentos rápidos.
Outro ponto de atenção será a reorganização do espaço aéreo para atender três fatias, que são os drones, eVTOLs e a aviação como hoje. “O maior desafio é a autoridade aeronáutica mostrar para a sociedade que haverá controle desses três espaços aéreos e que haverá segurança nesse três espaços”, observa Lopes.
No Brasil esse espaço aéreo para os eVTOLs deverá ser utilizado principalmente para aiport shuttle, ou seja, em um trajeto entre um vertiporto urbano e um aeroporto, e também para serviços de emergência. No primeiro caso, alguns aeroportos já estão se preparando para atender essa demanda. São os casos, por exemplo, dos aeroportos de Guarulhos, Campo de Marte (São Paulo) e Jacarepaguá (Rio de Janeiro). E entre os futuros operadores no Brasil estão companhias aéreas e empresas de táxi-aérro, reforçando essa vocação.
Lopes, entretanto, chama a atenção para o uso dos eVTOLs no atendimento a emergências. “Esse é um grande mercado que precisa ser analisado. É um nicho de mercado que vai exigir início, meio e fim, além de equipamento, formação, controle de tráfego aéreo e infraestrutura”, comenta.
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