No início de outubro, durante o 76º Congresso Internacional de Astronáutica (IAC 2025 Sydney), foi apresentada a experimentação com plantas de batata-doce e sementes de grão-de-bico da Embrapa na missão do voo suborbital a bordo do New Shepard-31, da Blue Origin, em abril.

A pesquisa “Experimentos com Batata-doce (Ipomoea batatas) e Grão-de-bico (Cicer arietinum) no voo suborbital NS-31” representa uma colaboração inédita entre a engenheira aeroespacial e astronauta da Blue Origin, Aisha Bowe, cientistas do Brasil e dos Estados Unidos, a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Embrapa.

O experimento, parte de ações da Rede Space Farming Brazil, analisa como a microgravidade e a radiação espacial afetam culturas essenciais para a sobrevivência humana no Espaço. Ele se baseia em experimentos anteriores da NASA com Arabidopsis thaliana, arquivados no GeneLab da Agência, que identificaram genes conservados responsivos à microgravidade.

Para o Diretor de Gestão de Portfólio da AEB, Rodrigo Leonardi, a missão reflete a crescente importância da cooperação global.

“A cooperação internacional é a espinha dorsal da exploração espacial. A parceria com instituições dos EUA e com o setor de voos espaciais comerciais permitiu que o Brasil contribuísse para uma ciência de alto impacto e relevância global”,

disse. 

No documento, elaborado para o congresso, os pesquisadores contam como foi o preparo dos materiais para o voo, feito sob condições rigorosas, durante o trajeto e o pós-voo. Além disso, os cientistas apresentam como serão as avaliações para conhecer as respostas aos efeitos causados pela radiação espacial e pela microgravidade. O protocolo de controle é realizado para não haver nenhum tipo de contaminação ou perda de amostras em nenhuma etapa.

Ao testar se seis genes de resposta ao estresse se comportam de maneira semelhante na batata-doce, a equipe investiga se as culturas-chave podem se adaptar aos desafios do espaço. Paralelamente, sementes de grão-de-bico foram expostas à radiação, que será medida pelo dosímetro do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), também embarcados, a fim de estudar a exposição, a germinação e a estabilidade genética.Da esquerda para a direta: Aisha Bowe, Rodrigo Leonardi e Jennifer Lopez.

Segundo Aisha Bowe, engenheira aeroespacial e astronauta da Blue Origin no voo NS-31, a pesquisa destaca o potencial da colaboração entre setores:

“Esta missão mostra como astronautas comerciais podem trabalhar lado a lado com universidades, empresas e agências espaciais governamentais para alcançar descobertas inovadoras para o futuro da humanidade no espaço.”

O projeto também criou oportunidades significativas para estudantes da Winston-Salem State University (WSSU), uma HBCU (Historically Black College and University). Enquanto muitos alunos aprendem biologia espacial apenas em sala de aula, poucos têm a chance de ver seus próprios experimentos sendo lançados ao espaço. 

“Este experimento proporcionou aos nossos estudantes uma experiência prática em biologia espacial de ponta, mostrando como o trabalho deles pode contribuir diretamente para o futuro da humanidade além da Terra”,

disse o Dr. Rafael Loureiro, que coordenou a montagem da carga útil, bem como a preparação e análise das amostras antes e depois do voo.

Esta missão foi viabilizada por uma ampla coalizão de parceiros dos setores industrial, acadêmico e governamental: a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Embrapa forneceram liderança científica e coordenação internacional; a STEMBoard liderou a participação da astronauta e a logística da missão; a Winston-Salem State University (WSSU) coordenou as pesquisas estudantis e a análise da biologia vegetal; e a Odyssey Space (Odyssey) ficou responsável pela integração do voo espacial, estratégia experimental e desenvolvimento da carga útil.

Com informações e imagens da AEB


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