Competição e necessidade de melhorar serviços direcionando extensões de acesso a dados geo na elétricas americanas

O começo do novo milênio encontra mais e mais empresas fornecedoras de energia elétrica implementando Tecnologias de Informação Geoespacial (GIT), para otimizar operações e melhorar comunicações. O próximo passo das companhias é tornar a informação geoespacial disponível para consumidores, através da Internet.
Estas estão entre as principais conclusões de uma pesquisa sobre o uso de tecnologias de informação geospacial, conduzida pela Associação de Tecnologia Geoespacial (GITA), Aurora, Colorado. A GITA publicou os resultados na edição de dezembro de 2000, no Anual Geospatial Technology Report.

Dois terços dos entrevistados, de empresas fornecedoras de energia, disseram que o desenvolvimento das Tecnologias de Informação Geoespacial incluía grupos operacionais múltiplos, enquanto que 32 % reportaram implementações em pontos específicos dentro dos departamentos. Desenvolvimentos feitos por um grupo – que fornecem aplicações espaciais para outras unidades de negócios – agora contabilizam apenas 3 % dos projetos GIT, uma enorme queda em comparação com os anos anteriores.

Com a incorporação do mapeamento automatizado e de funções de gerenciamento de utilidades, as Tecnologias de Informação se tornaram o principal componente das soluções em empresas fornecedoras de energia, de acordo com relatório. Talvez, o maior responsável pelas tendências tenha sido a introdução da tecnologia do banco de dados, capaz de lidar tanto com dados relacionais como com dados espaciais dentro do mesmo sistema. Os maiores vendedores de bancos de dados, como a Oracle, Informix e Autometric introduziram sistemas espacialmente capacitados nos últimos três anos.
"A possibilidade de adicionar atributos espaciais a um banco de dados existente abriu a porta para o empreendimento de Tecnologias de Informação Geoespacial", explica David DiSera, membro do conselho da GITA e parceiro no gerenciamento da EMA Inc., uma consultoria baseada em gerenciamento e tecnologia, em St. Paul, Minnesota. "Serviços públicos não precisam mais armazenar seus dados geoespaciais e de negócios em bancos de dados separados."

Análise da queda de energia
Não surpreendentemente, este fluxo livre de dados entre departamentos está criando novas aplicações das Tecnologias de Informação Geoespacial onde as informações precisam ser partilhadas – nas interfaces entre centros de operações, clientes e técnicos de campo.
Em uma típica implementação desta aplicação, dados de gerenciamento de utilidades de uma prestadora de serviços públicos, informações de consumidores e sistemas de informações geográficas são integradas e analisadas para localizar uma queda de fornecimento de energia, geralmente uma parte do equipamento que falhou. Tamanha precisão permite que o conserto chegue ao local mais rapidamente.

"Embora a meta primária de tais sistemas seja um restabelecimento do serviço mais rápido, outro de seus grandes benefícios é a melhor comunicação com clientes", afirma Ron Kistler, gerente GIS/TCA da Affiliated Computer Services Inc., Fredericksburg, Va. "Como os representantes dos serviços ao consumidor (CSRs) no centro de chamadas também pode localizar em suas telas o progresso do restabelecimento de um serviço, eles também podem informar aos consumidores quando a energia estará novamente disponível".

Membros do Conselho da GITA e da Kistler concordam que aplicações voltadas ao consumidor – como localização de áreas onde o serviço não está sendo prestado por algum problema – irão acelerar o desenvolvimento das Tecnologias de Informação conforme a não regulamentação se torna mais disseminada. Por exemplo, algumas fornecedoras de energia já estão utilizando, de forma inversa, o sistema de localização de problemas e determinando quais consumidores serão afetados por interrupções de serviços planejados e avisando-os com antecedência. Tal nível de funcionalidade já está sendo oferecido pela comunidade de vendedores. Reconhecendo um crescente mercado lucrativo de soluções específicas para prestadoras de serviços públicos, desenvolvedores de softwares de Tecnologias de Informação Geoespacial fizeram parceria com desenvolvedores de softwares localizadores de áreas afetadas. O resultado é a integração destes módulos com GIS.

AM/FM não esquecidos
Em muitas empresas fornecedoras de energia elétrica, as Tecnologias de Informação Geoespacial também estão fazendo os dois trabalhos que os tradicionais GIS estão ainda adquirindo experiência: mapeamento automatizado (AM), e gerenciamento de utilidades (FM).
Um bom exemplo é a Florida Power & Light Co. (FPL), em Juno Beach. "Estamos usando as Tecnologias de Informação Geoespacial como ferramentas de mapeamento para ajudar nossas equipes acharem patrimônios na área mais rapidamente e ajudar nossos engenheiros a projetar novas utilidades", observa Sharon King, gerente de processo AMS. A FPL criou um banco geoespacial de terrenos de sua área de serviço, e está no processo de fusão deste mapa digital com um banco de dados de patrimônios existentes. Quando o projeto estiver completo, as exatas localizações de valores e utilidades da prestadora de serviço público – até mesmo partes de equipamentos – serão representadas de uma maneira que as pessoas possam trabalhar com mais naturalidade.

King explica que quando o sistema se tornar operacional, técnicos poderão "baixar" encomendas de trabalho e mapas nos computadores de caminhões usados no trabalho. Quando terminar o serviço, eles poderão alterar, na tela do computador, as mudanças feitas. Então, o computador irá encaminhá-las para a central GIS da empresa, que irá atualizar o banco de dados automaticamente. Pessoas de fora da empresa, autorizadas a acessar o sistema – representantes do serviço ao consumidor, por exemplo, poderão ver o trabalho desenvolvido antes do mesmo ser concluído.

Geoespacial vira cyberespacial
Competição a varejo e a necessidade de melhorar o serviço ao cliente estão fazendo com que empresas fornecedoras de energia elétrica tornem seus dados geoespaciais acessíveis, via Internet, a certas pessoas de fora da companhia. Para isto, as fornecedoras de energia devem possibilitar o acesso a softwares e sistemas GIT via Web. Felizmente, os principais vendedores dos desenvolvedores de softwares geoespaciais – ESRI (Redlands, Calif.), Intergraph Corp. (Huntsville, Ala.), and GE Smallworld (Denver, Colo.)- notaram esta tendência e adicionaram ofertas de ferramentas a seus produtos. Acessibilidade à Internet agora é uma característica padrão dos principais pacotes de Tecnologias de Informação Geoespacial.

Por motivos óbvios, as fornecedoras de energia não estarão disponibilizando todos os registros ao público em geral. O novo pacote de softwares GIT permite que as prestadoras de serviços públicos controlem quem tem acesso a dados e quanto destes dados pode ser visto. Por exemplo, consumidores finais geralmente serão limitados a examinar os registros da fornecedora de energia sobre consumos diários, semanais e anuais de energia e compará-los com o consumo de energia do vizinho – a mesma informação encontrada na maioria das contas mensais de energia.

"A idéia de fornecer acesso online sobre dados de consumo é para informar os consumidores sobre a empresa provedora do serviço", observa DiSera. "Se a empresa incumbida em prestar o serviço não pretende dar este tipo de informação, suas concorrentes ficarão felizes em fornecê-la aos consumidores por meios indiretos."

Com programas de desregulamentação de distribuição de eletricidade, em progresso ou sendo planejados em cerca da metade dos 50 estados americanos, os benefícios competitivos das Tecnologias de Informação Geoespacial estão para servir de exemplo. Consumidores estarão armados com a informação que eles precisam para escolher o melhor negócio; empresas prestadoras de serviço público terão automatizados os serviços que fornecem, tornando-as supridoras de baixo custo e, consequentemente, competidores mais fortes.

As 10 aplicações mais comuns de Tecnologias de Informação Geoespacial em empresas públicas de energia elétrica
Na verdade, o relatório inclui seis listas com as 10 aplicações mais comuns.
Em um questionário para o The Geospatial Technology Report–2000, o Grupo Consultivo da Tecnologia de Informação da GITA pediu que 39 empresas fornecedoras de energia avaliassem o nível e uso de tecnologias Geoespaciais e dados dentro de suas companhias. Também foi pedido que classificassem a popularidade das aplicações das Tecnologias de Informação Geoespacial já instaladas ou prestes a serem instaladas.

1. Análise da queda de energia
2. Encomenda de serviço de engenharia
3. Informação Executiva/Sistema de Suporte
4. Gerenciamento de trabalho
5. Integração CIS
6. Análise de Engenharia
7. Automação de Campo
8. Conversão/Captura de dados
9. Análise do Modelo de Utilidade/Planejamento
10. Automatização de Distribuição/Interface SCADA

Exemplares do The Geospatial Technology Report–2000 podem ser encomendados enviando um e-mail para staff@gita.org. O relatório de 72 páginas inclui o uso de Tecnologias de Informação Geoespacial em eletricidade, gás natural, dutos, telecomunicações, água, esgoto e lixo industrial. O relatório deste ano também contém um sumário do mercado japonês de Tecnologias de Informação Geoespacial. Seu custo é de U$ 85 para membros da GITA e U$ 125 para quem não for.  

Tradução: Gustavo Zielonka Vieira Rodrigues