Qual satélite escolher?
O que posso fazer?
Como toda técnica que passa a ser dominada por uma determinada ciência, na utilização de imagens de satélite existe um momento em que as dúvidas e paradigmas são muitos. Esse produto ou técnica é um concorrente do meu serviço? Isto vai prejudicar o meu trabalho? Com essas imagens, terei meu serviço drasticamente reduzido? Será que logo não precisaremos mais de profissionais em campo?
O que devemos fazer, num primeiro momento, é entender como podemos obter o máximo de resultados dentro das limitações de cada produto. Para respondermos a essas perguntas e facilitarmos a compreensão, vamos dividir os sensores que produzem imagens da Terra em três grupos. Para isto, colocamos abaixo alguns exemplos de imagens com seus respectivos produtos e escalas compatíveis, lembrando sempre que esta não é uma comparação técnica, mas um simples exercício do que podemos obter com alguns produtos.
Sensores de baixa resolução: Landsat – CBERS
São satélites com sensores apresentando imagens entre 20 e 60 metros de resolução. Com esse tipo de imagem podemos gerar produtos com escalas variando entre 1:50.000 e 1:250.000, podendo trabalhar em grandes áreas como micro-regiões, municípios e propriedades agrícolas. Seguramente, poderemos mapear áreas com 50 hectares, por exemplo. O crescimento de cidades (sua direção) também é possível de averiguar. São imagens amplamente utilizadas para a quantificação de produção agrícola e planejamento e monitoramento ambiental.
LandSat 7 (Minas Gerais – Junho2001)
CBERS (Paraná – Outubro/2004)
Sensores de Média resolução: Spot – IRS – Aster
São satélites com sensores de imageamento entre 4 e 20 metros de resolução, os quais poderemos obter produtos com escalas variando entre 1:50.000 e 1:15.000. Com esses sensores é possível termos uma avaliação de imóveis rurais, bairros isolados e distritos rurais.
Spot 5 (Minas Gerais – Julho/2004)
IRS (Paraná – Novembro/2004)
Sensores de Alta resolução: Quick Bird – Ikonos – Eros
São satélites com sensores que apresentam imagens entre 0,6 metro e 4 metros de resolução, através dos quais podemos visualizar imagens em grandes escalas. É possível, dentro de alguns critérios, gerar produtos na escala 1:5.000. É uma ferramenta valiosa para a administração rural, uma vez que as imagens possibilitam a distinção de imóveis e alguns equipamentos urbanos.
Quick Bird (Paraná – Maio/2005)
Ikonos (Paraná – Fevereiro/2004)
Com a divisão em três grandes grupos (alta, média e baixa resolução), cabe aqui ressaltar algo muito comum: a confusão entre resolução espacial e precisão. Resolução espacial é a capacidade do sensor orbital em identificar as feições do terreno ou quanto cada pixel da tela representa no solo. Exemplo: se o sensor utilizado tem uma resolução de 10 metros, significa que teremos um pixel de 10 metros ou todas as feições superiores a 10 metros serão identificadas/visíveis. Precisão está relacionada à qualidade do erro de posicionamento para o georreferenciamento ou orientação das imagens de satélite. É através do método e da qualidade do levantamento em campo – GPS, estação total – que teremos a precisão.
Outro fator importante para quem vai trabalhar com imagens, refere-se ao tratamento radiométrico, popularmente como “composição das cores”, dependendo do que vamos analisar. Podemos fazer uma composição de cores como, por exemplo, uso do infravermelho para reflorestamentos, e assim obter uma informação voltada às necessidades das classes a serem mapeadas.
Com as imagens, teremos – além de agregar valor ao produto final – os seguintes benefícios: uma visão de toda a área de trabalho; possibilidade de quantificar talhões de reflorestamento, propriedades agrícolas, corpos d´água, estradas, etc.; visualização da vegetação e possibilidade de uma rápida avaliação ambiental; observação da ocupação do solo; capacidade de planejar trabalhos e ações em campo além da máxima de que “uma imagem vale por mil palavras”.
Spot 5 (Paraná – 2005)
Com esta visão do todo, escolha o tipo de imagem que melhor se adapta às suas necessidades de trabalho e tenha bons resultados.
Paulo C. Folle
Diretor Comercia da Senografia Sensoriamento Remoto
paulo@senografia.com.br
Daniel H. S. Alvarado
Engenheiro Cartógrafo e responsável técnico
daniel@senografia.com.br