O Vôo da gaivota

Por Fernando Oreste Targa
Minha experiência na área de informações georreferenciadas anuncia hoje bons ventos e presságios para o atual estágio de desenvolvimento de geotecnologias.

A maturidade sócio-técnica, em nossa jornada tecnológica, nosso ganho mais significativo até hoje, permite finalmente focar completa e irrestritamente o usuário final da tecnologia de geoprocessamento. Este usuário final é realmente o usuário final. Não eventualmente, o usuário profissional, mas o atendente do setor de cadastro de uma prefeitura de porte, o projetista de uma empresa de utilidades, o ambientalista que acessa informações georreferenciadas, referentes ao zoneamento de um grande estado brasileiro, o distribuidor de mercadorias em uma grande e conhecida cidade sul-americana.

Esta expansão do enfoque não pretende, sob qualquer circunstância, esquecer ou menosprezar os atuais desenvolvedores de bases georreferenciadas ou aplicações, usuários especialistas na abordagem espacial ou do especialista em tecnologia de informações.

É mandatório que reconheçamos de saída a importância e necessidade destes profissionais, bem como os benefícios que trouxeram e continuarão trazendo para a comunidade de usuários. Estes veteranos estarão cada vez mais treinados e gabaritados. Experientes em projetos de vulto, com esta ou aquela tecnologia, lutadores, desbravadores, educadores, no mais das vezes, idealistas.

A própria demanda e fantástica evolução da área de geoprocessamento vem obrigando a informação e a tecnologia a alçar vôo no nicho especializado e tornar-se disponível a quem necessita da informação geográfica no seu dia a dia, em seu trabalho.

Várias confluências felizes contribuem para esta, digamos, efeméride, que define o novo ciclo que ora se inicia.

Do lado da tecnologia, uma impressionante evolução. Com efeito, padrões estão sendo estabelecidos e acordados por notórios competidores. A extensão se modelo relacional para gerenciamento de dados passa agora a incorporar o conceito de objetos, aplicando-se, no nosso campo de interesse, a objetos espaciais e multimídia. Componentes espaciais embebidos em linguagens visuais, clientes de grandes servidores de dados georreferenciados, multiprocessados, velozes. Interfaces e funções intuitivas que dispensam a antiga liturgia requerida, que, no mais das vezes, aplica-se no novo modelo apenas para desenvolvedores e usuários profissionais da tecnologia. A Internet / Intranet democratizando eletronicamente a informação, em redes de computadores cada vez mais aparelhados, eficientes e disponíveis. Enfim, a tecnologia mais madura, disponível e confiável.

Nada teria sentido ou realidade sem centrar-se no aspecto humano e seu ambiente, na cultura, enfim. E o aculturamento tecnológico evolui talvez mais na esteira dos movimentos sociais que olham com interesse crescente. Pode ser resultado direto da aprovação, por exemplo, de uma lei ambiental que tramitou por 8 anos nbo congresso Brasileiro, talvez não perfeita, mas certamente já algo concreto. Talvez a consciência crescente de administradores que, sem qualificação especial, georreferenciada, a informação para decisão geral perde sua essência, ou seja, sua perspectiva de localização e de relação espacial. Quem sabe, luzes concretas sob novas perspectivas no tocante à reforma agrária.

Esta consciência aporta os recursos financeiros requeridos. Em um porte adequado, em direta correlação com os benefícios que se propõe a obter. E casos de sucesso trarão outros casos de sucesso.

A popularização trará a consciência e, eventualmente, a cíclica demanda para mais informações. É um ciclo que se realimenta na forma de uma espiral, se expande e evolui, aprende e realiza.

Sou um feliz participante deste processo. Arquiteto de soluções que, valendo-se da tecnologia, procura dar a parcela mínima de contribuição para fortalecer uma gaivota, que usa o vento para voar cada vez mais alto.

A Gempi procurou traduzir este novo ciclo de implementação com o0 slogan Sistema de Informações por acaso Georreferenciadas.

Sem demérito no conceito do acaso. Trata-se apenas de ressaltar uma situação do contexto, vinculada à proposta de cooptar o usuário finalíssimo da informação georreferenciada, como é hoje em dia um usuário de editor de texto, uma planilha, etc.

Nesta perspectiva empresarial, nunca se pode esquecer que as contas continuam a requerer o pagamento no final do mês. O saldo bancário é implacável. But, you must have FUN!!

Fernando Oreste Targa é Diretor Superintendente da GEMPI – Gestão Empresarial & Informática Ltda.
Email: gempi@uol.com.br / gempi@ruralsp.com.br