Em Dia com o GEO

Encontrar notícias sobre tecnologias geográficas na mídia impressa e eletrônica era um golpe de sorte há poucos anos. Hoje reportagens exploram temas como imagens de satélite, GIS e GPS, em assuntos como controle de queimadas em florestas ou grandes projetos de governo como a reforma agrária e o SIVAM. Nestes últimos anos o mercado cresceu, mas muito ainda tem que ser feito para que evolua e atinja um nível acessível ao cidadão comum.
Tecnologias são meios, não fins. Com outras tecnologias de informação, integram sistemas que vêm ajudando as pessoas a viverem melhor. Nós, técnicos, gastamos mais tempo em divulgar e incutir na cabeça dos tomadores de decisão (políticos, administradores, gerentes e usuários finais), siglas e explicações complicadas em vez de abordarmos estes temas de forma mais compreensível. Políticos e planejadores ainda têm dificuldade em compreender o que é geoprocessamento e para que servem suas ferramentas. Por isso, os técnicos conhecedores da tecnologia e sensíveis a problemas sociais que podem ser solucionados pela geografia associada à informática, têm buscado meios para convencer os homens públicos da necessidade de acreditarem em projetos de informação geográfica. Em Pernambuco, por exemplo, algumas entidades públicas estarão promovendo em agosto um seminário que sensibilize os quase 200 prefeitos de seu estado sobre as vantagens em se investir em geotecnologias.
Uma das maiores preocupações é com a abordagem do assunto. Como explicar o que são tecnologias geográficas digitais para quem, por vezes, nunca usou um computador e não tinha a cultura de usar mapas em papel? A resposta é : melhorando a comunicação.
É o que fazem os bons políticos, investindo na imagem pública e comunicação com o cidadão. Quando percebem que GEO é ferramenta de planejamento e entendem seu alcance, podem simplificar a complexidade da tecnologia sem vulgarizá-la, como fizeram técnicos do Projeto GeoMINAS. Eles convenceram o governador a apoiar seu trabalho, respondendo à pergunta, "Onde estão os mineiros?". Por isso os técnicos agora têm mais interesse em participar de eventos voltados ao público em geral. Buscam trabalhar a comunicação com a sociedade, mostrando como as informações cartográficas são produzidas e usadas pelo governo para melhorar o dia-a-dia das pessoas.
Em todas as situações, aprendemos que é mais eficiente falar em uma linguagem que todos compreendam do que tentar abrir a cabeça do usuário final e do tomador de decisão com uma linguagem que só os especialistas entendem.

Emerson Zanon Granemann, diretor técnico da Espaço Geo emerson@espacogeo.com.br