A acomodação das placas tectônicas já aconteceu no passado, ocorre hoje e provavelmente continuará a existir no futuro, pois o planeta Terra está vivo. Busca-se cada vez mais conhecer a natureza, suas características e funcionamento, mas a previsão de tsunamis e outros fenômenos naturais ainda é um desafio.

Um exemplo dessa acomodação das placas pôde ser observado com o terremoto no oceano Índico, ocorrido em 26 de dezembro de 2004. O terremoto foi causado porque a placa tectônica da Índia foi forçada para baixo da placa de Burma. Esse terremoto devastou a costa da Ásia e diversas ilhas do oceano Índico, ocasionando num grande prejuízo para a humanidade.

Serão necessários vários anos para reconstruir tudo que foi destruído. Além disso, a imprensa noticiou que o terremoto asiático também teve alguns efeitos sobre a Terra.

Ele afetou a rotação da Terra, que causou um decréscimo no comprimento do dia de aproximadamente 2,68 micro segundos, alterou levemente a forma do planeta, deslocou o pólo norte em aproximadamente 2,5 centímetros na direção de 145 graus de longitude para leste, deslocou ilhas em até 30 metros e produziu uma vibração no planeta.

Mas, esse terremoto em particular modificou a orientação da Terra em um nível suficiente para ser detectável com as tecnologias espaciais disponíveis?

Para responder a essa questão foram analisadas as coordenadas do pólo terrestre e o comprimento do dia que ficam disponíveis on-line pelo IERS. Com esses dados não foi possível perceber nenhuma variação para o dia do incidente.

Talvez no futuro, com melhores tratamentos matemáticos das medidas disponíveis, poder-se-á detectar esses movimentos. Se isso não ocorrer, provavelmente os modelos teóricos disponíveis apresentem algum problema.

Daniele Barroca Marra Alves
Doutoranda do programa de pós graduação em ciências cartográficas da FCT/UNESP
danibarroca@yahoo.com.br

João Francisco Galera Monico
Professor assistente do departamento de cartografia da FCT/UNESP
galera@fct.unesp.br