A invisibilidade das comunidades tradicionais que estão fora de áreas protegidas – ou mesmo aquelas com terras reconhecidas mas invadidas por madeireiros, mineradores ou grileiros – pode ser combatida com uma nova estratégia chamada “Cartografia Social da Amazônia”.

Alguns exemplos dessa técnica participativa de mapas são apresentados em trabalhos com os quilombos da Ilha de Marajó, com as comunidades da bacia do rio Jaú e com as quebradeiras de côco babaçu. A Rede Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e outros parceiros querem transformá-la em instrumento científico e social para toda a Amazônia Brasileira.

A proposta foi desenvolvida pelo antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida em cooperação com movimentos sociais e universidades da região, como a Universidade Federal do Amazonas.

Presente em um evento paralelo na COP 8,que aconteceu em Curitiba no início de março, ele lembrou que o caos fundiário que historicamente marca a Amazônia tem prejudicado as comunidades. 

No novo método, o conhecimento dos movimentos sociais e ambientais com as próprias comunidades é transformado em um mapa com ícones para as diversas situações de uso de recursos naturais e de conflitos socioambientais, que pode orientar melhor as ações e políticas na floresta, nos rios e nos litorais.

Até o momento, o trabalho conseguiu publicar uma série apoiada pela Fundação Ford chamada “Movimentos Sociais, Identidade Coletiva e Conflitos”, com doze exemplares: quebradeiras do Piauí, quebradeiras do Mearim, quebradeiras do Tocantins, quebradeiras da Baixada Maranhense, quebradeiras do Pará, quebradeiras de Imperatriz, quilombolas da ilha de Marajó, quilombolas do Maranhão, quilombolas do Baixo Amazonas, quilombolas atingidos pela Base de Alcântara, quilombolas do rio Tocantins e mulheres do arumã do baixo rio Negro.

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