Com o objetivo de implantar sistemas de geoprocessamento eficientes, as empresas que operam com serviços públicos, como saneamento, energia elétrica, telefonia e gás, necessitam cada vez mais de informações cadastrais precisas sobre a localização geográfica das suas redes de distribuição.

Aliando expertise a instrumental topográfico de última geração, as companhias têm conseguido agregar qualidade, rapidez e confiabilidade aos levantamentos e cadastramentos de redes de saneamento.

Os levantamentos de campo são realizados utilizando equipamentos de topografia de precisão (estação total, GPS, nível, trena eletrônica, etc.), sendo então processados e lançados em uma base cartográfica digital georreferrenciada. Os programas de computador usados no cadastramento são customizados de maneira a conferir maior flexibilidade e confiabilidade aos trabalhos executados.

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-> Levantamentos de campo

Para a elaboração dos cadastros técnicos de esgoto, é necessário um levantamento minucioso dos objetos que compõem as redes, tais como poços de visita, caixas de passagem, dispositivos de inspeção, ligações prediais, entre outros.

Um levantamento de campo inicia-se pela localização das referências de nível (RN). A seguir é realizado o transporte de cota para o local das redes a serem cadastradas, onde é feita a implantação de marcos geodésicos que vão servir de referência para todos os trechos de redes a serem levantados no local.

Em seguida, os dados do levantamento são processados e digitalizados em programas de CAD, sendo as informações sobre o detalhamento das redes armazenadas em bancos de dados externos.

Descarregamento de dados de campo
-> Descarregamento de dados de campo

Todo este processo é executado usando-se rotinas específicas desenvolvidas na própria empresa. Os elementos gráficos que compõem as redes recebem códigos alfanuméricos que são usados para identificar objetos no banco de dados. Desta forma, é possível localizar e atualizar rapidamente quaisquer informações a respeito das redes.

Isso torna o sistema mais prático, facilitando a manutenção dos cadastros e conferindo confiabilidade às informações prestadas para as áreas usuárias destes cadastros, como o setor de manutenção ou o departamento de projetos das empresas.

Entrada gráfica
-> Entrada gráfica

As informações técnicas armazenadas nos bancos de dados consistem principalmente nas informações sobre os trechos de redes, como extensão, diâmetro, material, data de implantação, declividade entre outras, e as informações sobre as peças, como tipo da peça, profundidade, cota, localização geográfica em coordenadas UTM, o que possibilita a localização futura com o uso de GPS.

Detalhe dos trechos de redes
-> Detalhe dos trechos de redes

As ligações prediais de esgoto também são cadastradas e identificadas por código, tipo, profundidade, localização geográfica, poço de visita (PV) à jusante, entre outras, facilitando assim a comercialização, manutenção e posterior fiscalização destas ligações. Todo o sistema obedece às exigências e especificações técnicas das empresas de saneamento, e são usados softwares de uso bastante difundido como AutoCAD, Visual Basic e Microsoft Access, por oferecerem custo baixo, robustez, facilidade nas conversões para outras plataformas e praticidade no uso e desenvolvimento destes aplicativos.

Saneamento básico no Brasil

A Constituição de 1988 não determina qualquer modalidade preferencial de prestação de serviços de saneamento básico. A implementação de programas é de competência de qualquer um dos níveis da Federação, ainda que submetidos a diretrizes gerais emanadas pela União.

Por outro lado, a partir dos anos 90, sob o impulso dos processos de reforma do Estado, uma grande reestruturação vem ocorrendo na engenharia administrativa dos serviços de saneamento básico no Brasil.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem (PNAD/ 2004) do IBGE, 8,54 milhões de famílias não recebem água encanada em seus domicílios e 26,1 milhões de residências não têm acesso ao serviço de rede coletora de esgotos. Para resolver esses problemas seria preciso investir R$ 178,4 bilhões durante os próximos 14 anos.

Conforme estudo do Programa de Modernização do Setor de Saneamento, financiado pelo Banco Mundial e coordenado pela Secretaria de Política Urbana do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPURB), os investimentos necessários para a universalização do atendimento em água e esgoto, inclusive tratamento, seriam da ordem de US$14 bilhões em 15 anos, concentrados principalmente em esgoto.

Benno Karl Ludewig
Analista de sistemas e diretor de desenvolvimento da Lune Desenvolvimento e Cartografia
benno@lune.eng.br

Evelin Schiebler Zaninetti
Engenheira cartógrafa e coordenadora de projetos da Lune Desenvolvimento e Cartografia
evelin@lune.eng.br

Josoel das Neves
Suporte técnico operacional e diretor técnico da Lune Desenvolvimento e Cartografia
joso@lune.eng.br