Para mim é uma honra escrever para a revista InfoGNSS sobre o mercado de trabalho para engenheiros agrimensores e cartógrafos.

Tem sido muito bom ser Conselheira do CREA-RJ pelo SENGE-RJ, Coordenadora da CCEEAGRI/CREA-RJ e Coordenadora Nacional Adjunta das CCEEAGRIs do CONFEA. Fui eleita em março deste ano no encontro anual, que aconteceu no Hotel Nacional, em Brasília. O Coordenador Nacional das CCEEAGRIs é o engenheiro agrimensor e civil Walterwilson Leite, do CREA-PI. Sei que estou fazendo história, pois estes cargos geralmente são ocupados por homens.

Participamos do Fórum dos Especialistas do CONFEA, que discutiu a Resolução 1.010 em 2005, e das Semanas Oficiais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do CONFEA em Vitória, Maceió e no Rio de Janeiro. Na oportunidade foi publicado, no CD-Rom Panorama Cientifico, o trabalho Evolução das definições de Cartografia – O estado da arte e tecnologia.

Temos apresentado a Legislação do Sistema CONFEA/CREAs em tradicionais estabelecimentos de ensino, como a Universidade Federal Rural e a Escola de Instrução Especializada do Exército. Estivemos em reuniões nacionais no Acre, Ceará, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Rondônia.

Com objetivo de discutir assuntos relacionados ao exercício profissional da modalidade agrimensura, e incentivar a criação de Câmaras Especializadas, participamos de eventos em Macaé, Maceió, Minas Gerais e São Paulo. Apoiamos eventos como o Dia do Cartógrafo da SBC, no IME em 2005, e a Semana Acadêmica da Engenharia de Agrimensura da UFRRJ em 2007.

Com a demanda pelos profissionais ligados às geotecnologias e o aperfeiçoamento constante da Legislação Federal, que tem criado mais nichos de trabalho, temos um Projeto Político Nacional para fortalecermos as CCEEAGRIs, onde existam, e de criarmos outras nos CREAs em todo o Brasil.

Presenciamos, com muita satisfação, a recente instalação do Ministério das Cidades, que resultou no Estatuto das Cidades e na Legislação referente aos Planos Diretores. Aqui mesmo, através do CREA-RJ, participei de várias reuniões preparatórias da Primeira Conferência das Cidades. Existem amplas possibilidades no Ministério do Meio Ambiente e oportunidades na Polícia Federal, como peritos com belíssimos salários.

Acredito que a Caixa Econômica Federal também, em breve, irá contratar agrimensores e cartógrafos, uma vez que, a exemplo do BNDES, vem patrocinando vôos aerofotogramétricos que originam os Cadastros Técnicos Multifinalitários de Prefeituras Brasileiras.

O agronegócio, que requer a agricultura de precisão, tem aberto mercado de trabalho para estes profissionais. Já existem engenheiros cartógrafos no Ministério Público. As empresas de telefonia celular precisam contratar mais agrimensores e cartógrafos. As grandes montadoras de automóveis, que já dotam suas unidades com Sistemas de Navegação GPS, são oportunidades criadas também pelo avanço da tecnologia, que não existia há 25 anos, quando graduei-me em engenharia cartográfica pela UERJ.

Nestes últimos anos, verifica-se que o IBGE admitiu por concurso muitos destes profissionais em seus quadros pelo Brasil. Haverá um dia em que, a exemplo do Exército com seus Generais, veremos Almirantes e Brigadeiros com formação acadêmica em agrimensura ou cartografia, no futuro geomensura ou geomática. Precisamos também conquistar vagas na política brasileira, tanto na esfera municipal, estadual e federal, para lutarmos por nossos interesses. Isso depende de nós.

Vejo com atenção o surgimento de um curso de engenharia cartográfica na UFMG, em Belo Horizonte. Acompanhávamos este processo quando o engenheiro Marcos Túlio, hoje Presidente do CONFEA, era o Presidente do CREA-MG. As universidades, com seus centros de tecnologia, oferecem sempre boas oportunidades de emprego e de aperfeiçoamento profissional.

Isso é um reflexo positivo dos desdobramentos da Engenharia Brasileira, face às necessidades da vida nacional. Tanto é que as grades curriculares dos engenheiros cartógrafos e dos engenheiros agrimensores estão bem próximas. Unidos seremos mais fortes. O futuro começa agora.

A propósito, o CREA-RJ abriu um concurso público para várias modalidades do sistema, com salário em torno de três mil reais. Seria muito bom que todos os CREAs tivessem pelo menos um engenheiro agrimensor ou cartógrafo em seus quadros de funcionários. Nossos colegas precisam sensibilizar os Presidentes dos CREAs, assim como temos feito com o engenheiro Reynaldo Barros, Presidente do CREA-RJ.

Procure o Presidente do seu Conselho Regional!

Eliane Alves da Silva
Engenheira cartógrafa
CCEEAGRI/CREA-RJ
CNACCEEAGRIs/CONFEA
sputinick@terra.com.br