Atualmente, o posicionamento relativo é o método para determinação de coordenadas mais utilizado para quem deseja boa precisão e satélites GNSS, por exemplo, GPS.

Para realizar esse tipo de posicionamento (relativo) é necessário dispor de no mínimo dois receptores, sendo que um deles deve ocupar uma estação de referência com coordenadas conhecidas no referencial de interesse (Sirgas 2000, por exemplo).

Dentro deste contexto, a utilização de dados de redes GPS ativas disponíveis no Brasil (RBMC, RIBaC, redes particulares, etc.), abre novas perspectivas, haja vista que o usuário dispondo de apenas um receptor poderá estar apto a realizar posicionamento relativo, pois a estação de referência poderá ser uma estação da rede ativa.

Com o intuito de aumentar o número de estações GPS ativa no estado de São Paulo, os projetos multi-usuário (processo 04/09235-1) e de auxílio à pesquisa (processo 04/03384-5), conduzidos pela FCT/Unesp e financiados pela Fapesp, vieram contribuir neste sentido.

Foram disponibilizadas mais cinco estações ativas e criou-se a Rede GPS Ativa do Oeste do Estado de São Paulo.
Clique aqui para baixar os dados da estação.

Rede GPS Ativa do Oeste do Estado de São Paulo
-> Rede GPS Ativa do Oeste do Estado de São Paulo

Uma rede desta natureza também poderá ser utilizada para estudos atmosféricos, em especial no cálculo do atraso troposférico (que pode ser convertido em água precipitável e utilizado em modelos numéricos de previsão de tempo) (Sapucci 2005) e do conteúdo total de elétrons (TEC), uma grandeza de grande importância no estudo da ionosfera (Matsuoka 2003).

Prevê-se um total de 6 estações de referência na região do Oeste do Estado de São Paulo, sendo que 5 dessas estações já estão em funcionamento (PPTE, ILHA, RIOP, OURI e ROSA) e disponibilizando dados em tempo real na internet, utilizando o protocolo Networked Transport of RTCM via Internet Protocol (NTRIP).

A colaboração de várias unidades da Unesp foi essencial para a realização desta tarefa, uma vez que essas estações foram instaladas nos campi da Unesp.

Para o monitoramento dessa rede conta-se com dois softwares comerciais (Leica – Spider e Trimble – GPSNet). Esses softwares são capazes de monitorar, em tempo real, deformações que ocorram nas regiões das estações.

Os receptores das estações possuem tecnologia que possibilita a sua conexão direta à Internet, e os dados coletados são enviados diretamente a um computador central, responsável pelo gerenciamento e armazenamento dos dados, bem como sua conversão para o formato Rinex e Hatanaka, o qual é de uso geral.

Além disso, foram desenvolvidas rotinas auxiliares para disponibilizar os dados compactados a cada hora (taxa de coleta de 1 segundo) e por dia (taxa de coleta de 15 segundos), automaticamente na internet.

Essa rede apresenta uma boa configuração para realização de vários experimentos na região oeste do estado, e em breve estará disponibilizando dados de forma automatizada para a comunidade em geral para a realização de levantamentos utilizando o posicionamento relativo.

Rede GNSS SP

A implantação da Rede GPS Ativa do Oeste do Estado de São Paulo (Rede-GNSS-SP) contribuirá com a infra-estrutura necessária para o desenvolvimento de pesquisas e aplicações dentro do contexto de posicionamento geodésico e abrindo perspectivas para aplicações na Meteorologia e estudos da Ionosfera.

Os usuários terão a sua disposição dados GPS para realizar suas tarefas, tais como: pesquisas de monitoramento das velocidades das placas, georreferenciamento de imóveis rurais, levantamentos cadastrais, levantamentos topográficos, etc..

Visando difundir o uso dos dados desta rede e o treinamento de usuários interessados, a FCT/Unesp, via Departamento de Cartografia, estará realizando uma série de workshops no ano de 2007, junto às unidades da Unesp onde estão instaladas as estações de referência.

A programação dos workshops será definida em breve, devendo contar com uma série de palestras sobre o sistema GPS, possibilidade de aplicações e o treinamento para uso dos dados da Rede-GNSS-SP.

Os interessados em obter os dados dessas estações em tempo real poderão acessar a página do Federal Agency for Cartography and Geodesy – Alemanha (BKG) e localizar as informações sobre o NTRIP. Deve então baixar o aplicativo BKG_Ntrip_Client (BNC) ou GNSS_Internet_Radio_para_instalação.

Os dados das estações dessa rede está na sub-rede denominada www.igs-ip.net (Rede BRA Misc). Mas os dados podem também ser obtidos diretamente da FCT/Unesp, onde se tem instalado o NTripCaster. Para tanto, deve obter autorização de uso.

Os usuários interessados em participar nesta fase de testes deverão enviar uma e-mail para gege@fct.unesp.br manifestando interesse em usar os dados, bem como descrevendo o fim a que se destina. Adicione a essas informações: Instituição, nome, usuário e senha.

Dentre as estações da rede, as estações (ILHA, OURI e RIOP) estão disponibilizando dados no formato Hatanaka para o projeto de investigação sobre a modernização do GPS, ou mais especificamente para investigações sobre o novo código L2C.

Essa investigaão é uma iniciativa do International GNSS Service (IGS) e os dados são disponibilizados no Goddard Space Fight Center (GSFC) da Nasa. Os interessados podem acessar ftp://cddis.gsfc.nasa.gov/gps/data/l2ctest/ .

UNESP – Faculdade de Ciências e Tecnologia Departamento de Cartografia Presidente Prudente, SP

João Francisco Galera Monico
Luiz Fernando Antonio Dalbello
Wesley Gildo Canducci Polezel