O projeto Ucrânia, que prevê o lançamento de foguetes ucranianos da série Cyclone 4 a partir de Alcântara, no Maranhão, é hoje a única alternativa concreta que o Brasil dispõe para iniciar o processo de utilização comercial da base de Alcântara.

Os dois países trabalham atualmente com a expectativa de, em cinco anos, lançar uma média de seis foguetes por ano de Alcântara, a um custo estimado de US$ 40 milhões por lançamento. A Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Agência Espacial Nacional Ucraniana (NSAU) também estão trabalhando juntas na elaboração de um plano de negócios para Alcântara. Pelo acordo inicialmente acertado entre Brasil e Ucrânia, as operações de lançamento do Cyclone 4 no CLA serão coordenadas por uma joint-venture constituída pelos dois países.

A empresa deve contar com a participação de estatais do Brasil e da Ucrânia e será gerenciada pelas agências espaciais dos dois países. A operação comercial de Alcântara garante ao Brasil a oportunidade de disputar uma fatia do mercado mundial de lançamentos, estimado em US$ 4 bilhões por ano e equivalente a 60 operações. Só este ano, segundo previsão da empresa de consultoria americana Frost and Sullivan, serão realizados uma média de 54 lançamentos no mundo.

A base de Alcântara é considerada estratégica para lançamentos, pois sua proximidade com a linha do Equador permite que os foguetes tenham um bom aproveitamento da velocidade de rotação da Terra. Com isso diminuem-se os gastos com combustível e os custos, o que torna Alcântara uma base competitiva em relação aos outros centros de lançamento.