O Movimento dos Sem-Terra (MST) pode ser menor do que a imagem que projeta. Para saber quantos são de fato os ocupantes das áreas invadidas, os acampados e assentados, o governo pode providenciar um levantamento digital por sensoriamento remoto.

Imagens, com precisão militar, seriam colhidas por satélites captados nas estações da Embrapa e por aviões eletrônicos de sensoriamento Emb-145 da Embraer, usados pela FAB. Esse trabalho pode revelar o perfil definitivo do MST. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a Polícia Federal (PF) está fazendo o mapeamento de todas as regiões onde há tensões e conflitos.

O Ministério da Justiça e a PF estão fazendo um trabalho de inteligência para identificar as regiões onde acontecem manifestações mais violentas do Movimento dos Sem Terra (MST). O mapeamento iniciado na semana passada irá mostrar as áreas potencialmente mais perigosas. A PF já localizou alguns grupos radicais, estabelecendo sobre eles uma estreita vigilância. A segunda providência necessária, na concepção do governo, é a liberação de verbas para melhorar as condições dos assentados, o que supostamente esfriaria os ânimos. Thomaz Bastos reafirmou que o governo federal não vai admitir "quaisquer atos que permitam a violência no campo".

A orientação do ministro é que a PF mantenha o monitoramento e o serviço de inteligência nas regiões de maior tensão. O ministro descartou a hipótese de enviar, neste momento, policiais federais para fazer vigilância ostensiva nas áreas de tensão, a fim de coibir abusos ou deflagar uma operação de desarmamento de fazendeiros e sem-terra.