O Maciço da Tijuca, conhecido por abrigar a maior área de floresta urbana no mundo, na cidade do Rio de Janeiro, tem perdido ao longo dos anos boa parte de sua área verde por conta do desmatamento e da ocupação humana. E se o atual ritmo continuar, a previsão é de que, no ano de 2092, a proporção de floresta em relação à área total do maciço será de 22,72% num cenário otimista, e de 6,85% no pior dos casos (em 1996, esse índice era de 35,81%).

Essa é uma das conclusões da tese de doutorado do pesquisador da Embrapa Solos Jesus Baca. Com base em mapas de uso e cobertura de solo da Floresta Nacional da Tijuca dos anos de 1972, 1984 e 1996, Jesus elaborou um programa de computador que faz projeções de como estará a ocupação do maciço de 12 em 12 anos. Imagens de satélite e fotografias do maciço coletadas pela orientadora de Jesus, Ana Luíza Coelho Neto (UFRJ), permitiram mapear a evolução do desmatamento da Floresta da Tijuca.

A partir da variação registrada a cada 12 anos, Jesus elaborou um modelo computacional que projeta a probabilidade de cada trecho de 2500m2 do Maciço da Tijuca permanecer na mesma classe ou mudar de categoria. Ao calcular essa probabilidade para o conjunto dos fragmentos do maciço, foi possível construir cenários de como ele estará como um todo nos anos subsequentes – 2008, 2020, até 2092. A previsão é alarmante. O estudo pode ser aplicado em outros casos e simular, por exemplo, a situação da Amazônia nas próximas décadas.

A tese completa pode ser lida no endereço www.cnps.embrapa.br/paisagem.