Prefeituras de Sabará, Caeté e Raposos somam esforços para incluir trilhas percorridas no século XVIII, no período do Ciclo do Ouro, no roteiro oficial que liga Minas ao Rio de Janeiro.

Com a ajuda da comunidade, de um aparelho GPS (que indica a posição geográfica por meio de coordenadas de satélite) e de mapas, funcionários da Prefeitura de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, descobriram um tesouro: trechos de uma antiga estrada, construída no século XVIII, durante o Ciclo do Ouro.

Agora, em parceria com as administrações de Caeté e Raposos, a cidade pretende incluir o caminho no trajeto da Estrada Real, que liga Minas Gerais ao Rio de Janeiro.

A prefeitura, trabalhando desde 2000 no projeto, concluiu, no início do ano, os estudos para inclusão do município no trajeto oficial da Estrada Real.

No mês passado, foi criado um grupo de trabalho, com a missão de conscientizar moradores da importância da preservação das trilhas – onde há ruínas de casas e antigas minas de ouro -, além de capacitar empreendedores e preparar a infra-estrutura para recebimento de turistas.

O projeto vai ser encaminhado ao Instituto Estrada Real para avaliação e aprovação. E, para garantir o sucesso da iniciativa, as três prefeituras vão trabalhar juntas, numa parceria destinada a dividir responsabilidades e garantir o cumprimento de todas as exigências feitas pelo instituto.

Para o mapeamento, o caminho foi dividido em três trechos: o primeiro, de nove quilômetros, começa na divisa de Sabará com Caeté e vai até o bairro Pompéu.

O segundo, com pouco mais de oito quilômetros, começa no Pompéu e segue até o bairro do Arraial Velho, atravessando o centro histórico da cidade.

O terceiro tem quase sete quilômetros e vai do Arraial Velho ao Córrego do Brumado, na divisa com Raposos. No começo da exploração, os funcionários da Prefeitura de Sabará encontraram apenas pedaços da estrada e ruínas escondidas pela vegetação.

Abriram picadas na mata, mapearam e ligaram todo o trecho. Com o trabalho de exploração, foram descobertos cerca de 15 quilômetros da estrada original. Porém, no trecho sabarense, foram incluídos mais dez quilômetros, que passam pelo centro histórico, mas estão descaracterizados, em nada lembrando o antigo caminho.

A maior parte dos trechos foi construída num mesmo nível e perto de cursos d’água. Nesses locais, a mineração era mais intensa e o traçado da estrada foi concebido de modo a facilitar o trabalho dos tropeiros.

Fonte: Estado de Minas