Uma das definições mais usadas para Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) é a do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, de 1994, que estabeleceu a IDE nacional nos Estados Unidos, na qual é definida como “tecnologias, políticas, padrões e recursos humanos necessários para aquisição, processamento, armazenamento, distribuição e incentivo à utilização de dados geoespaciais”.

O acesso à informação geográfica tem sido uma das grandes questões de pesquisadores, desenvolvedores e usuários envolvidos com a representação computacional. Porém, por meio das IDEs, isso vem mudando. Esforços em todo o mundo estão sendo feitos no sentido de estabelecer Infraestruturas de Dados Espaciais, seja nos níveis global, regional, nacional, local e corporativo, para que organizações, agências governamentais, empresas e indivíduos possam facilmente pesquisar, classificar, acessar e distribuir informações geográficas.

As várias faces das IDEs estão na matéria de capa desta edição, com um panorama sobre as principais iniciativas, sejam elas globais como a UNSDI, regionais como a Inspire, ou na internet como o OpenStreetMap.

O assunto é tratado também na coluna Brasil SDI, que faz um apanhado sobre as discussões sobre Infraestruturas de Dados Espaciais nos eventos GSDI10 e GeoWeb, mostrando a convergência entre as articulações políticas e as questões tecnológicas.

Da mesma forma, a convergência entre tecnologias distintas é tratada na matéria sobre a integração entre CAD, BIM e GIS, que mostra como estamos caminhando para um ambiente em que os projetos em 3D se tornarão a regra, e não a exceção, como acontece hoje.

No artigo do editor da revista GIM International, as barreiras para o compartilhamento de dados de Observação da Terra são explicitadas, e as possíveis soluções para o problema são demonstradas. A distribuição eficiente de dados geográficos é um dos principais elementos das IDEs.

A seção “Vamos Mapear o Brasil?” apresenta os primeiros comentários recebidos da comunidade de geoinformação sobre a iniciativa, que tem como objetivo incentivar as instituições públicas e privadas envolvidas a pensar sobre quanto o país perde por não ter uma base cartográfica completa e confiável. A implantação de uma Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) torna-se urgente para o pleno acesso aos dados geográficos no Brasil.

Nas colunas GEOInsights e Geo&Conservação, os assuntos são uma breve revisão histórica da cartografia e do GIS, e a iniciativa do Estado do Rio de Janeiro de usar geoprocessamento na conservação ambiental. Mesmo indiretamente, ambos os espaços falam de criação e distribuição de informações geográficas, que têm tudo a ver com IDE.

Até mesmo na seção Navegando a IDE é um dos destaques, com a aprovação do formato KML, criado originalmente pela Google, pelo Consórcio Geoespacial Aberto (OGC, na sigla em inglês).

Nesta edição, há novidades sobre IDE para todos os gostos. Aproveite!

Geo Summit Latin America 2008

O tema do Geo Summit Latin America 2008 será “Infraestruturas de Dados Espaciais: Uma Visão Corporativa”. O evento será realizado entre os dias 15 e 17 de julho, em São Paulo. Acesse www.geobr.com.br e saiba mais

Eduardo Freitas Oliveira
Engenheiro cartógrafo, técnico em edificações e mestrando em C&SIG
Editor da revista InfoGEO
eduardo@mundogeo.com