O termo é o que menos importa. O fato é que está em plena evolução uma mudança de paradigma, de como interagimos e buscamos informação na rede. A componente geográfica dos dados, presente em quase tudo o que pode ser buscado e encontrado na web, será o combustível que vai impulsionar o novo grande passo da internet.

Em 2005, quando o Google Earth foi lançado, as empresas tradicionais de geotecnologia torceram o nariz para aquele novo “concorrente”, talvez pensando que ele tiraria delas alguns clientes. Mal sabiam que a popularização do software alavancaria a geoinformação a um patamar nunca antes alcançado, com possibilidades infinitas de aplicações.

Em pouco tempo, os principais concorrentes (Microsoft e Yahoo) também lançaram suas soluções com mapas na internet. As empresas de geoprocessamento não ficaram atrás. A Esri lançou o ArcGIS Explorer e a Erdas o Titan, para visualização de dados em globos virtuais.

Mais recentemente, com o barateamento de dispositivos móveis com receptores GPS e com o aumento da velocidade de conexão sem-fio à internet, as companhias de telefonia celular perceberam o poder da informação geográfica na mão do usuário, e passaram a investir na aquisição de empresas da área de geotecnologia.

Diferentemente do geoprocessamento e da internet tradicional, a GeoWeb já nasceu em três dimensões, o que tem gerado uma corrida das empresas por bases cartográficas 3D. Grandes corporações estão comprando mapas prontos ou até mesmo gerando dados geográficos próprios, a partir de imagens digitais coletadas ao nível da rua ou com aerofotogrametria.

Um universo paralelo como o do filme Matrix não está muito longe de se concretizar. Na verdade, não será somente um, mas vários “metaversos”, do Google, Microsoft, Yahoo, etc.. A navegação por essas cópias da realidade será turbinada por ferramentas tecnológicas que mostrarão camadas de informação, de acordo com a necessidade ou o perfil do internauta.

É aí que está o Santo Graal da GeoWeb: o perfil do usuário. Afinal, o Google já mostra links patrocinados na ferramenta de busca, no Google Documents, no orkut, em blogs, tudo isso alinhado com o perfil do internauta. Com a componente geográfica, a publicidade será mostrada em função do entorno do usuário, junto com uma série de informações, como por exemplo sobre a melhor forma de chegar ao que ele deseja, seja uma pizza, um livro, uma peça de antigüidade ou um carro zero quilômetro. ¦

Eduardo Freitas OliveiraEduardo Freitas Oliveira,
Engenheiro cartógrafo pela UFPR
Técnico em edificações pelo Cefet-PR
Mestrando em C&SIG no Isegi/UNL
Editor da revista InfoGEO
eduardo@mundogeo.com