Vamos mapear o BrasilEsta foi a pergunta respondida no debate especial do primeiro dia do GEO Summit Latin America 2008 – Congresso e Feira Internacional de Geoinformação, realizado em São Paulo entre 15 e 17 de julho.

Luiz Paulo Souto Fortes, do IBGE, Edaldo Gomes, do Incra, Gilberto Câmara, do Inpe, Fernando Campagnoli, do Sinam, e Antonio Machado, da AMS Kepler, estiveram juntos no principal auditório do congresso, em horário nobre, para discutir qual é o tipo de cartografia que o nosso país realmente precisa.

Moderado por Emerson Zanon Granemann, diretor e publisher da MundoGEO, o debate contou com grande audiência e levantou questões espinhosas sobre os planos para preencher o vazio cartográfico no Brasil, a necessidade de cartografia sistemática convencional e, principalmente, a implantação de uma Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE).

Foi justamente nas publicações da MundoGEO que essa discussão ganhou corpo. Artigos sobre o assunto já foram publicados em edições recentes das revistas InfoGEO e InfoGNSS Geomática, e no blog do portal MundoGEO são vários posts e comentários sobre o tema.

O primeiro palestrante, e também o mais polêmico, foi Gilberto Câmara, que logo de cara apresentou a sua proposta: o Brasil não precisa de mapas! Depois do susto inicial da platéia, Câmara explicou que o país não precisa mais de mapas tradicionais, mas sim de uma forma eficiente de organizar as informações digitais que estão sendo geradas dia após dia.

Logo após, Luiz Paulo Fortes mostrou o que está sendo feito pelo IBGE para a implementação de uma INDE no Brasil. Para mostrar a visão da iniciativa privada, Antonio Machado listou tudo o que precisa ser feito e os benefícios diretos e indiretos de um mapeamento completo. Edaldo Gomes, do Incra, mostrou como o Instituto está se transformando em um centro de disseminação de informação cartográfica, fundiária e cadastral do meio rural brasileiro. Por último, Fernando Campagnoli detalhou o projeto de mapeamento da Amazônia que está sendo levado a cabo pelo governo federal.

Como foi citada por praticamente todos os debatedores, a Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DSG) pediu a palavra para apresentar alguns projetos que estão em andamento. O General Ronalt Vieira, atual diretor da DSG, listou as atividades e explicou como a Diretoria se relaciona com as demais instituições de mapeamento do país.

Destaques da grade

Os profissionais de agrimensura, cartografia e georreferenciamento encontraram no GEO Summit 2008 informações atualizadas, com painéis e debates realizados com especialistas da área.

A nova versão da norma de georreferenciamento de imóveis rurais foi tema de um painel, moderado por Wilson Holler, engenheiro cartógrafo da Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos, e com a presença dos palestrantes Roberto Tadeu Teixeira, chefe do serviço de cartografia e coordenador do comitê de certificação do Incra-SP, e Régis Bueno, diretor da empresa Geovector.

Outro painel mostrou o que há de novo para o profissional de campo. O moderador foi Régis Bueno, e as palestras ficaram por conta de Diogo Nava Martins, gerente comercial de produtos high-end da Santiago&Cintra, e Irineu da Silva, professor doutor da USP e diretor da Hexagon no Brasil.

O georreferenciamento em grandes obras de engenharia foi debatido por Fernando Ribeiro, gerente de aplicações especiais da Wild Comercial, Sergio Augusto Dalge Moura, engenheiro da Engecorps, e Terry Bills, diretor para a área de transportes da Esri, com moderação do professor Paulo Cesar Lima Segantine, da USP.

GEO Summit Latin America

Mais de 3,8 mil pessoas participaram dos congressos e da feira, que apresentaram novidades e tendências para os mercados de geoinformação, rastreamento e monitoramento.

As feiras GEO Summit Latin America e ExpoGPS reuniram cerca de 50 expositores, responsáveis por mais de 100 das principais marcas do mercado brasileiro. Além de apresentar as mais recentes novidades, os eventos serviram como divulgadores dos números atualizados do setor de geoinformação e de rastreamento e monitoramento no Brasil.

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Por Eduardo Freitas Oliveira