Por: Rafael Rodrigues Saraiva

Topografia

A Topografia é uma ciência, pois guia-se por um conjunto de princípios e métodos científicos, para proporcionar que as pessoas realizem seu trabalho de forma mais eficiente. A Topografia também é arte, pois em muitos casos, a criatividade e a execução apropriada dos princípios e conhecimentos, contribuem para obter as metas desejadas. E também uma técnica, pois é um conjunto de procedimentos e métodos.
É indiscutível a importância da Topografia para a Engenharia. Ao iniciar qualquer projeto da construção civil, o conhecimento dos elementos naturais e artificiais que os cercam são fundamentais para sua concepção. Logo, a planta topográfica é a primeira e insubstituível ferramenta para o estudo no campo da engenharia. (Tuler e Saraiva , 2008)

Topografia Industrial

Segundo a empresa SEATI Serviços Especializados e Assessoria, apresentado em seu site http://www.seatitopografia.com.br; o conceito de Topografia Industrial é relativamente novo, embora usado desde que se teve a necessidade de se efetuar conferências de alinhamento e ou nivelamento de máquinas / equipamentos no local em que as mesmas estavam instaladas e proferir caso necessário o acerto, ou indicações de necessidades para ajustes.

Topografia industrial é área da topografia onde a necessidade de um trabalho excepcionalmente bem feito de nivelamento e alinhamento de máquinas chega ser obrigatório, pois qualquer imperfeição em certas máquinas industriais pode resultar em sérios problemas como acidentes graves, ou desperdício de materiais valiosos (minério de ferro, ouro, manganês entre outros).

A maior ênfase foi dada durante a 2ª Guerra Mundial, devido à necessidade de se conferir alinhamento de blocos de motores de navios e submarinos em Alto Mar. Com isso os equipamentos ópticos usados em obras comuns foram aperfeiçoados para medições mais precisas mais compatíveis com as precisões requeridas para o bom funcionamento do equipamento.

Segundo Irineu da Silva, engenheiro civil com PhD em fotogrametria pela Escola Politécnica Federal de Lausanne, Professor Doutor da Escola de Engenharia de São Carlos (ESC-USP) e gerente técnico da Leica Geosystems do Brasil apresentou no site https://mundogeo.com/blog/1999/04/15/topografia-industrial-um-campo-com-muitas-oportunidades/ que a Topografia Industrial tomou impulso nos últimos anos e o seu crescimento tem sido gigantesco. Depois do GPS é a área da topografia que mais cresceu. Isso se deve em parte ao aparecimento de equipamentos de alta performance e, principalmente, devido à necessidade de aumentar a eficiência na produção em geral. Trata-se, evidentemente, de uma área bastante restrita, que exige equipamentos caros e técnicos especializados, mas que, no Brasil ainda é um campo virgem e com muitas oportunidades.

Nivelamento e Locação

Nivelamento é toda superfície onde se faz necessário sua correção (tanto para corte como para aterro) a partir de um plano de referencia.

Nivelamento Geométrico Pelo fato do processo de nivelamento geométrico ser mais preciso e utilizado na topografia, existem algumas condições para sua execução visando dar maior qualidade ao mesmo. (Tuler e Saraiva 2008)

Equipamentos e instrumentos de medição

Na topografia industrial os instrumentos de topografia mais comuns utilizados são teodolitos digitais de alta precisão para o serviço de alinhamento, níveis de ópticos de alta precisão para trabalho de nivelamento, micrometros para nivelamento de altíssima precisão.

Outros equipamentos bastante comuns de utilização prática, para a comprovação do aferimento e suporte do trabalho realizado tanto de nivelamento quanto de alinhamento são: a trena laser, a trena de aço, o prumo digital e esquadros industriais e réguas de aço.

O Micrômetro em especial é o instrumento mais importante para a realização da planicidade vertical e horizontal de uma roda de caçamba, devido ao alto grau de precisão exigido no trabalho.

Mineração

O estado de Minas Gerais, possui um enorme acervo de bens minerais, particularmente na zona do chamado Quadrilátero Ferrífero (que constitui a terceira maior província mineral do planeta), objeto de explorações maciças de diversos minérios diluídas em centenas e centenas de empreendimentos de dimensões e naturezas distintas. Esta intensa atividade mineral se faz por resultado a constante atividade de maquinas de grande porte, utilizadas constantemente, devido a isso a importância da manutenção preventiva das mesmas. (Saraiva 2006)

Metodologia – atividades realizadas

Verificação da planicidade da face de assentamento – corpo fixo da roda

a) Marcação dos pontos de visada
b) Pré-alinhamento do teodolito digital
– Precisão do equipamento = 5
c) Leitura dos valores de desvios da visada – Alinhamento
– Foram feitas duas séries de leituras, para verificação de acurácia entre as medições

Observação: A verificação da planicidade desta peça foi realizada no pátio próximo à retomadora. Para tal, antes da medição, foi realizada a limpeza sobre a superfície de medição.

Verificação da planicidade da face de assentamento do corpo móvel da RODA B

Observação: A verificação da planicidade desta peça foi realizada no pátio próximo à retomadora. Para tal, antes da medição, foi realizada a limpeza sobre a superfície de medição.

a) Foram executados os mesmos procedimentos que a Roda A

Resultados

Corpo fixo da roda

Observação: Estes resultados foram processados por software específico na plataforma do EXCEL.
Os resultados constam de:

– Tabela com os dados de campo, valor ideal e diferença da planicidade (Figura 01);
– Gráfico dos valores medidos e valores de referência para confirmação da planicidade (Figura 02);
– Representação gráfica dos desvios da planicidade (Figura 03).

Medição: 24 pontos
Roda Fixa

Figura 1
Figura 01 – Dados de campo, valor ideal e desvios.

Planicidade mínima: -0,115mm
Planicidade máxima: 0,134mm
Planicidade total: 0,249mm
 

Figura 2
Figura 02 - Valores medidos e valores de referência.

 

Figura 3
Figura 03 – Desvios.

 

Corpo móvel da roda “A”

Resultados
Medição: 24 pontos
Roda Móvel A

Figura 4
Figura 04 – Dados de campo, valor ideal e desvios.

Planicidade mínima: -0,388mm
Planicidade máxima: 0,386mm
Planicidade total: 0,773mm

Figura 5
Figura 05 - Valores medidos e valores de referência.
Figura 6
Figura 06 – Desvios.

Corpo móvel da roda “B”

Resultados
Medição: 24 pontos
Roda Móvel B

Figura 7
Figura 07 – Dados de campo, valor ideal e desvios.

Planicidade mínima: -0,124mm
Planicidade máxima: 0,160mm
Planicidade total: 0,285mm

Figura 8
Figura 08 - Valores medidos e valores de referência.
Figura 9
Figura 09 – Desvios.

Conclusões

Após processamento, análise dos dados e comparação com a tolerância de 0,300mm especificada para o serviço, obteve-se as seguintes conclusões:

a) A face de assentamento do CORPO FIXO DA RODA teve um resultado de amplitude de 0,249 mm, ou seja, abaixo da tolerância; portanto foi liberada para montagem do rolamento.

b) A face de assentamento do CORPO MÓVEL DA RODA “A” teve um resultado de amplitude de 0,773 mm, ou seja, acima da tolerância, portanto foi indicado uma usinagem da face para utilização desta peça.

c) A face de assentamento do CORPO MÓVEL DA RODA “B” teve um resultado de amplitude de 0,285 mm, ou seja, abaixo da tolerância, portanto foi liberada para montagem do rolamento na retomadora.