Conversas de corredores, reuniões na Câmara dos Deputados, seminários online, grupos em redes sociais: nas últimas semanas o assunto que agitou a comunidade de geotecnologia foi a proposta de criação de uma nova Agência para a regulamentação deste setor tão vital para o desenvolvimento da nossa Nação.

Mais do que discutir um nome para a Agência (Ancar, Angeo, Anigeo ou similar), o momento é de reflexão sobre o papel de cada setor – governo, empresas, academia, profissionais – na normatização, produção e compartilhamento de informações geoespaciais.

Existem, hoje, diferentes posições sobre a Ancar, tanto sobre suas funções e atribuições, bem como sobre sua nomenclatura, já que há uma discussão sobre a obsolescência do termo “cartografia” em contraste a “informações geoespaciais”, mais alinhado às demandas atuais. Como a proposta encontra-se na fase de recebimento de sugestões, ainda tem “muita água para passar embaixo da ponte” e a sociedade será convidada, em vários momentos, a contribuir para a formatação da nova Agência, com a intenção de complementar ou até mesmo superar o projeto.

O MundoGEO tem atuado fortemente como principal protagonista na função de conectar a comunidade para debater sobre a proposta de criação da Agência e quanto às suas atribuições e forma de atuação. A comunidade foi convidada a participar através de comentários no portal MundoGEO, interação durante o evento MundoGEO#Connect LatinAmerica 2012 – onde o tema foi lançado – e nos seminários online, além do compartilhamento de informações em grupos específicos sobre o assunto em redes sociais.

Avaliando as pesquisas realizadas recentemente, percebe-se que a comunidade apoia a necessidade de mudanças no quadro atual da cartografia nacional. Durante um webinar realizado em 30 de agosto, apenas 4% dos participantes disseram-se satisfeitos com a situação da cartografia no Brasil.

Chegou a hora dos atores que fazem parte do mercado brasileiro de geotecnologia unirem forças, dos protagonistas repensarem seus papéis para o início de um novo ato do setor, e que todos trabalhem juntos, na mesma direção, nesta grande peça que tem o objetivo único de organizar as informações, otimizar os recursos e acelerar o crescimento do país.

Eduardo Freitas
Engenheiro cartógrafo, técnico em edificações e mestrando em C&SIG
Editor da revista InfoGEO
eduardo@mundogeo.com