Veículos Aéreos Não Tripulados, que vieram do setor de Defesa, chegam agora com toda força ao mercado de Mapas

Por Eduardo Freitas

Seminário VANTsOs profissionais e empresas que trabalham com mapeamento estão experimentando uma nova fase com a chegada dos Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs). Mesmo sendo uma realidade no setor de Defesa há décadas, estes equipamentos já estão sendo amplamente utilizados para a geração de mapas, com rapidez, economia e qualidade. Por outro lado, mesmo os especialistas no assunto ainda têm dúvidas sobre todas as possibilidades que os VANTs proporcionam e, ainda, a falta de uma regulamentação clara no Brasil coloca em risco a segurança e a continuidade deste campo de atuação em nosso país.

O primeiro VANT de que se tem registro no Brasil foi o BQM1BR, fabricado pela extinta Companhia Brasileira de Tratores, de propulsão a jato. Outro VANT de que se tem conhecimento é o Gralha-Azul, produzido pela Embravant. A partir do ano 2000, os VANTs para uso civil começaram a ganhar força no mercado, quando surgiu o Projeto Aeronave de Reconhecimento Autônoma e Remotamente Assistida (Arara), desenvolvido pela empresa AGX Tecnologia em conjunto com o Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O projeto deu origem, em abril de 2005, ao primeiro VANT de asa fixa desenvolvido com tecnologia 100% brasileira.

A indústria geoespacial vem experimentando várias mudanças nos últimos anos, com maior destaque para o sensoriamento remoto, responsável por gerar imagens da superfície terrestre a partir de plataformas móveis. Os satélites comerciais de altíssima resolução invadiram uma área que, até recentemente, era apenas das imagens obtidas através de aviões. Por sua vez, a aerofotogrametria ampliou o leque de sensores e, hoje, as aeronaves voam com equipamentos ópticos, radar e laser, obtendo uma vasta gama de produtos.

Os VANTs chegaram para alterar o jogo de forças no sensoriamento remoto, por meio de equipamentos com baixíssimo custo – em relação à aerofotogrametria – que geram produtos muito próximos dos obtidos com o uso dos métodos clássicos de levantamentos. Por outro lado, os VANTs ainda carecem de regulamentação para voar sobre áreas densamente habitadas.

Além do mapeamento em si, os VANTs podem ser úteis para resposta a desastres naturais e acidentes, já que possibilitam agilidade não encontrada em aviões e na programação de imageamento por satélites. Esse tipo de aparelho possui um grande campo de aplicação, podendo ser empregado na detecção de manchas de óleo no oceano, rastreamento e identificação das praias em risco, monitoramento de deslizamentos de terra, mapeamento e estudo de florestas e regiões de interesse ecológico, levantamentos de áreas rurais de aspectos agropecuários, medição da composição do ar e de níveis de poluição, inspeção de grandes estruturas, levantamento de ocupação urbana e prospecção topográfica, mineral e arqueológica.

Mas um VANT não é um aeromodelo, que pode ser usado indiscriminadamente. Antes de se fazer um levantamento é preciso obter uma autorização Notam, emitida pelos órgãos da Aviação Civil e Militar, avisando que será feito o sobrevoo a um determinado local. Além disso, essas áreas não podem ser densamente habitadas, o que tem sido um empecilho para o mercado com foco em segurança.

Seminário

Para debater e apresentar modelos e características dos VANTs à comunidade, geoespacial, o MundoGEO irá realizar, no dia 25 de outubro, em São Paulo (SP), um seminário presencial e online sobre Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) para o setor de mapeamento.

Os participantes poderão conhecer e discutir temas relacionados à regulamentação e oportunidades neste mercado, além das características e aplicações dos diversos tipos de VANTs com sensores para produção de mapas, nas áreas de meio ambiente, florestal, agricultura, infraestrutura, gestão territorial, entre outras.

O evento será realizado no Bourbon Convention Ibirapuera, em São Paulo (SP), no dia 25 de outubro das 9h às 17h. Há duas formas de inscrição, presencial e online, pois todo o evento será transmitido pela internet com possibilidade de interações em ambos os casos. Para acompanhar o seminário online, a inscrição deve ser feita até um dia antes do evento. Para os participantes presenciais, a inscrição poderá ser feita previamente e também no dia.

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seminario@mundogeo.com
(41) 3338 7789 / (11) 4063 8848